quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA SELEÇÃO POESIA BRASILEIRA, POESIA LIVRE 2022



A forma como se produz poesia no Brasil, mudou drasticamente nos últimos 10 anos, muito bem-vinda uma legião de novos autores produzindo obras de conceituada qualidade literária, concomitante ao frenesi do momento político-pandêmico, as redes sociais conseguem espalhar também a poesia. Muitos e ainda anônimos poetas, generosamente nos presenteiam com suas obras-primas.

Atenta ao momento, a Vivara Editora Nacional, transportará a arte das redes para os livros. Estão abertas as inscrições para, Seleção Poesia Brasileira, Poesia Livre 2022. Podem participar da seleção, todos os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 16 anos. Cada candidato pode inscrever-se com até dois poemas de sua autoria, com texto em língua portuguesa. O tema é livre, assim como o gênero lírico escolhido. Serão 250 poemas classificados. A classificação dos poemas resultará no livro, Poesia Livre 2022, Antologia Poética.

O certame está entre as mais destacadas seleções literárias da língua portuguesa. A licença poética em pleno exercício, através do ineditismo da nova poesia em sua forma e conteúdo. A poesia contemporânea egressa do cotidiano, merecedora das condições de permanência entre o que há de melhor no patrimônio literário brasileiro. A seleção literária é uma importante iniciativa de produção e distribuição cultural, alcançando o grande público, escolas e faculdades.

Inscrições gratuitas.

De 05 de dezembro de 2021 a 05 abril de 2022 pelo site, www.poesialivre.com.br

Para o esclarecimento de dúvidas, escreva para o endereço da Vivara Editora Nacional, atendimentotelefone@vivaraeditora.com.br

Realização: Vivara Editora Nacional

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

SECULT LANÇA CARTILHAS ONLINE E VÍDEOS SOBRE GESTÃO ESTRATÉGICA NA ÁREA DO LIVRO E LEITURA




O Departamento de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas – DLLLB, da Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo, lança cinco vídeos e quatro cartilhas online que tratam da temática Livro e Leitura: acesso, pluralidade e fortalecimento da cadeia produtiva. 

As cartilhas e vídeos abordam as dimensões simbólica, cidadã e econômica que envolvem o setor de livro e leitura e são apresentados de forma didática e criativa. Para cada categoria de público, foram desenvolvidos cartilha e vídeo específicos com as seguintes abordagens: 

• Cartilha 1 – Responsáveis Políticos: trata das legislações; possibilidades de cooperação; planejamento estratégico e tomada de decisões na área do livro e leitura. 

• Cartilha 2 – Gestores Públicos: aborda os marcos legais; cadeias do livro; elaboração de planos e leis; parcerias com a sociedade civil; potencial econômico do setor e possibilidades de financiamento.

• Cartilha 3 - Profissionais de Bibliotecas: trata da bibliodiversidade; acessibilidade e inclusão; cibercultura; análise dos públicos de bibliotecas; planos de marketing; gestão de projetos na área; serviços e produtos. 

• Cartilha 4 - Educadores e Profissionais da Área do Livro, Leitura e Literatura: aborda a formação de leitores; mediadores de leitura; bebetecas; plataformas de livros; setor editorial; feiras e projetos de difusão do livro. 

As cartilhas e vídeos permanecerão disponíveis gratuitamente para consulta e download no site da Secretaria Especial da Cultura, acesse: https://bit.ly/3F5y1HK

O setor do livro e leitura gera desenvolvimento social e econômico para o país. Estudo realizado em 2018 pela Fundação Getúlio Vargas revelou que no âmbito da Lei de Incentivo à Cultura, desde sua criação, a área de humanidades (que contempla o setor editorial, publicações de livros e eventos literários) possui o maior índice de alavancagem individual – de R$ 1,69 – enquanto as demais áreas culturais apresentam índice médio de R$ 1,59. Ou seja, para cada R$ 1,00 de patrocínio aplicado em feiras literárias e produção de livros, R$ 1,69 é movimentado na economia como um todo. Portanto, apesar de os projetos da área de humanidades terem um custo menor se comparado às outras áreas culturais, sua execução gera um impacto econômico maior. O estudo mostrou ainda que a área de humanidades movimentou R$ 5 bilhões desde a publicação da Lei de Incentivo à Cultura. 

Ainda, o hábito da leitura fomenta o conhecimento, inovação e cidadania com efeitos na diminuição da violência e geração de emprego e renda. As políticas públicas voltadas para a área do livro, leitura e literatura no Brasil possuem marcos legais importantes que traçam ações estratégicas de fomento, como a Política Nacional do Livro – PNL (Lei nº 10.753/2003), o Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL (Decreto nº 7.559/2011) e a Política Nacional de Leitura e Escrita (Lei nº 13.696/2018).

O material é resultado da cooperação técnica internacional entre a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, por meio do DLLLB, a UNESCO e a Agência Brasileira de Cooperação – ABC. O material foi produzido pelo Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais - IPCCIC e contou com investimento de R$ 152.700,00 para sua realização.

- Dúvidas e Informações 






Fonte: Ascom/ Secult

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

PROTEJA SUA OBRA COM O REGISTRO DE DIREITO AUTORAL EM BLOCKCHAIN



O registro de direitos autorais em blockchain é uma das formas mais seguras de proteger a sua produção intelectual de fraudes e plágios. No Portal de Serviços da CBL, a certificação é realizada por meio dessa tecnologia, que veio para revolucionar o processo. 

O blockchain é como um livro de registros público, onde todos conseguem verificar a autenticidade das informações. A maior vantagem desta tecnologia é que ela certifica a autoria ou a titularidade da sua obra de maneira extremamente segura. Isto porque ela impede a alteração de dados em um sistema.

