quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

PRÊMIO CAROLINA MARIA DE JESUS SELECIONA 61 ESCRITORAS



Foto: Reprodução


Na última quinta-feira (07), o Ministério da Cultura (MinC) divulgou o Resultado Final da Seleção do Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023. A lista com as escolhidas para o primeiro edital com ações afirmativas lançado pela Pasta, desde a sua retomada, comemora a potência da produção no país, com premiadas em todos os gêneros literários.


Foram recebidas 2.619 inscrições, com 1.922 habilitadas e avaliadas e 61 selecionadas - 12 de mulheres negras; seis PcD (pessoas com deficiência); três indígenas; três quilombolas e 37 na categoria “não se aplica”, que corresponde à ampla concorrência. Nessa última categoria há uma escritora transgênero premiada.

“O Prêmio Carolina Maria de Jesus passa a ser um instrumento permanente do MinC para o fomento da literatura produzida por mulheres. E sua primeira edição foi emblemática, com um número expressivo de propostas, gerando uma cartografia literária muito potente”, afirma o secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba. E completa: “Compreendemos assim, que estamos prestigiando as obras das escritoras inscritas, além de celebrar uma produção literária diversa e valorizar a literatura elaborada por escritoras brasileiras destacando, especialmente, as escritoras negras, indígenas, quilombolas e PCD que foram selecionadas nesta premiação, algo inédito em prêmios literários”.

O número de escritoras premiadas saltou de 40 para 60, fruto do alto número de obras com alta avaliação, em sua maioria, notas máximas. Com isso, o recurso inicial de R$ 2 milhões também aumentou e passou a ser de R$ R$ 3.000.000,00. Após decisão da Comissão de Seleção foram disponibilizados mais R$ 50.000,00, passando o valor total do edital para R$ 3.050.000,00, e a premiação contemplou 61 obras literárias.

O Prêmio Carolina Maria de Jesus traz um retrato importante da escrita no Brasil. Entre as 61 selecionadas, três são do Centro-Oeste (4,92%); 12 do Nordeste (19,67%); quatro do Norte (6,56%), 32 do Sudeste (52,46%) e 10 do Sul (16,39%). Um outro olhar para o resultado aponta uma diversidade de formatos da literatura produzida por mulheres.

O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Sefli, Jéferson Assumção, destaca a importância do edital para apresentar a pluralidade da literatura feita no Brasil. “Não são apenas as escritoras contempladas que ganham com este edital, mas toda a sociedade brasileira, na medida em que novas vozes surgem para falar sobre nossas realidades e possibilidades de invenção. Esta é a importância dos editais, pois são instrumentos que possibilitam não apenas democratizar o acesso aos recursos públicos, mas sobretudo mostrar parte da imensa diversidade da produção literária brasileira. O Edital Carolina Maria de Jesus integra uma série de iniciativas que começam a ser desenvolvidas no país para apoio e reconhecimento da qualidade da nossa escrita. Neste caso, a feita por mulheres. Mais vozes, mais riqueza, mais diversidade”.

Das 61 selecionadas, 15 apresentaram obras no gênero conto (24,59%); quatro na crônica (6,56%); 14 na poesia (22,95%); uma no quadrinho (1,64%); 24 no romance (39,34%) e três no roteiro de teatro (4,92%). As mais de sessenta escritoras selecionadas com obras inéditas receberão R$ 50 mil cada. A Comissão de Seleção do concurso contou com 74 avaliadoras. O grupo incluiu professoras, escritoras, servidoras públicas e gestoras do livro e leitura de todo o país, que analisaram 1.922 obras literárias.

“O resultado do prêmio Carolina é potente como a literatura produzida por todas essas escritoras do país inteiro. Gosto de imaginar Carolina, que tanto lutou para escrever, abrindo as portas para tantas escritoras, especialmente as negras, quilombolas e indígenas”, comenta a coordenadora-geral de Livro e Literatura da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, Andressa Marques.

Homenagem

Além de impulsionar trabalhos literários produzidos por mulheres, o prêmio homenageia uma escritora brasileira de renome internacional: Carolina Maria de Jesus. Nascida em 1914, ela escrevia sobre o seu cotidiano, suas reflexões e criava imagens literárias em um caderno quando morava na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo. Em 1958, ela conheceu o jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seus diários.

O prêmio se tornou histórico ao distribuir R$ 3.050.000,00 (três milhões e cinquenta mil reais) para 61 prêmios de R$ 50 mil para obras literárias inéditas produzidas por mulheres brasileiras (cis ou transgênero). “Certamente nós teremos um resultado importante para o mapeamento da literatura feita por mulheres no Brasil”, garante Jéferson.

Confira o perfil das 61 escritoras selecionadas:

Selecionadas x Região

Centro-Oeste: 3 (4,92%)
Nordeste: 12 (19,67%)
Norte: 4 (6,56%)
Sudeste: 32 (52,46%)
Sul: 10 (16,39%)

Selecionadas x Gênero da Obra

Conto: 15 (24,59%)
Crônica: 4 (6,56%)
Poesia: 14 (22,95%)
Quadrinho: 1 (1,64%)
Romance: 24 (39,34%)
Roteiro de teatro: 3 (4,92%)

Selecionadas x Categoria

Não se aplica: 37 (60,66%)
Negras: 12 (19,67%)
PcD: 6 (9,84%)
Indígenas: 3 (4,92%)
Quilombolas: 3 (4,92%)

Para mais informações, consulte o edital
Categoria
Cultura, Artes, História e Esportes

Fonte: MinC

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

4ª EDIÇÃO DO FESTIVAL LITERÁRIO SUL-BAHIA (FLISBA)




Slam Magnus Vieira realizado em 2022, em Ilhéus, na Academia de Letras de Ilhéus durante o FLISBA.



