sábado, 9 de abril de 2011

CMC: "Não estamos aqui para usar viseiras, mas, para alargar horizontes".


Já está quase finalizada, pela atual diretoria do Conselho Municipal de Cultura, a minuta de Regimento Interno. Nos próximos dias ela estará sendo encaminhada ao Executivo para que, em forma de Decreto, seja publicado no Diário Oficial do Município de Ilhéus. Pela primeira vez, desde a sua criação em 11 de julho de 1989, o CMC terá seu próprio regimento.

O Regimento é uma exigência da nova lei, aprovada no último dia 31 de março, em seu artigo 7º: "O CMC deverá elaborar o seu Regimento Interno, devendo ser publicado no Diário Oficial do Município no prazo de 15 (quinze) dias da sua aprovação".

No próximo dia 18 de abril, segunda-feira, às 14:00 horas, os membros da Sociedade Civil - eleitos democraticamente por seus pares nas Câmaras Setoriais no mês de março e os membros do Poder Público - indicados pelo Executivo através de suas respectivas pastas - se reunem para três assuntos imprescindíveis:

1) Eleição da Nova Diretoria;
2) Apresentação do Calendário de Reuniões Ordinárias e
3) Criação da Comissão de Acompanhamento do Processo de Implantação e Funcionamento do FMC - Fundo Municipal de Cultura.

É bom que fique bem claro que aquele que assumir a presidência do CMC terá pela frente, entre outras atribuições, a missão de:

a) formular políticas e diretrizes para o Plano Municipal de Cultura;


b) garantir a cidadania cultural como direito de acesso e fruição dos bens culturais, de produção cultural e de preservação das memórias histórica, social, política, artística, paisagística e ambiental, encorajando a distribuição das atividades de produção, construção e propagação culturais no município;

c) defender o patrimônio cultural e artístico do Município e incentivar sua difusão e proteção;

d) manifestar-se em parecer conclusivo, sobre as propostas de tombamento relativas a bens situados no Município, após eventual impugnação apresentada pelos respectivos proprietários;

e) pronunciar-se sob qualquer intervenção que venha a recair sobre os bens imóveis relacionados no anexo I da Lei nº 2.314, de 03 de agosto de 1989;

f) zelar pelo patrimônio artístico e histórico-cultural, oferecendo sugestões ao governo municipal para sua defesa, e propondo as medidas administrativas julgadas necessárias;

g) emitir pareceres sobre solicitações de subvenções do governo municipal por parte de entidades com fins culturais existentes no Município;

h) colaborar na articulação das ações entre organismos públicos e privados da área da cultura;

i) criar mecanismos de comunicação permanente com a comunidade, cumprindo seu papel articulador e mediador entre a sociedade civil e o poder público no campo cultural;

j) formular diretrizes para financiamento de projetos culturais apoiados pelo Fundo Municipal de Cultura;

l) supervisionar, acompanhar e fiscalizar as ações do Fundo de Cultura;

m) promover e incentivar a realização de estudos e pesquisas na área cultural.

O CMC não é trampolim para a representatividade máxima da cultura local.

Seus membros devem cumprir seus mandatos integralmente, pelo qual foram escolhidos.

Essas mudanças só estão sendo possíveis, hoje, porque o país, o Estado e o município vivem um momento democrático ímpar, onde seus principais mobilizadores estão empenhados em criar políticas públicas de Estado e não de governo.

É preciso interpretar as propostas como condições indispensáveis para o trabalho coletivo e, acima de tudo, colaborativo. Não estamos aqui para usar viseiras, mas, para alargar horizontes.

Pawlo Cidade
Membro do CMC - Ilhéus
Diretor Artístico da Comunidade Tia Marita
Assessor Cultural da Fundação Cultural de Ilhéus
Vice-presidente do Fórum de Agentes e Empreendedores Culturais do Litoral Sul
Vice-presidente do Fórum Permanente das Academias de Letras do Estado da Bahia

sexta-feira, 8 de abril de 2011

BIZANTINOS E NAIFS NA PLATEIA

Fersen (1911-2001)

Alessandro Fersen foi precursor dos “laboratórios-escola” e das “oficinas” que hoje surgem por toda parte, na Itália e em diversos países. No seu livro-depoimento “O Teatro, em suma”, é basicamente o relato de sua fascinante experiência: o nascimento e a evolução de um novo conceito de Teatro, mais próximo de suas origens míticas e rituais e, em seu todo, mais adequado aos desejos da sociedade atual.