O blockchain também descomplicou o processo. Nada mais de papelada ou burocracia. No nosso portal, você realiza o registro virtualmente, com agilidade e segurança. Em dois dias úteis da confirmação do pagamento você já recebe o seu certificado de validade global.

Acesse o nosso site www.cblservicos.org.br e garanta o registro de uma obra de sua autoria! 

Confira o valor: 

Registro de direitos autorais: R$ 69,90 

Ficou com alguma dúvida? Basta enviar um e-mail para Samuel Batista: registro@cbl.org.br

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

DECLARAÇÃO DO FORRÓ COMO PATRIMÔNIO CULTURAL E IMATERIAL DO BRASIL LEGITIMA A DIVERSIDADE MUSICAL DO PAÍS




ANÁLISE – A declaração do forró como patrimônio cultural e imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez justiça na quinta-feira, 9 de dezembro de 2021, a um universo musical tão importante quanto o samba para a construção da identidade sonora do Brasil. 

Por visão etnocêntrica carioca, o samba sempre foi apresentado como o “ritmo nacional” porque a cidade do Rio de Janeiro (RJ) é percebida como a capital cultural do Brasil. 

É assim que o mundo vê a música do Brasil, embora a recente visibilidade planetária do funk esteja reconstruindo essa identidade musical criada nos anos 1940 – com a ascensão nos Estados Unidos da cantora Carmen Miranda (1909 – 1955), voz do samba que acabou propagando a rumba no mercado norte-americano – e alicerçada com a explosão da Bossa Nova nos EUA a partir de 1962. 

Só que, dentro das fronteiras do Brasil, o forró sempre foi tão importante quanto o samba. Com a diferença de que, a rigor, forró nunca foi um gênero musical como o samba. Forró é rótulo genérico que designa diversos gêneros musicais nordestinos, como baião, xaxado, xote e quadrilha – ritmos recorrentes na obra de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), grande pilar da música da nação nordestina.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA CLICANDO AQUI.


Texto: Mauro Ferreira, jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, 
com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos. Portal G1.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

LIVROS PUBLICADOS POR EDITORAS INDEPENDENTES VENCEM O PRÊMIO SP DE LITERATURA



O Prêmio São Paulo de Literatura anunciou na manhã desta terça (23), os vencedores da sua 14ª edição. Depois de receber 281 inscrições, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado divulgou que o mineiro Edimilson de Almeida Pereira foi o escolhido na categoria Melhor Romance do Ano de 2020 com o livro Front (Nós). Já em Melhor Romance de Estreia do Ano de 2020, a vencedora foi a gaúcha Morgana Kretzmann, autora do livro Ao pó (Patuá). Cada ganhador receberá R$ 200 mil.

Poeta, ficcionista, ensaísta, professor e pesquisador da cultura e da religiosidade afro-brasileiras, Edimilson narra em Front, a trajetória de um homem nascido na miséria e que sobrevive do que encontra no lixo. Ele se constitui a partir dos escombros de uma cidade hostil e monta, peça por peça, o mosaico da sua subjetividade com os estilhaços de uma vivência de violência, abandono e desigualdade. Edimilson participa da 19ª edição da Flip o dia 28 de novembro, às 18h, na mesa "Folhas e verbos", que contará ainda com a participação de Véronique Tadjo e mediação de Joselia Aguiar.

Já a atriz, roteirista e produtora cultural Morgana Kretzmann, traz em Ao pó, a história de vingança de uma mulher que foi abusada sexualmente na infância e leva o leitor a refletir sobre as mais dramáticas experiências da condição humana.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Festival de Dança Itacaré inscreve para atividades formativas gratuitas



Festival de Dança Itacaré – Edição IX está com inscrições abertas para oficinas, palestras e rodas de conversas que serão realizadas ao longo do evento que acontece entre os próximos dias 08 e 14 de novembro. O evento ainda contemplará o lançamento do documentário Tenho Festival de Dança Itacaré – Edição IX está com inscrições abertas para oficinas, palestras e rodas de conversas que serão realizadas ao longo do evento que acontece entre os próximos dias 08 e 14 de novembro. O evento ainda contemplará o lançamento do documentário Tenho ouvido pra dançar, danças filmadas e performances gravadas. Mais detalhes estão disponíveis no site oficial https://festivaldedancaitacare.com.br/ANO-IX/.

Apesar das atividades serem gratuitas, as vagas são limitadas. Por isso, as pessoas interessadas devem garantir sua participação através da plataforma Sympla. Os detalhes sobre dias e horários das atividades que serão realizadas entre os dias 08 e 13, bem como os currículos dos profissionais que irão conduzi-las, estão disponíveis no site. 

As oficinas previstas são: Mito Pessoal e Mistério do Inconsciente, com Tânia Bispo; Corpo-cidade-casa: habitar a si para habitar o mundo, com Fabiana Dultra Britto, Clara Passaro, Dilton Lopes de Almeida Júnior, Gábe Maria Pires dos Santos, Júlia Domínguez, Maria Eduarda Azevedo e Rafaela Lino Izeli; e Estéticas plurais: a diáspora em movimento, com Soraya Martins.

O Festival de Dança Itacaré – Edição IX vai promover conversas com grupos e profissionais diversos. A primeira será Roda de Conversa – BTCA 40 anos, com Mônica Nascimento, Fernanda Santana, Paullo Fonseca e a diretora artística do BTCA, Ana Paula Bouzas. A segunda será Centro de Formação em Artes: Por Uma Política Formativa Afrodiaspórica. Os convidados serão Jacson do Espírito Santo, diretor do CFA, e Márcio Fidélis, professor do Curso Técnico em Dança da Funceb. Já o último bate-papo, Processos Criativos - Performances Gravadas, reunirá os artistas Letícia Sekito, Felipe Lwe, João Rafael Neto e Giltanei Amorim.

