Em breve, eu espero poder trazer
para crianças, jovens e adolescentes, meu mais novo espetáculo infanto juvenil:
“A Lenda do Cacau.” Texto que saiu recentemente do forno e que conta a história
de Kukulkan, fugitivo da Terra dos
Filhos do Sol, que foi enviado por Coração
do Céu, para levar a árvore Cacau ao Vovô
Tula, o único capaz de multiplicar a semente dos deuses. No caminho, Kukulkan encontra Théo e Maya, netos de Vovô Tula. Juntos, eles terão que
atravessar a Floresta da Lua Cheia, protegida pela Caapora, que abandona o fumo para se deleitar em bombons de
chocolate, à procura de seu avô, antes que sejam capturados pelo malvado anjo
negro Jabalu.
Entretanto, a história está apenas
começando. Eles ainda precisam enfrentar um dos mais populares e espantosos
entes fantásticos das matas brasileiras, o Curupira,
e descobrir as razões que levaram Vovô
Tula a pedir que sua filha batizasse o neto de Theobroma antes que Kukulkan
e Jabaru se encontrem para um grande
duelo.
O texto, recheado de símbolos e
simbologia, foi inspirado em lendas astecas, mayas e brasileiras, já que conta
com os personagens da Caipora e Curupira. A principal lenda asteca sobre a
origem do cacau fala de Quetzalcoatl que roubou uma árvore de cacau da terra
dos filhos do sol, para presentear seus amigos, os homens, com aquela delícia
dos deuses. Essa lenda deve ter influenciado Carolus
Linnaeus, botânico sueco, que classificou a planta, denominando-a
Theobroma cacao do grego Theo (Deus) e broma (alimento).
Uma lenda Maya fala de sua
principal divindade chamada Coração do Céu – também personagem de “A Lenda do
Cacau”. Depois de ter criado o mundo, as árvores, as gramas, todas as criaturas
do mar, os pássaros e os animais da terra, restou com algo importante faltando
fazer, que era criar a humanidade. Coração do Céu fez, então, várias tentativas
usando materiais comuns, como lama, madeira e, finalmente, pedra; entretanto,
todas as tentativas foram mal sucedidas. Eventualmente, usando ingenuidade e
criatividade, Coração do Céu formou um ser humano usando materiais diferentes
produzidos pela natureza: água, terra, madeira, milho, muitas frutas e cacau. E
assim, os humanos passaram a ter o cacau como um dos seus ingredientes
essenciais.
O cenário e o figurino ainda não
têm assinatura. Mas a ideia é fazer algo extremamente exótico (como a figura do
índio Pássaro Serpente). Os personagens Kukulkan, Jabaru, Théo, Maya, Vovô
Tula, Curupira, Caipora e Coração do Céu serão representados respectivamente
por Val Kakau, Andréa Bandeira, Ricardo Rodrigues, Lenoly Villas Boas, Romário
Góes, Aline Hafner, Cláudia Silva e Léia Raquel.
Esta e na semana que vem estaremos
estudando as características psicológicas e geográficas de cada personagem.
Assim como as relações interpessoais nas quais estão envolvidos. A principal
reflexão sobre o estudo desta semana é saber qual a relação entre Kukulkan e
Vovô Tula na trama. O elenco está quebrando a cabeça. A resposta está na
missão.
Pawlo Cidade, ator e diretor de Teatro.
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