A cidade de Itabuna recebe a 4ª edição do Festival Literário Sul – Bahia (FLISBA) nos dias 01 e 02 de dezembro de 2023. O FLISBA surgiu virtualmente em 2020 e pela segunda vez ocorrerá de forma presencial no Centro de Cultura Adonias Filho. O Festival este ano tem como tema: “Tecituras Literárias: (re)construção e liberdade”. O objetivo dos organizadores é reunir os escritores e as diversas pessoas interessadas nas linguagens artísticas para refletirem sobre a literatura e as artes e suas conexões com o contexto da reconstrução do fazer artístico de forma presencial após a pandemia sob a perspectiva da liberdade. A programação envolve mesas, conversas, saraus, música e oficinas, além do Slam Sul – Bahia Magnus Vieira, competição de poesia falada.

O FLISBA prestará homenagem a escritores e artistas da região Sul da Bahia. A proposta do Coletivo Flisba além de relembrar escritores falecidos, também promove reflexões sobre o fazer artístico-literário de pessoas vivas que contribuem para a literatura, a preservação do patrimônio histórico-cultural e a educação grapiúna. 

As mesas e conversas contarão com diversos escritores e poetas convidados do sul da Bahia, assim como artistas que farão apresentações ao longo do festival. O Festival além de reunir as reflexões literárias promoverá a participação de empreendedores na Feira de Economia Solidária e do Livro.

Haverá no primeiro dia do evento, dia 01/12 (sexta-feira), além das discussões e conversas literárias, as apresentações musicais. Todas as atividades do FLISBA são gratuitas e a expectativa dos organizadores é reunir as pessoas interessadas na literatura, educação e gestão cultural das cidades sul - baianas. O segundo dia do Flisba, no sábado, dia 02/12, além das mesas contará com a realização do Slam Magnus Vieira, que é uma competição de poesia falada e reunirá competidores das cidades do sul da Bahia. Nos dois dias acontecerão lançamentos e sessão de autógrafos de livros.

Para Sheilla Shew, uma das organizadoras do Flisba e escritora, “realizar o Flisba em Itabuna é motivo de orgulho, pois, o evento além de reunir os diversos escritores e poetas da região, permite a junção de outras linguagens artísticas com a perspectiva de celebrar a cultura, o resistência e fazer boas conexões.”

A programação reúne diversos escritores e editores da região, além de membros das academias de letras e competidores de poesia falada.

As crianças contarão com o Flisbinha, que é um conjunto de atividades literárias e artísticas voltas para o público infantil. Para a escritora Luh Oliveira, o Flisbinha é “um espaço especial para a literatura infantil dentro do Flisba: o Flisbinha. Em parceria com o Proler-Uesc e a Vixi Bahia Literária, teremos contação de histórias, bate-papo com escritores, oficinas, além de exposição e vendas de livros”. A imortal da Academia de Letras de Ilhéus avança evidenciando que “é de suma importância uma programação especial para as crianças, pois é na literatura infantil que formamos leitores. Se queremos ter um país leitor, devemos incentivar e promover o livro na infância”.

Algumas editoras vão participar do evento com exposições e vendas de livros, além de lançamentos literários que serão promovidos durante o FLISBA, confirmando um dos objetivos dos organizadores de aproximar os escritores de seus leitores. 

O Flisba promoverá oficinas e as inscrições para essas atividades poderão ser feitas por meio do Sympla, cujos links estão disponíveis no Instagram do festival literário.

O FLISBA é uma realização de professores, estudantes, escritores e gestores culturais do sul da Bahia e conta com o apoio das Academias de Letras de Ilhéus, Canavieiras, Itabuna e Grapiúna. A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Espore do Estado da Bahia (SETRE), e Secretaria de Cultura, ambas do Estado, por meio do Centro de Cultura Adonias Filhos, apoiam a iniciativa, assim como o Centro Público de Economia Solidária (CESOL) – Litoral Sul, Associação Beneficente Josué de Castro e Casa de Taipa.

Mais informações poderão ser obtidas pelo e-mail dos organizadores: festivalliterariosulbahia@gmail.com e pelas redes sociais: @flisba

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

SecultBa ABRE CONSULTA PÚBLICA SOBRE OS EDITAIS DO FUNDO DE CULTURA




Os editais do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) passaram por uma avaliação e reformulação e, a partir desta quinta-feira (9), estão disponíveis para apreciação por agentes culturais de toda Bahia. A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBa) receberá observações e propostas até o dia 14 de novembro (terça-feira). 

Para participar da consulta pública, agentes da cultura devem ler os documentos referência sobre cada edital e enviar contribuições por email. O documento sobre o edital Eventos Culturais Calendarizados pode ser acessado através do link - https://bit.ly/doc_ref_eventos_calendarizados e contribuições devem ser enviadas para o email sugestaocalendarizados@cultura.ba.gov.br com o assunto CONSULTA PÚBLICA EVENTOS CALENDARIZADOS. Já para participar com observações e propostas para o edital Apoio a Ações Continuadas de Instituições Culturais, o documento está disponível no link - https://bit.ly/doc_ref_acoes_continuadas e contribuições devem ser enviadas para o email sugestaoinstituicoes@cultura.ba.gov.br com o assunto CONSULTA PÚBLICA AÇÕES CONTINUADAS.