As palestras que integram a programação do Festival de Dança Itacaré – Edição IX são Grupo GIRA: ativismo acadêmico na dança, com Amélia Conrado. A atividade é um convite à uma reflexão sobre estratégias de ativismo acadêmico na área da dança, o qual emerge da presença de atores sociais e das políticas afirmativas no campo das artes e culturas. A segunda palestra será Histórias do Corpo, com Ivana Menna Barreto, que vai falar sobre o projeto de pesquisa que aborda textos e trabalhos sobre as muitas histórias contadas a partir da colonização no Brasil.

O projeto Festival de Dança Itacaré – Edição IX tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Senegalês ganha maior prêmio literário da França com romance sobre busca pelo “Rimbaud negro”



Senegalês Mohamed Mbougar Sarr, 31, ganha prêmio Goncourt 2021 com livro "La plus secrète mémoire des hommes". © AFP - BERTRAND GUAY

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) e não se pode dizer que foi uma surpresa. Há dias as apostas da imprensa especializada indicavam que o romance "La plus secrète mémoire des hommes" (A mais secreta memória dos homens, em tradução livre) era o favorito para a premiação.

Com uma escrita ambiciosa, em que diversos gêneros literários se revezam, o livro conta a busca de um jovem escritor senegalês para resgatar a memória de um autor que ficou conhecido como o “Rimbaud negro” após publicar um livro que causou escândalo na Paris de 1938. 

Diégane vai seguir o rastro do misterioso T.C. Elimane e, nesse percurso, enfrentar dois dos grandes apocalipses do século 20: o colonialismo africano e o Holocausto. A história vai do Senegal à França passando pela Argentina, em uma narrativa que explora a mais importante questão da literatura: por que, como e para quem escrevemos?

“É um livro de iniciação sobre a paixão pela literatura, a vontade de escrever, sobre a vontade de encontrar um sentido através da criação”, resumiu o autor Mbougar Sarr em uma entrevista concedida em agosto.

Para o presidente da Academia Goncourt, Didier Decoin, o livro é um “hino à literatura".

Três décadas de vida e quatro livros

Este é o quarto romance do jovem autor que publicou seu primeiro título em 2014, quando tinha apenas 24 anos. Nascido em Dakar e o mais velho dos filhos de um médico, Sarr dedicou seus estudos em Paris à literatura negra e abandonou seu doutorado para abraçar a escrita.

A escolha mostrou-se acertada. Seu primeiro romance, “Terre ceinte”, sobre a vida em um vilarejo sob domínio de milícias jihadistas, ganhou três prêmios literários.

Com “Silence du choeur”, seu segundo romance, Sarr levou duas outras condecorações pelo livro que aborda a vida dos imigrantes africanos na Sicília. Em 2018, ele faz uma escolha ousada e lança "De purs hommes", um romance sobre a experiência homossexual no continente africano.

Apesar dos prêmios e da recepção favorável da imprensa, o senegalês até então era pouco conhecido do público na França e no mundo. No Brasil, nenhum dos seus títulos tem tradução para o português.

A conquista do Goncourt por seis dos dez votos do júri deve mudar esta história. O prêmio é conhecido por provocar euforia de venda, tendo alguns de seus títulos ganhadores ultrapassado a fronteira dos milhões de exemplares vendidos. 

Ao chegar ao mítico restaurante Drouant, em Paris, onde acontece a cerimônia do Goncourt, o jovem poupou palavras à imprensa. "Eu sinto muita alegria", disse.

A veterana Amélie Nothomb

O prêmio Renaudot, também anunciado nesta quarta-feira, foi conquistado pela escritora belga Amélie Nothomb e seu romance “Premier sang” (Primeiro sangue, em tradução livre).

Para essa autora sucesso de vendas e com dezenas de livros editados, alguns traduzidos em português, o prêmio servirá de homenagem ao pai. Seu romance ficciona as memórias de seu pai, morto em 2020.

* Com informações de Catherine Fruchon-Toussaint, da RFI, e da AFP

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

FERNANDO LEITE MENDES, O CRONISTA A SE RESGATAR POR HENRIQUE FENDRICH*


Há um time de grandes cronistas mais ou menos célebres, tido como a “geração de ouro da crônica”, mas também há nomes que ficaram esquecidos com o passar dos anos e cujo resgate pode evidenciar que eles não faziam feio em meio aos “medalhões” do gênero. Cyro de Mattos e Ivo Korytowski se propuseram a resgatar um desses nomes, o jornalista e escritor baiano Fernando Leite Mendes (1931-1980), de atuação na TV Tupi, e organizaram “O gigante e a bicicleta e outras belas crônicas” (Via Litterarum, 2020), obra que dá boas mostra da produção desse cronista.

Fernando é cronista que se destaca pela elegância da sua linguagem e pela cultura de suas referências, assemelhando-se, nisso, ao Henrique Pongetti, outro cronista de sucesso e talento que, no entanto, mal é lembrado nos dias de hoje. Fernando apresenta notável acento lírico, como aquele que mais se valoriza em cronistas como Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. Algumas de suas crônicas são perfeitos poemas em prosa (vide “A monja e os sinos”).

A exemplo de Paulo Mendes Campos, ele também usa a crônica como forma de fazer certos exercícios poéticos, entre os quais se destaca “Uma carga de esperança”, crônica sobre um caminhão em que viajavam várias freiras. A partir disso, o cronista parte para especulações líricas sobre aquele evento, nas quais revela a visão mais humanizada que tinha da religião. Há ainda “A alma e a carta”, verdadeiro esparramo lírico a valorizar o “literário” na crônica.