Na primeira parte da obra (A situação teatral), ao falar sobre a agonia do espectador, ele nos descreve dois indivíduos, completamente distintos, que sempre estão na plateia, sentados um ao lado do outro, entretanto – como ele mesmo diz – “oferecem o exemplo mais flagrante de duas qualidades opostas de atenção teatral”.

Ele estava referindo-se ao espectador “naif” e ao espectador “bizantino”. O primeiro adere de corpo e alma à trama do espetáculo; sua adesão é acrítica. Foi ao teatro para deixar-se envolver por uma “história”. Transferiu-se para o palco assim que o pano se levantou: é um ator visual. Agora está concentrado na fala dos atores-personagens e até imita o movimento de seus lábios, repetindo interiormente cada palavra que é pronunciada. Depois, vai até fazer algumas críticas: mas todas elas dependerão da possibilidade de participação que o espetáculo lhe propiciou.

(...)
Por outro lado, aprecia o espetáculo o espectador bizantino. O acontecimento dramático chega até ele filtrado através de seus diafragmas culturais. Entrega-se ao enredo com cautela. Sua atenção crítica despe o personagem de seu disfarce e põe a nu o ator que assumiu a alma do personagem. Com a mesma frieza, o olho bizantino examina o cenário, as roupas, o jogo de luzes; enquanto isso, o ouvido distingue as músicas da cena. A avaliação que resulta disso diz respeito à direção, estabelece comparações com o texto, ratifica o nível dramatúrgico do roteiro inédito.

(...)

Segundo Fersen, apaixonar-se pela “história” apresentada não fica bem para o público elitista: a ingenuidade é uma remota história infantil.

E você? É um espectador “naif” ou bizantino?

(Quer ler mais? Acesse: http://www.teatrototalilheus.blogspot.com/ ou leia a edição de amanhã, 09/11, do Diário de Ilhéus, caderno 2, pp. 1)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

DICA DA TIA: Catedrais Suspensas


Acontece no próximo sábado, às 20 horas, na Casa dos Artistas, um programa cultural diferente, o espetáculo Catedrais Suspensas, em que a banda Enttropia, uma das mais atuantes do cenário cultural ilheense, funde o seu rock’n roll puro sangue e letras emblemáticas aos poemas viscerais de Gustavo Felicíssimo, que os interpreta no palco, proporcionando um show inovador e ao mesmo tempo surreal e vibrante para o público.
Mais informações: 73.8842.2793 (Gustavo)

PROGRAMA DE TRÂNSITO NAS ESCOLAS DE ILHÉUS

A equipe de educação para o trânsito da Setrans-Ilhéus reiniciou o Programa Permanente de Educação para o Trânsito. O trabalho está sendo realizado nos dois turnos e visa atender as escolas publicas e particulares do município.

De forma clara e objetiva são repassados conceitos básicos sobre a problemática do trânsito, dentro das referidas escolas, envolvendo crianças, jovens e adultos. Visando conscientizar sobre as formas adequadas de utilização do transporte escolar e coletivo por estudantes. Alertando sobre as condições de risco no embarque e desembarque, chamando a atenção dos alunos e professores em geral sobre a importância da obediência a sinalização de trânsito e outros cuidados imprescindíveis para a segurança de todos. 

O programa tem o objetivo de informar, orientar e promover a reflexão de todos para um comportamento adequado no trânsito. Em cada escola são trabalhados os alunos, turma por turma, para melhor entendimento e interação das crianças. Inicia-se o trabalho apresentando a equipe e falando da importância do Programa, orientações de como se comportar em determinadas situações, apresentação de vídeos, onde focaliza as questões de trânsito que são vivenciadas pelos alunos e em seguida debate com esclarecimentos de dúvidas. Em todas as escolas são feitas distribuições de materiais explicativos destinados aos pais e aos alunos.