O objetivo de reformular os editais do FCBA vem da necessidade legal de lançar novos certames, uma vez que os anteriores já tiveram sua vigência encerrada ou a encerrar após sucessivas prorrogações, e também de atualizar e democratizar esses instrumentos de fomento à cultura em toda Bahia. “Assumimos a responsabilidade de estudar esses editais e reformulá-los, os tornando mais democráticos e plurais. Esse momento de escuta pública aberta à sociedade é fundamental para adequar esses instrumentos às demandas do fomento cultural nos mais diversos territórios baianos”, avalia o secretário de cultura Bruno Monteiro

O edital Apoio a Ações Continuadas de Instituições Culturais 2024 mantém seu objetivo de apoiar a manutenção da execução de atividades culturais, regularmente desenvolvidas por instituições culturais privadas sem fins lucrativos, sediadas no estado da Bahia. Com apoio financeiro plurianual, o Ações Continuadas deve contribuir para estabilidade das instituições por pelo menos 36 meses consecutivos, renováveis por igual período. 

Já o chamamento público Eventos Calendarizados vai apoiar atividades com temática cultural específica ou diversificada, sob forma de bienais, colóquios, conferências, congressos, convenções, encontros, feiras, festivais, fóruns, jornadas, mostras, painéis, salões, seminários, simpósios e similares. Os eventos poderão ser apoiados por quatro anos e devem ter a periodicidade mínima anual e duração igual ou superior a 1 dia. Entre as novidades para o edital em 2024 estão a possibilidade de apoio a eventos novos, ainda não consolidados e a ampliação das propostas selecionadas.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

VAI COMEÇAR A 6a FESTA LITERÁRIA DE ILHÉUS



A 6ª Festa Literária de Ilhéus (FLI), intitulada “Os povos originários e o Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia,” está agendada para os dias 8, 9 e 10 de novembro. Este evento gratuito é organizado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e pela Academia de Letras de Ilhéus, em colaboração com a editora Editus e conta com o apoio da Fundação Pedro Calmon e da Prefeitura Municipal de Ilhéus.

A FLI 2023 acontecerá em várias locações, incluindo o Teatro Municipal de Ilhéus, a Praça Pedro Matos, a rua Jorge Amado e a Academia de Letras de Ilhéus, e este ano prestará homenagem a Nádia Akawã Tupinambá. O evento visa reunir escritores e entusiastas de diversas formas artísticas para refletir sobre literatura, artes e suas relações com educação, inclusão e liberdade. Os participantes poderão desfrutar de palestras, bate-papos, lançamentos de livros, feira de livros, oficinas, música, arte, cultura e atividades especiais para crianças, incluindo contação de histórias, leituras e brincadeiras.

Nádia Akawã Tupinambá, a homenageada, é uma líder indígena que reside na Aldeia Tukum, no Território Tupinambá de Olivença, em Ilhéus. Ela possui licenciaturas em Artes e Linguagens e em Educação Escolar Indígena pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Além disso, Nádia é uma educadora indígena e popular, envolvida na formação de educadores indígenas na Bahia e em questões espirituais e medicinais. Ela é conhecida por seu trabalho com ervas medicinais, cerimônias espirituais, e como guardiã de saberes ancestrais e sementes nativas. Nádia também é uma terapeuta holística e condutora de práticas relacionadas à cura ancestral.

Acesse o instagram da Festa clicando aqui.
Acesse a programação completa clicando aqui.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

DEMOCRATIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: O PODER DO POVO





Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social é o eixo 2 da 4ª Conferência Nacional de Cultura: Democracia e Direito à Cultura (CNC). O evento, que será realizado entre 4 e 8 de março de 2024, em Brasília, é promovido pelo Ministério da Cultura (MinC) e o Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - Flacso Brasil e da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

O objetivo do segundo eixo é debater e reforçar o lugar da participação social como força motriz da democracia e valorizar o protagonismo da sociedade civil na elaboração, acompanhamento e controle social das políticas públicas.

Para o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, não existem políticas públicas sem essas duas dimensões. “E a CNC é exatamente o ápice da democracia e da participação social no âmbito do Ministério. Ela se consolida como um ambiente de diálogo, de escuta, mas também de formulação de prioridades que serão importantes para a construção do novo Plano Nacional de Cultura (PNC)”.

De acordo com ele, a Conferência que tem o papel de discutir temas relevantes das políticas culturais, fortalecendo o SNC, e pode, ainda, ser um ambiente de reflexão e de proposições que gerem um bom mapa para as metas e ações do novo plano.

Alguns conceitos são sugeridos para a discussão do eixo. São eles: exercício de cidadania, participação, escuta social, Conselhos de Políticas Culturais, acessibilidade cultural, participação da vida cultural. E ainda conferências, fortalecimento da democracia, políticas afirmativas, superação das desigualdades. 

A partir da pergunta geradora “que mudanças são necessárias à ampliação e à consolidação de mecanismos de participação na cultura?”, espera-se chegar às contribuições que vão compor o PNC. 

Reflexão crítica 

No documento base da conferência, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, diz que a expectativa é de que o evento seja um ambiente de reflexão crítica, mas também de proposições inventivas, que farão fortalecer os direitos culturais e o estado democrático de direito em nosso país. 

“Em conjunto, vamos refletir sobre o papel da cultura para o fortalecimento da democracia. Vamos debater o papel da cultura no enfrentamento das desigualdades sociais, ao racismo, sexismo e todas as formas de discriminação. Vamos aprofundar nossos entendimentos sobre o que significa “federativar” as políticas culturais, para que qualquer cidadão no mais longínquo território do Brasil tenha as condições necessárias de exercer seus direitos culturais”, afirma. 