Fernando Leite Mendes também se mostra um grande criador de cenários. A partir de um evento específico (o despejo de uma velha senhora, um suicídio na Torre Eiffel), ele como que dá um giro de 360 graus para retratar o entorno e assim mostrar tudo o que acontece conjuntamente à história que relata. A sensibilidade do seu olhar deixa essas pequenas histórias ainda mais bonitas.

Também ele se ocupa de notícias dos jornais, também ele capta, em meio a fatos frios e objetivos, a centelha de vida e poesia que merece ser eternizada, subvertendo os valores-notícia que costumam orientar a produção jornalística. “O burro sumiu” lembra muito a forma como o Braga tratava as notícias. Nem se diga que não estava atento aos eventos do seu tempo, mas mesmo a ditadura recém-inaugurada recebeu dele não um artigo, e sim uma crônica em forma de alegoria, a sua defesa, como cronista, diante da tirania vigente.

A passagem do tempo, indissociável ao próprio conceito de crônica, também não lhe escapa, e, como é tradição, também há aqui e ali um passarinho (se bem que o fim deles possa não ser muito bom nas crônicas de Fernando). Às vezes, a crônica exigia um conto infantil de Fernando, às vezes uma história divertida do cotidiano, uma análise brejeira dos costumes da sociedade, e dessas obrigações todas o escritor não se furtava e as realizava a contento.

Fernando cultivou a crônica com paixão durante grande parte da vida e essa pequena mostra evidencia o seu talento e o acerto do seu resgate.



* Henrique Fendrich é escritor e jornalista. Editor da revista digital da crônica RUBEM, criada para homenagear o cronista Rubem Braga.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

ÚLTIMO DIA DE INSCRIÇÕES FESTIVAL DE DANÇA ITACARÉ




Hoje é nosso último dia de inscrições da Convocatória!!! Ainda dá tempo!!! Convidamos artistas solo, grupos, coletivos ou companhias de dança que desenvolvem investigação em dança contemporânea, com atuação no âmbito estadual e nacional, para participarem do Festival de Dança Itacaré Edição IX.

Inscrições no site https://festivaldedancaitacare.com.br/ANO-IX/

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

SELEÇÃO DE CONTOS DO PROJETO ABXZ FOI PRORROGADO


A Academia de Letras de Ilhéus e a Editora Via Litterarum acabaram de anunciar a prorrogação da seleção de contos ABXZ - Caminho das Pedras. Serão selecionados 30 contistas. Cada autor terá direito a um exemplar do livro publicado. Saiba mais no blog da Academia de Letras de Ilhéus e no site da Editora Via Litterarum.

Vale salientar que só podem participar os moradores da região da bacia do Almada, no Litoral Sul da Bahia, a exemplo das cidades de Ilhéus, Barro Preto, Coaraci, Uruçuca, Itajuípe e Almadina. O gênero literário escolhido para esta edição é o conto. Entende-se por conto uma literatura de gênero épico narrativo, podendo ou não apresentar tensão, ritmo, imprevistos, compactação, concisão, conflito, início, meio e fim: o passado e o futuro têm significado menor. Pode haver diálogos, narração e finais enigmáticos.

SEGUNDA EDIÇÃO DO FLISBA ACONTECE NESTE FIM-DE-SEMANA



O 2º Festival Literário Sul - Bahia (FLISBA) acontece nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 2021 com transmissão pelo YouTube. O FLISBA neste ano tem como tema: “Primavera Literária: arte na superação da pandemia”. Serão três dias com mesas envolvendo debates literários, saraus, slam, apresentações de escritores, poetas e artistas, além de oficinas com contações de histórias e escritas literárias. Ao longo da programação intervenções artísticas e lançamentos de livros serão realizados. Há atividades para crianças e adolescentes. 

O FLISBA visa difundir a literatura, promover o intercâmbio cultural e refletir sobre a cultura popular, questões ligadas à diversidade de gênero e direitos humanos, as mulheres na literatura. Nesta edição as homenagens serão prestadas a Paulo Freire, Carolina Maria de Jesus e Elvira Foeppel. O primeiro um nordestino - educador, a segunda uma catadora de resíduos sólidos e escritora e a terceira é uma sul - baiana que desafiou os costumes na região do cacau.

As mesas literárias vão ocorrer pelas tardes e noites. A transmissão das mesas vai ocorrer pelo YouTube e oficinas literárias, no turno da manhã, via plataforma Zoom. As inscrições estão abertas no Sympla. Todas as atividades são gratuitas.

As pessoas que vão acompanhar as mesas do FLISBA e possuem interesse em receber certificação poderão fazer a inscrição via plataforma Sympla no seguinte link: https://www.sympla.com.br/ii-festival-literario-sul---bahia__1337857. Cada Oficina tem um link específico. Os interessados também serão certificados caso faça a inscrição e participe.

A programação do FLISBA contempla o SLAM SUL-BAHIA MAGNUS VIEIRA, que faz uma homenagem a um dos criadores do FLISBA e do Slam dentro da programação do Festival. O poeta faleceu no mês de março deste ano, surpreendendo a comunidade cultural do Estado da Bahia. Os vencedores do Slam vão receber brindes e os participantes serão certificados pela participação. O Slam é uma competição de poesia falada.

Mais informações sobre o FLISBA podem ser obtidas pelas redes sociais do evento. 


