Semana passada registrei aqui
sete escritores pouco conhecidos do público ilheense. Disse até que eles eram
apenas a ponta do iceberg. Isso é um fato. Trago agora mais oito que também
ilustram e narram fatos que estão presentes em nosso cotidiano.
Começo pela poetisa e escritora Ana Virgínia Santiago, colunista deste
jornal, que faz da sua “faxineira de ilusões” uma testemunha ocular de nossas
peculiaridades. Suas crônicas são um convite as idiossincrasias de uma
escritora sensível as mudanças e ao cotidiano.
Nesta pequena pesquisa, deparo-me
também com os poetas Gerson dos Anjos
e João Hygino, ambos da Academia de
Letras de Ilhéus. O primeiro, com seus versos brejeiros, nos encanta pela
delicadeza com que joga com as palavras, transformando a poesia num diálogo
freqüente com a vida, pelas experiências que, como autor, vivenciou e registra
bem isso em seu “Poemas no Tempo.” Afinal, como bem registra o poeta: “A minha
morada passa despercebida,/Pois está ao rés do chão,virou caminho./Meu nome não
consta em lugar nenhum./Ninguém traz flores nem acende uma vela./Não importa,
estou feliz.”
O segundo, Dr. João Hygino, opta
pelo divino e encontra em Deus inspiração para descrever sua trajetória e
homenagear seus amigos em “Velas ao Vento.” É ele quem implora: “Ninguém
perturbe o sono do poeta,/Deixa-o dormir, sereno, qual profeta/Sorrindo para os
céus.../Dorme, poeta, dorme o sono eterno,/Um poeta não morre, é
sempiterno.../Vive nas mãos de Deus!!!”
Há um outro autor que, inspirado
em fatos policiais, transforma histórias reais em novelas, recheadas de ficção.
Ele tem a medicina como profissão, mas encontra na literatura o prazer da
escrita. Falo do Acadêmico Jorge Matos,
autor de “O meu lado obscuro” – livro que trata dos mistérios e distúrbios que
afetam a mente humana - e “Amor e Obsessão em um só coração” que conta a
história de Fred, Joyce, Jaqueline e outros personagens.
“Aspecto, espectro, aparências,
interferências... Êta voadeira de pensamento sem nexo deste meu mundo desconexo
onde de conteúdo só existe mesmo a solidão!”, em “Conteúdo”, Janete
“Buscar a tragédia, a loucura/provar
o gosto do mar/tomar um banho de chuva/e, se enxugando, chorar.” O trecho do
poema “Desânimo”, pode parecer uma ode à preguiça, porém, traz-nos uma pista
dos poemas em “A Ética da Paixão”, escrita por Maria Luiza Nora, ou simplesmente, Baísa. “A paixão traz consigo
uma outra dignidade e esta não está prescrita, não está prevista, não está
clara...” Entretanto, Baísa, com seu sorriso meigo nos ensina pequenas
sabedorias como a “manutenção das máscaras que criamos.”
Em “Chácara das Tormentas”, o estreiante
Gustavo Cunha nos brinda com uma
história que se inicia em Dusseldorf, na Alemanha, no ano de 1945. Dr. Gustavo
também é médico e se diz sortudo por ter sido apresentado aos livros pela mãe
professora desde muito cedo. Inspira-se em Franz Kafka para escrever seus
livros. Este primeiro romance pretende ser apenas ponto de partida. E afirma:
“Nesta obra o inaceitável pode ser justificável.”
(Pawlo Cidade)Por fim, Romualdo Lisboa, diretor e produtor do Teatro
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