Projeto de desenvolvimento

Sobre a importância do tema em um momento de retomada da pasta da Cultura e das políticas públicas no setor, a ministra enfatiza que a conferência é um espaço privilegiado para os debates que transversalizam a pauta. “A política cultural que almejamos é inclusiva, democrática e comprometida com o processo de desenvolvimento pleno do Brasil. Hoje, em um contexto de retomada democrática, o norte da participação social torna-se ainda mais estratégico. Se democratizar a cultura sempre foi um debate necessário, torna-se igualmente relevante culturalizar a democracia no Brasil”, diz. 

A secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins, chama a atenção para a oportunidade e, ao mesmo tempo desafio, de fazer da 4ª Conferência Nacional de Cultura formuladora das diretrizes de políticas públicas, que afirmem a cultura como um direito de todas as pessoas e a compreensão da cultura e da democracia como pilares fundamentais do projeto de desenvolvimento nacional. 

“Com essas diretrizes, vamos iniciar o processo de formulação de um novo Plano Nacional de Cultura que atualizará as demandas da nossa sociedade que foram formuladas há mais de dez anos, e apresentar novas questões à luz da sociedade desse tempo”, completa. 

CNC

Busca estender a discussão com a sociedade a respeito do conceito de cultura como política, possibilitar a avaliação do Plano Nacional de Cultura (PNC), propor diretrizes para a criação de um novo PNC e definir orientações prioritárias para assegurar transversalidades nas políticas públicas. 

E ainda intensificar a adesão dos estados e municípios ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), debater sobre a divisão de responsabilidades entre os entes federados e construir uma política sociocultural que fortaleça a democracia participativa.

Antes da etapa nacional são promovidas conferências estaduais, distritais, municipais, livres, temáticas e encontros setoriais. Nelas serão debatidos o Documento Base, lançado em setembro, e elaboradas propostas a partir das perguntas geradoras de cada um dos eixos.

Os demais eixos do encontro são: Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social; Identidade, Patrimônio e Memória; Diversidade Cultural e Transversalidade de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural; Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade e Direito às Artes e Linguagens Digitais.

A 1ª CNC foi realizada em 2006, com o tema “Estado e Sociedade Construindo Políticas Públicas de Cultura”. Quatro anos depois, a segunda edição abordou “Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento”. Em 2013, a terceira edição da Conferência Nacional discutiu o tem “Uma Política de Estado para a Cultura: Desafios do Sistema Nacional de Cultura”.

Contatos podem ser feito por meio do endereço eletrônico 4cnc@cultura.gov.br.

Para outras informações, acesse aqui a página da 4ª CNC.

 

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

"A EDITALIZAÇÃO DA CULTURA E DAS ARTES", por Célio Turino*


Célio Turino (@celioturino) / X

(Reflexões de um velho pensador e ativista da Cultura 
que decidiu se retirar em autoexílio).


A editalização da Cultura e das Artes vai matar a cultura em sentido emancipatório, acaba com qualquer possibilidade de colaboração, tornando todos concorrentes entre si. 

Edital não é política pública! Simples concurso, é apenas uma ferramenta para seleção de projetos, que deve ser utilizada em casos específicos, como porta de entrada, jamais como caminho único. 

A editalizacao como está posta, vira apenas e tão somente um meio para administrar a exclusão, bem ao gosto do capitalismo, que ao final seleciona alguns para criar a aparência de que todos podem conseguir, o que é uma grande mentira. 

O trágico é que o atual MinC é o maior promotor desse neoliberalismo na Cultura, que se espalha pelo país. As repercussões no habitus da Cultura levarão anos para serem revertidas. 

Há outros meios para acesso a recursos públicos, muito mais eficazes e equitativos. O princípio da Universalidade sequer é debatido no momento atual, em que tudo virou uma mediocridade absoluta, como se regras de editais fossem a panacéia. Mas, enfim, quem quer discutir a fundo essas questões? 

Antes é necessário pedir autorizações para as Diretivas e Operativas (em linguajar de burocratas submissos) para depois realizar Oitivas (linguajar de delegacia). Se o povo da Cultura se submete a isso, esperar o quê em termos de mudança qualitativa? 

Fazer arte e cultura em perspectiva emancipatória é ser rebelde, criativo inventivo, insubmisso. Não é o que esta acontecendo, pelo contrário. Quem sabe no futuro, por hoje a batalha está perdida por falta de luta e horizontes. 

Quando corações e mentes se disciplinam e se conformam na pasmaceira da mediocridade, do hedonismo e do vazio, não há o que fazer.

* Célio Turino escreveu, em 13/09/2023. Historiador, escritor e gestor de políticas públicas. Foi idealizador e gestor do programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura.


sexta-feira, 1 de setembro de 2023

CENTRO DE CULTURA ADONIAS FILHO SERÁ REINAUGURADO NESTE SÁBADO (02), EM ITABUNA

 

Cerimônia contará com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e do secretário de Cultura, Bruno Monteiro; Programação artística terá exposições, apresentações de dança e teatro, e shows da Orquestra de Câmara Opôs, Cijay e Alinne Rosa 

 

Construído em 1986, o Centro de Cultura Adonias Filho passou por uma ampla requalificação e será reinaugurado para a comunidade artística e cultural, e toda a população de Itabuna e do território Litoral Sul, neste sábado, dia 02 de setembro. A cerimônia de reinauguração contará com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e do secretário de Cultura Bruno Monteiro, e terá uma extensa programação cultural e festiva com shows, exposições e apresentações artísticas de diversos artistas e grupos culturais.  