Instagram: @flisba

Facebook: Flisba


Links para a realização de Inscrições nas Oficinas

Dia 25/09 (sábado)

08:30h - Oficina 1 - Ilustração de Livros com João Lucas – Link para inscrição: https://bit.ly/39j3I1N

10:30h - Oficina 2 - Contação de história: Mirian Oliveira e Cremilda da Conceição – Link para inscrição: https://bit.ly/3hJRpQz

10h30 - Oficina 3 - Conto – Cátia Hughes: https://bit.ly/3u1Lzze


Dia 26/09 (domingo)

09:00h - Oficina 4 - Poesia com Roger Ferreira: https://bit.ly/2Xt5n27

10:30h - Oficina 5 - Conto para Crianças com Neila Bruno: https://bit.ly/39hRNRQ

10:30h - Oficina 6 - Contação de história com Paula Anias e Aurora Souza: https://bit.ly/3CqF8Zf



segunda-feira, 6 de setembro de 2021

BAHIA PONTO A PONTO: ENCONTROS VIRTUAIS REUNIRÃO 675 PONTOS DE CULTURA



A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) realiza a segunda edição do projeto Bahia Ponto a Ponto - Encontro Territorial dos Pontos de Cultura, que reunirá representantes dos 675 Pontos de Cultura espalhados pelos 27 territórios de identidade do estado. O objetivo é fortalecer a Rede de Pontos que foi ampliada, em 2020, através da Certificação Simplificada Estadual, processo que reconheceu novas entidades artístico-culturais como Pontos de Cultura. Ao todo serão sete encontros virtuais, realizados através da plataforma Google Meet, que acontecerão de 15 de setembro a 27 de outubro, toda quarta-feira, às 14h.

Os novos membros da rede de Pontos de Cultura serão apresentados à Comissão Estadual de Pontos de Cultura e conhecerão de forma mais aprofundada a Lei Nacional de Cultura Viva, mecanismo que criou os Pontos de Cultura, em 2004, com o objetivo de desburocratizar os processos de prestação de contas e repasse de recursos para as organizações da sociedade civil. O primeiro encontro, marcado para 15 de setembro, reunirá representantes dos Pontos de Cultura dos territórios Litoral Sul, Baixo Sul, Extremo Sul e Costa do Descobrimento.

Link da videochamada: https://meet.google.com/fbr-wiuo-fuo


PROGRAMAÇÃO COMPLETA 

Litoral Sul, Baixo Sul, Extremo Sul e Costa do Descobrimento

Quando: 15/09 (quarta-feira) - 14h 

Portal do Sertão, Recôncavo e Litoral Norte e Agreste Baiano

Quando: 22/09 (quarta-feira) - 14h 

Metropolitano de Salvador

Quando: 29/09 (quarta-feira) - 14h 

Semiárido Nordeste II, Itaparica, Sisal, Piemonte Norte do Itapicuru e Sertão do São Francisco

Quando: 06/10 (quarta-feira) - 14h 

Irecê, Piemonte da Diamantina, Chapada Diamantina, Piemonte do Paraguaçu e Bacia do Jacuípe

Data: 13/10/2021 (quarta feira) - 14h 

Bacia do Rio Grande, Bacia do Rio Corrente, Velho Chico e Bacia do Paramirim

Data: 20/10/2021 (quarta feira) - 14h 

Médio Sudoeste, Vale do Jiquiriçá, Sertão Produtivo, Médio Rio de Contas e Sudoeste Baiano

Data: 27/10/21 (quarta feira) - 14h 


SERVIÇO 

O quê: Bahia Ponto a Ponto - Encontro Territorial dos Pontos de Cultura 

Quando: 15/09 a 27/10 

Onde: Plataforma Google Meet - 

Link da videochamada: https://meet.google.com/fbr-wiuo-fuo 

Mais informações: 
(71) 99688-1460 (Whatsapp) redeculturavivabahia@cultura.ba.gov.br

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

CONSULTA PÚBLICA PARA RECEBER CONTRIBUIÇÕES ACERCA DOS SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA FICA ABERTA ATÉ 1º DE OUTUBRO


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De 19 de agosto a 01 de outubro estará aberta a Consulta Pública dos Salões de Artes Visuais da Bahia 2021/2022. A ação acontece com objetivo de ampliar a participação da comunidade artística na construção da nova edição dos Salões, reaproximando os artistas do projeto, retomando os debates e reaquecendo o sistema criativo baiano.


A Consulta Pública é destinada aos artistas visuais de todo o estado, que poderão contribuir para atualização dos Salões no cenário contemporâneo, tendo como mote a ampliação de sua territorialização e difusão, atualizando suas práticas e dando mais visibilidade aos seus resultados.

Além de inserir dados profissionais como formação, linguagem arte visual em que atua, e território de identidade ao qual pertence, os interessados poderão também contribuir com suas opiniões acerca das atividades formativas que gostariam que fossem oferecidas na programação preparativa dos Salões; os curadores nacionais que gostariam que visitassem a exposição coletiva para conhecer os artistas selecionados; cidades que gostariam que recebessem a exposição itinerante do Salão, caso aconteça; além de poderem compartilhar suas ideias e expectativas quanto à nova edição do projeto.

O primeiro passo em direção à atualização do projeto foi dado na última terça-feira (10/08), quando artistas visuais de todo o estado, dirigentes da Funceb, pesquisadores de universidades públicas, além de artistas convidados, puderam retomar os diálogos dos Salões de Artes Visuais da Bahia 2021/2022 e compartilharam suas ideias e expectativas acerca desta nova edição.

 

Mais antigo projeto continuado da Fundação Cultural do Estado (Funceb/SecultBA), os Salões de Artes Visuais da Bahia retornam em 2022, 30 anos após sua primeira edição. Os Salões visam apresentar ao público a diversidade da produção baiana em Artes Visuais, divulgar e valorizar o trabalho dos artistas de diversas regiões do estado e estimular a reflexão sobre temas atuais da área.  Confira aqui como foi o diálogo!