Parabéns ao Capitão Marcelo Barreto e toda equipe da SETRANS.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ENCONTROS RUMO À CIDADANIA CULTURAL

Artesãos do Rio Grande do Norte
Abertos à participação dos diversos segmentos da sociedade – artistas, produtores e gestores, coletivos e grupos do setor cultural, veículos de comunicação e universidades, em especial, participantes dos Programas Cultura Viva e Brasil Plural, os Encontros Rumo à Cidadania Cultural têm a promoção da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (MinC).
O objetivo principal é apresentar as propostas e refletir sobre caminhos para as políticas públicas no campo da cidadania e da diversidade cultural da nova Secretaria – resultado da fusão das Secretarias de Cidadania Cultural (SCC) e Identidade e Diversidade (SID) do Ministério da Cultura.
Os encontros também se propõem a ampliar o diálogo com fóruns e dirigentes de cultura de estados e municípios de todo o país, com objetivo de fortalecer as ações e programas já existentes, repactuar estratégias e iniciar futuras parcerias.
Em Minas Gerais acontece o primeiro encontro, na quinta-feira, 7 de abril, às 16 horas, na sede da Funarte MG – Rua Januária, 68 – Floresta, Belo Horizonte.
Nos meses de abril e maio, serão realizadas mais sete reuniões em outras capitais do país. Acompanhe:

Abril 2011

Dia 7
: Belo Horizonte, MG
Dia 12: Salvador, BA
Dia 14: São Paulo, SP
Dia 15: Rio de janeiro, RJ
Dia 19: Florianópolis, SC
Dia 20: Porto Alegre, RS

Maio 2011

Dia 10: Belém, PA
Dia 17: Recife, PE
Dia 24: Goiânia, GO

terça-feira, 5 de abril de 2011

SAIU A 2a. ETAPA DE APOIO DIRETO


Clique na imagem e tenha mais informações.

O Calendário é um mecanismo de incentivo a projetos e atividades artístico-culturais de interesse público que concede apoios no valor de até R$ 10.000,00 (dez mil reais), através de recursos financeiros diretos ou de serviços de impressão, passagens aéreas e hospedagem na cidade de Salvador.

MEC LANÇA EDITAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA


A União, representada pelo Ministério da Educação, por intermédio da  SESu/DIFES, e em parceria com o  Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Cultura, o Ministério da Pesca e Aquicultura, o Ministério da Saúde, o Ministério das Cidades, o  Ministério do Desenvolvimento Agrário, o  Ministério do  Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o Ministério do Trabalho e Emprego, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Secretaria de Direitos Humanos, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria de Políticas para as Mulheres convoca as Instituições Federais e Estaduais de Ensino Superior a apresentarem propostas de desenvolvimento de programas e projetos no âmbito da extensão universitária.

Este edital pode viabilizar uma carência no campo das artes em nossa região. A UESC é uma forte proponente neste sentido.  Os programas e projetos deverão concorrer em uma das treze linhas temáticas, podendo abranger, no entanto, um ou mais dos subtemas propostos pelo edital. Todos eles precisam dar ênfase na inclusão social em suas mais diversas dimensões.

A Linha que nos interessa diz respeito a Temática 3: Cultura e Arte. Como subtemas são apresentados:

- desenvolvimento de programas e projetos de formação e aprimoramento de gestores e produtores culturais por meio da pesquisa-ação, cursos e/ou oficinas; 
- mapeamento e diagnóstico de processos e equipamentos culturais que contribuam para o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (com vistas ao Plano Nacional de Cultura - PNC) e que apontem para a criação de Observatórios Culturais Universitários;
- programas, projetos, estudos de sustentabilidade, análises de contextos locais e regionais das cadeias produtivas das linguagens técnico-artísticas e de patrimônio e que apontem para criação de Incubadoras Culturais Universitárias centradas na economia da cultura;
- desenvolvimento de programas e projetos artísticos e educativos de dinamização de equipamentos culturais com ênfase nos equipamentos universitários explicitando a destinação de uso e/ou planos de gestão demonstrando viabilidade social e econômica;
- encontros com formato de compartilhamento teórico-artístico discutindo temas a partir da confrontação de duas instâncias: as reflexões teóricas e as produções artísticas (peças teatrais, espetáculos de música, dança, produção de conteúdo audiovisual, exposições de artes, intervenções urbanas, arquitetura, performances etc.)  que instiguem a experimentação estética e a reflexão crítica;
- projetos de implantação de programas de rádio e TV universitária com conteúdos culturais e educativos, regionais e nacionais, que contemplem recursos de acessibilidade com vistas à democratização do acesso a informação. 