Com investimentos de R$ 5,7 milhões, o espaço cultural é um dos mais importantes do território foi completamente modernizado. Agora, o Adonias Filho conta com sistemas modernos de elétrica e de climatização, novos telhados e forros, nova pintura, esquadrias e pavimentação, a estrutura cênica e técnica também foi modernizada, e foi feito o paisagismo na área externa, além da adequação do espaço às normais mais atuais de acessibilidade e de segurança. 

“Sabemos da importância desse equipamento cultural para o Litoral Sul e para a Bahia. Desde o início do governo assumimos a responsabilidade de concluir essa reforma e devolver à comunidade e aos agentes culturais o Adonias Filho completamente requalificado e modernizado para que a população possa ocupar, produzir e movimentar o cenário cultural de toda a região. Em Itabuna, terra de Jorge Amado, Cyro de Mattos, Rui Póvoas e de tantos outros importantes artistas baianos, o Centro de Cultura Adonias Filho tem o objetivo de potencializar e fortalecer ainda mais os saberes e fazeres culturais da Bahia”, afirma o secretário de Cultura Bruno Monteiro. 

Programação – A partir das 17h terá início uma feira de artesanato e produtos da agricultura familiar na área externa. Um cortejo artístico saíra da Praça do Ò, às 18h30, com Guilda Cacilda e o Grupo de Palhaçaria, grupo Charanga da Alegria e fanfarra escolar, além de apresentações de samba de roda, maculelê e capoeira com o grupo de Capoeira Raça. 

Em seguida, o público poderá adentrar o espaço para conferir exposições no foyer e salas multiuso. Na Sala Zélia Lessa acontecerá uma exposição sobre a vida e obra de Adonias Filho, esse importante escritor, jornalista e crítico nascido em Ilhéus que dá nome ao espaço. Eleito para a cadeira nº 21 da Academia Brasileira de Letras, Adonias Filho é conhecido por seus romances inspirados na cultura e história da região cacaueira da Bahia. Já na sala multiuso 2, acontece uma exposição de fotografias de Sebastião Salgado, e no foyer, será aberta a exposição “Bicentenário da Independência da Bahia no Brasil” ao som de Jan Costa que apresenta show de voz e violão. 

A programação continua com atividades nas salas multiuso e sala de espetáculos com apresentação de “Samba de Gafieira” do grupo Cia de Dança Alessandro Garcia, apresentação teatral com Guilda Cacilda e Hanns Müller, Orquestra de Câmara Opôs com o maestro Pablo Shaul e Davidson Viana, grupo Afro Dilazenze, e a performance “Gueto” dos estudantes do curso de teatro do Centro Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun. Encerrando as festividades de reabertura, a partir das 21h30, acontecem shows de Cijay e da cantora Alinne Rosa, no anfiteatro. 

Centro de Cultura Adonias Filho é um dos 17 espaços culturais gerido pela Secretaria de Cultura do Estado em toda a Bahia através da Diretoria de Espaços Culturais, órgão da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura. Ocupando uma área de 13 mil metros quadrados, o equipamento cultural conta com uma Sala de Espetáculos com 297 poltronas e seis lugares para cadeirantes, além de camarins e banheiros; três Salas Multiuso que comportam ensaios, oficinas, workshops e pequenos eventos para até 110 pessoas; um Foyer/Galeria para exposições, audições musicais e recepções; um Anfiteatro na área externa que comporta até 2 mil pessoas; além de dois anexos e um coreto. 

 

SERVIÇO 

O que: Reinauguração do Centro de Cultura Adonias Filho 

Quando: 02 de setembro (sábado), a partir das 17h 

Onde: Rua Isolina Guimarães, 508 - Centro, Itabuna 

 

 

PROGRAMAÇÃO 

 

17h - Área externa 

Mini feira de artesanato e da agricultura familiar 

 

18h30 - Cortejo (saída Praça do Ò)Guilda Cacilda - Grupo de Palhaçaria;  

Fanfarra Escolar; 

Grupo “Charanga da Alegria”; 

Apresentação de Samba de Roda, Maculelê e Capoeira – “Grupo de Capoeira Raça” ministrado pela mestra Vanessa Vieira 

 

19h - Sala Zélia Lessa  

Exposição sobre a vida e obra de Adonias Filho 

 

19h10 - FoyerAbertura da Exposição Bicentenário da Independência da Bahia no Brasil (Voz e violão com Jan Costa) 

 

19h25 - FoyerDescerramento da placa de reinauguração pelo Governador e Secretário de Cultura do Estado da Bahia 

 

19h35 – Salas Multiuso 

1: Apresentação de Dança de Salão estilo “Samba de Gafieira” com o grupo Cia de Dança Alessandro Garcia; Dançarinos: Alessandro Garcia, Wevel Amorim, Aldenor García, Roberta Silva, Ana Paula Santos e Julia Gabriela 2: Exposição de Sebastião Salgado3: Apresentação teatral com Guilda Cacilda e Hanns Müller  

 

19h55 - Sala de Espetáculos: 

Apresentação da Orquestra de Câmara Opôs - Maestro Pablo Shaul e Davidson Viana 

Apresentação do cantor e compositor Marcelo Ganem “Gueto” - performance teatral dos estudantes do curso de teatro do Centro Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun  

 

20h25  

Pronunciamento do Governador da Bahia Jerônimo Rodrigues 

 

21h30 - Anfiteatro  

Apresentação do Grupo Afro Dilazenze 

Show de Cijay  

Show de Alinne Rosa 

 

Assessoria de Comunicação - SecultBA

(71) 3103-3442 (71) 3103-3452 (71) 99983-5278http://plugcultura.wordpress.com

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http://www.cultura.ba.gov.br

sábado, 26 de agosto de 2023

"A ÚLTIMA FLOR JUMA" NARRA A HISTÓRIA DE ARUKÁ JUMA, DERRADEIRO REMANESCENTE DA ETNIA JUMA


Formato Kindle ou Tablet

 

“A última flor juma” narra a saga de um pai e 

três filhas vivendo a beleza e as agruras da vida na Amazônia.