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

CONSULTA PÚBLICA ABERTA PARA O PRÓXIMO EDITAL DA SECULT



A SecultBA - @secultba - abre nesta segunda-feira, 23/08/2021, uma consulta pública com pontos do edital de prêmio a ser lançado com os recursos remanescentes da Lei Aldir Blanc. Esta proposta foi apresentada ao Conselho Estadual de Cultura da Bahia e agora é disponibilizado à toda a sociedade para enviar as suas contribuições. Sua contribuição é muito importante para melhoria dos instrumentos da SecultBA. Para contribuir acesse o site cultura.ba.gov.br 

Sua contribuição é muito importante para melhoria dos instrumentos da SecultBA.  Para contribuir. basta ler o documento em PDF (disponível aqui) com alguns pontos do edital e responder o formulário via link. Clique Aqui!

Esta consulta ficará aberta até 23h59 da quarta-feira, 25/08/2021.

#emergenciacultural 
#leialdirblanc 
#programaaldirblancbahia 
#culturanapalmadamão 
#culturaquemovimenta 
#secultba 
#funceb

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DA BAHIA CONVIDA ENTIDADES PARA COMPOSIÇÃO DO CONESP



As inscrições para os novos conselheiros que vão compor o Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social - Conesp, estão abertas até o dia dois de setembro de 2021.


O edital que regula as inscrições no processo eleitoral que tem por objetivo eleger quatro novos Conselheiros para compor o Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social – Conesp, foi publicado no dia 3 de agosto, no Diário Oficial do Estado da Bahia.

Serão escolhidos dois representantes de entidades ou organizações da sociedade cuja finalidade esteja relacionada com segurança pública e defesa social e dois outros de entidades de profissionais de segurança pública, para um mandato de dois anos, no biênio 2021- 2023, em atendimento ao disposto na Lei Federal no 13.675/2018, que instituiu a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social - PNSPDS, criou o Sistema Único de Segurança Pública - SUSP e autorizou a criação dos conselhos de segurança pública e defesa social, e na Lei estadual no 14.169/2019, que criou e disciplinou o Conesp.

Os conselhos de segurança pública e defesa social são parte integrante da estrutura do SUSP e essenciais à execução da PNSPDS. Devem congregar representantes com poder de decisão dentro de suas estruturas governamentais e têm natureza de colegiado, com competência consultiva, sugestiva e de acompanhamento social das atividades de segurança pública e defesa social, respeitadas as instâncias decisórias e as normas de organização da Administração Pública.

Na Bahia, o Conesp é composto pelo Secretário da Segurança Pública, que o preside, Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, Comandante-Geral da Polícia Militar, Delegado-Geral da Polícia Civil da Bahia, Diretor-Geral do Departamento de Polícia Técnica, Superintendente de Proteção e Defesa Civil, representante da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, representante do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, representante do Ministério Público do Estado da Bahia, representante da Defensoria Pública do Estado da Bahia, representante da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia, dois representantes de entidades ou organizações da sociedade cuja finalidade esteja relacionada com segurança pública e defesa social e dois representantes das entidades de profissionais de segurança pública. A composição do Conesp reúne 16 integrantes ao todo.

O processo eleitoral será realizado em cinco etapas: cadastramento das entidades no SEI/BA, inscrições no processo eleitoral, realização da Assembléia Eleitoral, interposição de recursos e homologação dos resultados.

Poderão concorrer às eleições os dirigentes inscritos pelas entidades interessadas, via Sistema Eletrônico de Informações do Estado da Bahia (SEI/BA), em duplas, de modo a ocupar as posições de Conselheiro e seu suplente. Cada entidade poderá apresentar apenas uma dupla de candidatos, desde que observados os requisitos previstos no Edital.

A Assembleia Eleitoral acontecerá no dia 13 de setembro, com início previsto para a 9 horas, no Auditório do Centro de Operações de Inteligência, localizado no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.

Fonte: Ascom/UESC

terça-feira, 17 de agosto de 2021

COLETIVO FLISBA QUER SABER QUANTOS ESCRITORES EXISTEM NO SUL DA BAHIA


O Coletivo Literário FLISBA está promovendo o mapeamento literário dos escritores e escritoras do sul da Bahia, inclusive, daqueles que possuem obras literárias escritas, mas que ainda não foram publicadas. Podem também participar do mapeamento as pessoas que atuam com a literatura oral, redes sociais entre outros suportes de divulgação dos trabalhos. O objetivo da pesquisa é traçar o perfil da produção literária sulbaiana e colaborar com ações que visam estimular a escrita, o apoio e articulação de estratégias para apoiar a divulgação dos artistas que atuam com a palavra e escrita.

O sul da Bahia é uma terra fértil de escritores, inclusive, alguns deles com destaque internacional como Jorge Amado, Adonias Filho. Seguem a tradição literária grapiúna: Sosígenes Costa, Valdelice Pinheiro, Telmo Padilha, Elvira Foeppel, Janete Badaró  e tantos outros escritores com origem na região.

Para Luh Oliveira, uma das responsáveis por coordenar a ação junto ao Coletivo FLISBA, compreende que o mapeamento visa identificar “Quem somos nós? Onde moramos? Que literatura fazemos? Quantos somos?” Para ela, “tudo isso é importante para a visibilidade da literatura sul-baiana bem como para a divulgação e o incentivo de escritores/as de nossa terra.”

Os interessados podem preencher o questionário por meio do seguinte link:

https://bit.ly/2VJ8qTo 

O preenchimento do questionário fica disponível até 08 de setembro de 2021. As informações serão tratadas e os resultados das análises serão divulgados posteriormente.