As inscrições vão até 11 de abril.  ACESSE AQUI O EDITAL COMPLETO

Esclarecimentos e informações adicionais poderão ser obtidas contatando-se a Diretoria de Desenvolvimento da Rede de IFES – DIFES pelos telefones (61) 2022-8185, no site sigproj.mec.gov.br ou pelo correio eletrônico: proext@mec.gov.br.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ENTRA EM VIGOR NOVA LEI DO CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA DE ILHÉUS

André Rosa, presidente do CMC

Desde o dia 1 de abril deste ano que está em vigor a Lei número 3.539, de 31/03/2011 do Conselho Municipal de Cultura. Aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo Prefeito em Exercício, Mário Alexandre Corrêa Sousa. 

Esta Lei entra em vigor revogando-se as disposições das leis anteriores, sobretudo a Lei número 3032, de 13/10/2003 e a Lei número 2.306, de 11/07/1989. A partir de agora o CMC deverá elaborar o seu Regimento Interno, devendo ser publicado no Diário Oficial do Município no prazo de 15 (quinze) dias da sua aprovação. 

São órgãos do CMC: o Pleno, as Comissões e os Fóruns Permanentes (Art. 8). O novo Conselho será integrado por 20 (vinte) membros, sendo 10 (dez) representantes de entidades da Sociedade Civil e 10 (dez) representantes do Poder Público local, estes nomeados pelo Prefeito. Os representantes da Sociedade Civil foram eleitos nos Fóruns Culturais promovidos pelo CMC durante todo o mês de março, através das Câmaras Setoriais. Nesta nova conjuntura foram escolhidos membros de cada área temática da cultura: Teatro, música, artes visuais, audiovisual, dança, cultura popular, cultura afro, cultura indígena, patrimônio cultural e literatura.
Já os representantes do poder público devem fazer parte da Fundação Cultural de Ilhéus, Secretaria de Turismo, Secretaria de Educação, Secretaria de Esporte e Lazer, Secretaria de Planejamento, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Saúde e Gabinete do Prefeito.

"A Cultura e a arte estão presentes em todos os segmentos. Nada mais justo que criar interfaces e diálogos com estes segmentos do governo", afirma Pawlo Cidade, um dos redatores da nova Lei do CMC. Para André Rosa, presidente em exercício do Conselho, esta nova formatação da Lei deixará Ilhéus em sintonia com a nova proposição política-cultural do MinC: "O CMC é um instrumento valiosíssimo na implantação do Plano Municipal de Cultura e no Sistema Municipal de Cultura. Precisamos estar fortalecidos para apresentar questões que coloquem a cultura como uma das molas mestras de desenvolvimento do município".

Ney Rodrigues, atual secretário do Conselho, um dos principais articuladores das Câmaras Setoriais, é enfático ao declarar que o CMC deve criar "mecanismos de comunicação permanentes com a comunidade, cumprindo seu papel articulador e mediador entre a sociedade civil e o poder público no campo cultural".

Dentre outras finalidades, o CMC é responsável por formular políticas e diretrizes para o Plano Municipal de Cultura, garantir a cidadania cultural como direito de acesso e fruição dos bens culturais, de produção cultural e da preservação das memórias histórica, social, política, artística, paisagística e ambiental, encorojando a distribuição das atividades de produção, construção e propagação culturais no município de Ilhéus.

Os novos conselheiros terão a responsabilidade de eleger a nova diretoria para o exercício 2011/2012, que deverá ocorrer até o dia 15 de abril. O exercício da função de membro do CMC é considerado relevante, sendo vedada aos membros a percepção de qualquer retribuição pecuniária ou vantagens de qualquer espécie.

CLIQUE AQUI para acessar a Nova Lei.