Em meados de 1960, seringueiros, caucheiros, madeireiros e pescadores em Canutama, Amazônia, às margens do rio Assuã, quase exterminaram o povo juma. Aruká Juma era um dos sobreviventes da sua etnia. O indígena morreu aos 86 anos, vítima de complicações da coronavírus, no dia 2 de fevereiro de 2021. Foi a partir deste acontecimento que Pawlo Cidade (55), autor ilheense, membro da Academia de Letras de Ilhéus, ficcionou “A última flor juma”. A história é dedicada a Aruká Juma e todos os povos originários.

“A última flor juma” narra a saga de um pai e três filhas vivendo a beleza e as agruras da vida na Amazônia. Aruká Juma, remanescente da etnia Juma, e suas meninas Estrela D’água, Filha Branca e Menina do Rio lidam com um mundo em contradição. De um lado, a exuberância da floresta, a harmonia da natureza e a magia das histórias. Do outro, a violência e a opressão de contrabandistas, seringueiros, grileiros e madeireiros que se apossam da terra e do trabalho de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores. A última flor juma é uma história de amadurecimento, uma crítica social contemporânea e uma ode às tradições populares da região amazônica.


O e-book também pode ser lido por celular ou notebook. 
Basta baixar gratuitamente o Amazon Kindle


Pawlo Cidade (55) é também pedagogo, dramaturgo e gestor cultural. Autor, dentre outros, de “O colecionador de lembranças” (TPI Editora), “O tesouro perdido das terras do sem-fim” (A5/Via Litterarum Editora) e “Rio das Almas (Chiado Books). “A última flor juma” é também um manifesto contra todos os que querem sufocar, matar as cantigas, a história e a voz dos povos originários”, afirma o autor.

O livro, exclusivamente em e-book, está disponível à venda na Amazon desde o dia 26 de agosto, ao preço de R$ 24,99. Para os assinantes da kindle unlimeted o acesso é gratuito. Não é necessário ter um kindle para baixar o livro. Você pode lê-lo através do celular, tablet ou notebook. Basta baixar o aplicativo Amazon Kindle gratuitamente no Play Store. “A última flor juma” concorre ao Prêmio Kindle de Literatura. 

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

MinC DESTINA R$ 9 MILHÕES PARA BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS


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Foto: Filipe Araújo/MinC



A força da leitura como poder transformador de vidas foi o mote do discurso da ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta quinta-feira (17), durante o lançamento do Edital Pontos de Leitura 2023.

“O livro liberta. Liberta a mente potente, porque, quando a gente ferramenta a nossa memória, a nossa inteligência, com palavras, a nossa expressão amplia. É um mergulho dentro da imaginação. Chega um momento, também, que as palavras viram armas para lutar contra a opressão, contra a falta de oportunidade”.

O investimento de R$ 9 milhões será distribuído da seguinte maneira: R$ 30 mil para cada um dos 300 projetos de construção - reforma ou revitalização - de bibliotecas comunitárias selecionadas. Inscrições devem ser feitas pelo site Mapas Cultura. Podem participar pessoas físicas, jurídicas e coletivos culturais.

Margareth Menezes fez um apelo para que a divulgação do Edital chegue em todos os cantos do Brasil. Dessa forma, a política de estimulo à leitura “se cristaliza no território nacional”. Ela também destacou iniciativas bilaterais com outros ministérios para a promoção da leitura como o Ministério da Educação (MEC).

A chefe do Ministério da Cultura (MinC) lembrou ainda do recém-lançado programa habitacional do Governo Federal: “Minha Casa. Minha Vida”. Atualmente, ele conta com planejamento para construções de bibliotecas comunitárias.

Secretário de Formação do Livro e Leitura, Fabiano Piúba lembrou que o diretor de Livro, Leitura e Literatura do MinC, Jéferson Assumção, acompanhava o pai ao trabalho em Canoas, Rio Grande do Sul. Em frente, havia uma biblioteca e, a partir disso, desenvolveu o hábito de leitura. “Jéferson é um leitor que se formou fora da escola”.

Piúba destacou iniciativas criativas e curiosas para promoção da leitura pelo Brasil, como uma “Borrachalioteca”, na histórica cidade de Sabará, em Minas, um pernambucano de Recife que estimula a leitura e se define como “traficante de livros”, além de bibliotecas comunitárias em barcos, nos lugares mais longínquos.

“Onde há uma biblioteca comunitária, existe a promoção da cidadania e da diversidade cultural. Portanto, a biblioteca comunitária é um território de liberdade e de cidadania. Ela é Ponto de Leitura. E sendo Ponto de Leitura é também um ponto vital do corpo cultural brasileiro”, salientou o secretário da Sefli.

O secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares, ressaltou ser o conhecimento por meio dos livros um dos instrumentos fortalecedores da democracia. “Não mediremos esforços nessa retomada para superar desigualdades e transformar o Brasil”, comprometeu-se.