Ascom/FLISBA

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

CÂMARA DE VEREADORES DE ILHÉUS FAZ AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE FUTURO DA CULTURA E DO TURISMO NO MUNICÍPIO

 



A audiência reuniu representações artísticas, políticas e empresariais de Ilhéus e foi considerada um absoluto sucesso.



Ainda há um abismo gigantesco entre as políticas públicas voltadas para os segmentos da Cultura e do Turismo de Ilhéus e a relação direta que especialmente a Prefeitura – independente de qual governo esteja no poder - mantém com os protagonistas destes dois importantes setores. Enquanto a cidade possui uma moderna legislação para abrigar e proteger os dois segmentos e fazê-los avançar, artistas e empresários se sentem desprotegidos, solitários, à espera de ações mais efetivas que possam fazer “a roda girar”. Para todos.

Essa foi a principal conclusão tirada hoje (12), durante Audiência Pública realizada pela Câmara Municipal de Ilhéus para discutir o futuro dos dois segmentos, tidos como fundamentais para o processo de crescimento da economia da cidade, especialmente no período da pós-pandemia. “Isso acontece por que ações isoladas não avançam. É preciso trabalhar em grupo”, resume o presidente da Academia de Letras de Ilhéus e representante Fundação Cultural do Estado da Bahia no evento, Pawlo Cidade.

Grupo de Trabalho

A audiência reuniu representações artísticas, políticas e empresariais de Ilhéus e foi considerada um absoluto sucesso pelo propositor, o vereador Alzimário Belmonte, o Gurita (PSD). Participaram ainda os vereadores Cláudio Magalhães (PCdoB), Kaíque Souza (Podemos) e Ederjúnior dos Anjos (PSL). Um Grupo de Trabalho começa a atuar já na próxima quinta-feira (19), a fim de elaborar uma estratégia de aproximação entre governo e sociedade, viabilizando ações que beneficiem os dois setores, com uma pauta definida e um objetivo planejado.

“O caminho é parar com a política de balcão e democratizar recursos por meio de edital, com lisura e com rigor”, opina a cantora e compositora Eloah Monteiro. Ao receber o convite para participar do evento, ela chegou a pensar em não comparecer. “Resisti, estava com a sensação de descrença”. A artista lembrou que em 2019 apresentou – e foi aprovado com apoio da Prefeitura - um projeto artístico colocando Ilhéus na maior rede de música autoral do mundo. O evento foi realizado. Mas até hoje ela aguarda o repasse a que tinha direito. “A arte é um desafio para todos nós. Eu só existo se eu mesma me financiar”, lamentou.

Ideia, ação e resultado

A mesma sensação de Eloah é partilhada pelo empresário Átila Eiras, presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (ATIL). “A cabeça do empresário é clara. Pensamos nesta ordem: ideia, ação, resultado. O plano existe. É praticar. Mas o sentimento é de que sempre estamos fazendo tudo de novo”, afirmou. Eiras destacou que, lamentavelmente, o potencial turístico de Ilhéus ao longo dos anos não saiu do lugar. “É o mesmo que ter uma Ferrari na garagem, ficar olhando pra ela e não andar com ela. É diferente de quem tem um fusca, anda e faz a roda girar”, comparou.

Liderança importante do terceiro setor, a ativista social, Socorro Mendonça, do Instituto Nossa Ilhéus, disse que mesmo diante desta realidade, a cidade precisa acreditar que um dia pode ser diferente. Ela destacou a audiência pública como uma oportunidade de mostrar ao poder público que a sociedade se preocupa com a cidade e quer acertar. “Para isso é preciso que tenhamos consciência do que está sendo adotado. Onde estamos e onde queremos chegar. As oportunidades e os desafios. E o que é mais importante: o que fortalece e o que nos enfraquece”, apoiou a artista popular, Janete Lainha, que defende a mesma tese.

Falta espaço

A cantora Laís Marques lembrou que é inconcebível que esteja num lugar com tantos artistas e que não se sinta parte dos espaços artísticos da cidade. O ex-vereador Paulo Moreira foi além. Para ele, faltam projetos bem elaborados e priorizar o que, de fato, possa ser elemento gerador de emprego e renda. “No Turismo, por exemplo, a realidade é que ele seja pensado como produto e não mais de forma amadora”, destacou.

Em geral, a maior queixa para o segmento do turismo é a falta de um calendário promocional fixo e a necessidade da melhoria de serviços na cidade, como o seu aspecto visual. “Uma campanha de limpeza pública não se restringe ao lixo que é retirado da cidade. Ilhéus começa da praia pra dentro. E as praias são abandonadas”, lamenta o empresário do ramo de hotelaria, Raimundo Júnior. Para ele, “as regras estão aí, mas a prática não é feita”.

Um outro olhar

Na cultura, o número limitado de espaços culturais e uma forma mais transparente na contratação de artistas, sem privilégios de grupos apadrinhados, são a principal queixa. “Não estamos dentro de uma caixinha. Não somos apenas academias. Somos grupos de dança nos bairros. A dança tem que ser vista uma ação física, educacional, artística e cultural. Estou aqui pedindo um olhar, espaços e oportunidades. Olhem para as praças, os espaços culturais, onde podemos nos apresentar”, reivindicou Bianca Lavigne, do Setorial de Dança.

Esta falta de estrutura é confirmada pela professora Sheila Carvalho. Há 20 anos a Associação Cultural Amigos de Morpheu, da qual é integrante, mantém uma quadrilha junina, representando o bairro Nelson Costa. “A gente ensaia no meio da rua, muitas vezes na chuva”, afirma. No restante do ano, ela assegura que a sua entidade tem projeto, mas não tem espaço para desenvolvê-los.

