ENTRE TONS DE CINZA, POLÍTICA E
JUVENTUDE
Capa do livro "50 tons de cinza"
Enquanto os 50 tons de
cinza (livro que virou febre no mundo inteiro da escritora E.L. James) invadem as prateleiras e as camas dos jovens brasileiros, nos preparamos
para eleger, no próximo dia 07 de outubro, os principais representantes da
Câmara e do Executivo. Não se admire se um jovem souber mais sobre os mais
variados tons de cinza do que o nome daqueles que ele irá escolher. Se
escolher. Afinal, a política, é, para a grande maioria, a última coisa em que
os jovens se preocupam neste momento.
Mas, pra quê se
preocupar? Se, a política, no sentido mais estrito da palavra, com suas siglas
partidárias e caciques um dia fizer parte do cardápio dos jovens, sobretudo dos
ilheenses, não teremos aumentos abusivos de passagens do transporte coletivo,
nem leis que proíbam seu livre arbítrio.
Melhor é curtir Trivella e deixar que Durval Lelis ensine a “dança da
tartaruga;” pra quê ouvir programa eleitoral? Para se contorcer de tanto rir e
chacotear os apelidos mais bizarros para um candidato?
Apesar da criação de
“juventudes partidárias”, lideradas por jovens que já passaram dos 40 anos, preocupadas
com o futuro (que futuro?) das meninas e dos meninos desta amada terra de
Jorge, amado; de Jorge, guerreiro, de Jorge donatário e de tantos outros
“jorges” que continuam dormindo sob as marquises da Central de Abastecimento do
Malhado; dos viciados e flanelinhas que controlam os estacionamentos da cidade;
dos jovens que veem na política, uma oportunidade de ascensão – e eles não
estão errados. Errados estamos nós que ainda acreditamos em colocar nas
cadeiras do legislativo e do executivo políticos comprometidos com a sociedade.
Juventude e política
parece ser uma equação matemática complicada. Mas não é. Afinal, foram jovens
como Joana D´Arc, Alexandre da Macedônia, Heitor Villa-Lobos, Mário de Andrade,
Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Anita Malfatti, todos em seu tempo e
durante a juventude que conseguiram mostrar ao mundo muito do que desejamos e
alcançamos.
Pawlo Cidade, diretor artístico. Este editorial foi publicado no
Diário de Ilhéus, no dia 21 de agosto de 2012.
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