Coube à secretária de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), Márcia Rollemberg, fornecer uma estimativa sobre o setor. De acordo com ela, de aproximadamente 4.300 pontos de Cultura, cerca de 650 são Pontos de Leitura. Ele defendeu, diante de tanta oferta tecnológica de entretenimento, “a celebração da palavra, da imaginação, de narrativas.”

A artista e servidora da Diretoria Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, Maria Carolina Machado, narrou texto de Nívea Sabino, do livro Narração Artísticas - Modos de Fazer, organizado por Aline Cântia e Fernando Chagas. Já a apresentação do evento foi missão da coordenadora dos Setoriais de Cultura, Lia Maria.

Também estiveram no lançamento do Edital Pontos de Leitura 2023 a secretária dos Comitês de Cultura (SCC), Roberta Martins; o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), Henilton Menezes; o diretor de Assistência Técnica a Estados, Distrito Federal e Municípios (Dast), Thiago Rocha Leandro; a coordenadora de Livro e Literatura, Andressa Marques da Silva.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

MINISTÉRIO DA CULTURA COMEMORA ADESÃO DE 98% DOS MUNICÍPIOS E 100% DOS ESTADOS À LEI PAULO GUSTAVO



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Foto: Filipe Araújo/Minc



"Estamos muito felizes com a adesão recorde à Lei Paulo Gustavo. É o início da descentralização dos recursos federais para a cultura, garantindo que as ações possam ser executadas em todos os estados e municípios brasileiros”, comemora a ministra da Cultura, Margareth Menezes. O prazo para envio dos Planos de Ação terminou às 23h59 desta terça-feira, (11), e o Ministério da Cultura (MinC) e o Governo Federal estão garantindo R$ 3,8 bilhões em investimentos na cultura, o maior valor da história. Todos os estados e o Distrito Federal irão receber os recursos e 98% (5.467) municípios brasileiros estão cadastrados.

Emocionada com os resultados, a ministra Margareth Menezes diz querer agradecer e abraçar a todos da equipe do Ministério da Cultura. “Todos os servidores, todos os gestores e secretários de cultura de todos os estados que fizeram parte disso. Quero agradecer também ao presidente Lula por essa oportunidade que ele dá ao setor cultural do Brasil, de a gente poder se levantar, trabalhar, fazer projetos, colocá-los em ação”, continua a ministra.

"O resultado dessa primeira etapa da Lei Paulo Gustavo mostra que a cultura voltou, e que aqui no MinC existe gestão, existe política pública cultural. O MinC atuou com a participação social, com o método de gestão pública do presidente Lula. Um método que chama a população para o debate, chama para conversar, roda o país, tudo em busca de resultados concretos e efetivos para o fazedor cultural da ponta", destacou a Secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins.

Considerado um valor histórico para o Brasil, os R$3,8 bilhões são provenientes do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e do Fundo Nacional de Cultura (FNC), que devem ser disponibilizados para pessoas fazedoras de cultura, por meio de editais, prêmios ou chamamentos públicos, até o dia 30 de julho. Cerca de 30% do valor já foi repassado a estados e municípios.

Margareth Menezes também destaca o empenho da equipe do MinC e do setor cultural para mobilizar os entes federados do país inteiro. “Todo mundo se esforçou muito. Vivemos hoje um grande momento. Essa é nossa vida, nosso trabalho. Cultura é um direito de todos”, afirma a ministra. 

Adesão

Todos os nove estados do Nordeste, cinco do Norte (Amazonas, Acre, Pará, Amapá e Roraima); dois do centro-oeste (Mato Grosso do Sul e DF) e dois no Sudeste (Rio e Espírito Santo) tiveram 100% de municípios cadastrados na Lei Paulo Gustavo.

Do valor a ser disponibilizado, R$ 2 bilhões serão destinados aos estados e R$ 1,8 bilhão aos municípios.

A partir da assinatura do Termo de Adesão, que sinaliza a concordância do solicitante com os seus direitos e obrigações como beneficiário pela Lei, a verba já pode ser enviada. Na data estabelecida, a União transfere o montante ao ente federado.

Mobilização nacional 

Já no dia seguinte da assinatura do decreto que regulamenta a Lei, em Salvador, (BA), no dia 11 de maio, a capital baiana recebeu o Seminário Nacional sobre a Lei Paulo Gustavo na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foram dois dias de discussão sobre o funcionamento e os instrumentos necessários à aplicação da Lei.

“Nós tínhamos o desafio de falar com o país inteiro”, afirma o diretor de Assistência Técnica a Estados, Distrito Federal e Municípios (DAST), Thiago Rocha Leandro. Para vencê-lo, o Ministério da Cultura lançou mão de diversas estratégias de divulgação e mobilização, que tinham como base o diálogo com públicos diferentes, como gestores e fazedores de cultura e a participação dos servidores do órgão.

A iniciativa mais ousada da pasta foi o Circula MinC. Realizada em parceria entre o Ministério e as Secretarias Estaduais de Cultura, a jornada de oficinas técnicas sobre a LPG foi iniciada em Teresina (PI) e encerrada em Brasília (DF), passando por todas as capitais.

Do dia 17 de maio a 29 de junho, 5.827 pessoas de 2.437 municípios participaram dos eventos presenciais. “O objetivo era capacitar gestores e gestoras culturais para estimular a adesão à Lei e fornecer suporte especializado para a solicitação dos recursos”, explica Thiago.

Comitês

Dentro desse processo de construção da LPG, houve uma forte parceria e auxílio dos Comitês Paulo Gustavo, que são entidades autônomas e independentes, constituídas pela sociedade civil, que se organizaram em rede, com bases populares e comunitárias. Desde 2021, eles estiveram mobilizados desde a origem e tramitação da Lei Paulo Gustavo até sua aprovação em 2022.