“Nadando contra a correnteza”, o diretor artístico Ed Paixão toca, com parcos recursos, a construção de um Centro Cultural no populoso bairro Nossa Senhora da Vitória, na zona sul. Metade da obra já está levantada. O centro cultural será um ambiente de formação artística. “O que queremos é parar de digitar o nome do bairro no Google e só aparecer fotos de jovens negros assassinados”, afirmou.

Protesto

Mas se por um lado, o projeto segue firme, por outro Ed se sente sem voz na sociedade. Aproveitou a audiência para protestar e entregar sua carta-renúncia como membro do Conselho Municipal de Cultura. Segundo informou, trata-se do terceiro conselheiro a tomar esta decisão. E o motivo é sempre o mesmo: falta de apoio. “A arte e cultura não estão aqui para mendigar. Elas existem. Precisam ser fomentadas”, protesta Taíná Melo, membro do Fórum Permanente de Cultura. “Turismo não se faz com pessoas amadoras. Precisamos passar desta fase, passar para outro patamar”, reivindica Edson Alves, estudante de Gestão de Turismo no IFBaiano, em Uruçuca.

Manto da invisibilidade

“A população não vive o turismo. Acha que o segmento ganha dinheiro sozinho na cidade. Mas é importante destacar que o dinheiro circula, beneficia a todos”, defende Jorge Fonseca, presidente da Associação dos Cabaneiros da Praia do Sul. Já o membro do Membro do Movimento Cultural Povos de Terreiros de Ilhéus, Egbon (irmão mais velho) Alaboji, queixa-se do número de jovens negros mortos e de casa de religião depredadas por conta de atos de intolerância religiosa. “Nosso pedido é para rasgar o manto de invisibilidade que nos assola”, protesta. “Que a sociedade tenha um olhar para o gospel como forma de cultura real”, reivindica o músico Anderson Silva, da Associação dos Músicos Evangélicos de Ilhéus.

O fato é que a Audiência Pública de hoje deu vez e voz a diversos setores da cultura e do turismo de Ilhéus. A partir de agora, o grupo vai trabalhar para que, de forma coletiva, essas reivindicações ecoem pelos corredores dos poderes públicos e, juntos, possam construir um novo ambiente para os dois setores, considerados grandes alternativas para que Ilhéus possa avançar a caminhos dos seus 500 anos. “O Turismo, de fato, nesta pandemia, foi o primeiro setor a ser atingido e o último a retornar. Façamos deste retorno o recomeço. Mas é preciso, também, começar a agir, de definir prioridades e quando novos recursos chegarem, sabermos como e em que vamos investir”, destaca Margareth Araújo, superintendente do setor na Prefeitura. “A sociedade é quem deve fazer a cultura. O nosso papel é de estabelecer mecanismos para que isso aconteça”, reconhece a superintendente de Cultura do município, Jennifer Horrana.

A Audiência Pública também homenageou, com um minuto de silêncio e aplausos, o produtor, gestor cultural e regente, Letto Nicolau, que faleceu na noite de quarta-feira, vítima de um infarto. Letto foi fundador da Sociedade Filarmônica Capitania dos Ilhéos, um dos mais bem sucedidos projetos sociais do município.


Fonte e foto: Redação/O Tabuleiro.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

NOTA DE PESAR



A Comunidade Tia Marita lamenta, profundamente, o passamento do compositor, produtor, regente e gestor cultural, Sebastião Nicolau dos Santos, mais conhecido como Letto Nicolau.

"Com seus projetos musicais, enriqueceu a história da música e da cultura da região Sul da Bahia,  profissionalizando pessoas em diferentes idades.  Ele imprimiu a cultura da boa música nos diversos gêneros musicais, capacitando-nos a criar, produzir, transformar, ser e existir!", afirmou a cantora e amiga pessoal Selma Aguiar. 

Foi fundador e regente da Sociedade Filarmônica Capitania dos Ilhéos.

Letto Nicolau "é, sem dúvidas,  uma nota musical que fará imensa falta na orquestra da vida!", finalizou Selma em nota para amigos.


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

FUNCEB ABRE DIÁLOGO SOBRE O SALÃO DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2022



O mais antigo projeto continuado da Fundação Cultural do Estado está de volta: os Salões de Artes Visuais da Bahia retornam em 2022, 30 anos após sua primeira edição.

Para retomar os debates em torno dos Salões, reaquecer o sistema criativo baiano e reaproximar artistas do projeto, a Funceb vai realizar amanhã (10), às 14h30, o Diálogos Virtuais dos Salões de Artes Visuais da Bahia, com transmissão aberta ao público no Youtube da Fundação.

O encontro com a classe artística baiana tem o objetivo de escutar as principais demandas deste público quanto ao projeto.

Saiba mais sobre os Salões no site da Funceb: https://bit.ly/3yCOZtM

quinta-feira, 29 de julho de 2021

SECULT/BA DIVULGA LISTA DE MUNICÍPIOS QUE PODEM SOLICITAR RECURSOS REVERTIDOS DA LEIA ALDIR BLANC



Diante da prorrogação e alteração da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020), pela Lei nº 14.150/2021, a qual permite a execução do saldo remanescente da mesma até 31 de dezembro de 2021, os municípios baianos listados no link abaixo que desejem receber os recursos da LAB, nos termos do exposto pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Cultura do Ministério do Turismo, devem, através de ofício, manifestar seu interesse à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e ao Ministério do Turismo.

Confira no site da Secult se seu município tem recursos a receber dos saldos remanescentes da Lei Aldir Blanc.

Se seu município estiver na lista, cabe à prefeitura manifestar interesse via ofício à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia pelo email:

informacao.reversao@cultura.ba.gov.br