"Também quero agradecer a atuação de todas as redes, grupos, fóruns, frentes, movimentos, associações e demais organizações da sociedade civil que contribuíram com o Ministério da Cultura nessa tarefa histórica ao longo deste semestre", disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Durante o período da pandemia, esses comitês atuaram ativamente, inclusive junto ao Senado, Câmara e todo o Congresso. Em 2022, tiveram participação ativa na derrubada do veto presidencial e da Medida Provisória, por meio de uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no final do ano.

Também se destacaram neste processo o Comitê Nacional Paulo Gustavo, e dentro dele, o grupo organizativo denominado "Operativa Nacional" do Comitê Paulo Gustavo. No ano de 2023, a Operativa Nacional e os Comitês Paulo Gustavo Estaduais uniram esforços para viabilizar plenárias online, híbridas e presenciais em todos os estados, bem como algumas regionais, visando discutir a regulamentação da Lei nos primeiros meses deste ano.

Durante os últimos 2 meses, os Comitês demonstraram grande atividade e engajamento para conquistar a adesão à Lei por parte de inúmeras prefeituras em todo o Brasil. Eles estabeleceram contato, realizaram encontros presenciais, promoveram debates, ofereceram formações e compartilharam informações com os dirigentes municipais de cultura das diversas prefeituras dos estados brasileiros.

Atendimentos LPG

O MinC também criou um endereço de e-mail específico para atender demandas sobre a LPG (lpg@cultura.gov.br). Em média, eles foram cerca de 50 por dia, respondidos em até 48h. No período de 12 de maio até o dia 11 de julho, cerca de 3 mil mensagens tiveram retorno garantido. 

Plantão tira-dúvidas

Na segunda-feira, 10, um dia antes do encerramento do prazo de submissão dos Planos de Ação na plataforma TransfereGov, o MinC realizou um Plantão Tira-Dúvidas intensivo. Foram 12 horas de atendimento, de 8h às 20h. O esforço resultou em 40 atendimentos.

Antes disso, entre 22 de maio e 27 de junho, foram realizados 25 plantões, alguns com temáticas específicas como o audiovisual, com duas horas de duração, cada. O atendimento chegou a 750 pessoas, em média 40 por plantão. A iniciativa começou sendo realizada três vezes por semana e passou a ser diária.

Acesso às informações 

O site da Lei Paulo Gustavo na página do MinC teve quase 80 mil acessos. Contando com Espaços para Gestores de Cultura, Fazedores de Cultura e Cidadão, com informações personalizadas para cada público. Na Central de Conteúdo estão disponíveis tutoriais, matérias de orientação, guia de Perguntas Frequentes, Guia Prático da Lei Paulo Gustavo para gestores de Cultura. 

Painel de Dados

Também no site, a sessão Painel de Dados recebeu 45,5 mil acessos. Por ele, foi possível acessar em tempo real a solicitação de recursos da LPG pelos entes federados e outras informações regionais, estaduais e municipais.

Minutas 

O MinC também disponibilizou no site da LPG modelos de edital, escritos conjuntamente com todo o Sistema MinC, secretarias e autarquias vinculadas, para aplicação de recursos. Os demais ministérios e outros órgãos do governo foram convidados a propor exemplos que integrem os objetivos da Lei a políticas públicas setoriais.

O objetivo é oferecer ferramentas para auxiliar na execução das ações previstas na Lei. A página traz opções de textos que podem ser utilizados ou adaptados pelos estados e municípios que já receberam os recursos.

Histórico

No início de janeiro, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, recém-empossada, tinha a missão de reconstruir a pasta. Ao mesmo tempo, era necessário implementar políticas públicas que garantissem a retomada da cultura como direito da população brasileira e medidas emergenciais voltadas aos trabalhadores do setor.

“Havia uma queda de 86% no orçamento do setor desde 2016, contratos administrativos defasados, programas descontinuados e 83% das atividades suspensas por conta da pandemia de Covid-19. Era necessário recolocar a estrutura de pé, com a instalação das secretarias (hoje são sete), a recomposição do quadro funcional e da capacidade administrativa das entidades vinculadas”, relembra.

Uma das primeiras iniciativas nesse sentido, era a prioridade em executar a Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195, de 08 de julho de 2022). Aprovada durante a pandemia de Covid-19, tratava sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural. Após a aprovação do Congresso Nacional, o Executivo tentou impedir os repasses por meio do veto integral da Lei e por meio de uma Medida Provisória. Apoiado pelo segmento artístico-cultural e pela sociedade civil, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a Medida Provisória e deu o aval para a execução.

Após um intenso processo de escuta, a pasta editou o decreto regulamentar da Lei, permitindo que estados, municípios e Distrito Federal pleiteassem a verba de R$3,8 bi, considerada o maior investimento no setor cultural da história do Brasil.

O lançamento, no dia 11 de maio, em Salvador (BA), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Margareth Menezes, que assinaram o decreto que regulamenta a Lei Paulo Gustavo.

Na ocasião, Margareth Menezes afirmou que a lei foi fruto do apelo da sociedade civil e da sensibilidade do Congresso Nacional, “que ouviu os pedidos de socorro do setor cultural brasileiro em um de seus piores momentos", disse.

Já o presidente Lula, garantiu que o país iria mudar. “Para mudar, a gente precisa entender o assassinato que fizeram com a cultura. A cultura pode ajudar a fazer a revolução que a gente precisa nesse país, para o povo trabalhar e comer, para cumprir a Constituição brasileira", afirmou.

FONTE: MINC.