Cidade Baiana da Cultura 2011 será escolhida até o final do mês

Itabuna concorre ao título em 2011 - Foto: Waldyr Gomes

Com o encerramento das inscrições para o Concurso Cidade Baiana da Cultura 2011 no último dia 20, a comissão julgadora do evento dará início a suas reuniões que deverão selecionar a cidade vencedora do título este ano a partir da próxima quarta-feira, 06 de abril. O concurso, que busca estimular o maior conhecimento sobre a identidade cultural de cada município baiano, através da divulgação das culturas locais existentes, é realizado pelo Grupo 3 – através das suas produtoras Expo 3 Exhibits e Expo Eventos, e conta com o apoio das secretarias de Cultura e Turismo e do INCULT, Instituto das Cidades Culturais e Turísticas da Bahia para efetivar sua programação.

A comissão que decidirá a Cidade Baiana da Cultura de 2011 é composta por Maurício Corso, representante da Associação dos Dirigentes Municipais de Cultura; José Carlos Oliveira, representante da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia; Soraia Sena, representante do Banco do Nordeste através do Fórum de Dirigentes de Turismo; Adalberto Santos, representante da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia; Diogenisa Oliva, Representante do Grupo 3 e Rosangela Cordaro, representante do Instituto Identidade Brasil. A grande novidade em 2011 é a presença da representação de uma instituição cultural do terceiro setor, que integra a comissão este ano.

Cabe à comissão julgadora do Concurso analisar os materiais enviados pelas concorrentes e decidir, dentre três finalistas, qual município será eleito Cidade Baiana da Cultura 2011. Para isso, serão realizados quatro encontros durante o mês de abril, previstos para os dias 06, 07, 13 e 14, onde a comissão irá registrar em ata todo o material recebido, analisar calendários, defesas e propostas, além de analisar o conteúdo de vídeo, áudio e imagem disponibilizado pelos municípios. O resultado do concurso deverá ser divulgado até o final do mês de abril através do site www.cidadebaianadacultura.com.br. Além disso, o título de Cidade Baiana da Cultura será entregue ao município eleito através de uma cerimônia comemorativa.

Em 2011, os municípios inscritos no concurso foram Antônio Cardoso, Amargosa, Conceição do Coité, Irará, Itabuna, Itaparica, Jacobina, Juazeiro, Maragogipe, Morro do Chapéu, Queimadas, São Francisco do Conde As 12 cidades que concorrem ao título de Cidade Baiana da Cultura representam nove dos 26 Territórios de Identidade do estado. Território de Identidade é o nome dado a uma divisão dos municípios em espaços simbólicos onde haja uma identificação cultural entre as populações que busca orientar a formulação de políticas públicas democráticas na área da cultura.

Dentre as cidades inscritas no concurso, os Territórios de Identidade que se encontram representados são Chapada Diamantina (Morro do Chapéu), Litoral Sul (Itabuna), Piemonte da Diamantina (Jacobina), Portal do Sertão (Antônio Cardoso e Irará), Recôncavo (Maragogipe), Região Metropolitana (Itaparica e São Francisco do Conde), Sertão do São Francisco (Juazeiro), Sisal (Conceição do coité e Queimadas) e vale do Jiquiriçá (Amargosa).
Para Rosângela Cordaro, integrante da comissão julgadora, as pesquisas promovidas pelo Instituto Identidade Brasil comprovam que os municípíos precisam de incentivos para valorizar a própria cultura. “A iniciativa do concurso é fantástica, ele incentiva que as cidades busquem evidenciar o que tem de cultural e isso, segundo pesquisas realizadas pelo Instituto, é algo que não acontece, pois muitos municípios não chegam a perceber a riqueza cultural que possuem. O concurso é uma excelente oportunidade para que as cidades possam inclusive valorizar a si próprias”, diz.

2010 - Rio de Contas foi o município eleito Cidade Baiana da Cultura em 2010. Atualmente, a cidade conta com a orientação do Grupo3 para captar recursos para promover uma festa de carnaval misturando tradição e modernidade. Tombada em 1980 pelo IPHAN – Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional, Rio de Contas é um dos três mais importantes conjuntos arquitetônicos coloniais da Bahia. A cidade foi fundada em 1745 e preserva a memória dos tempos de riqueza da Chapada Diamantina. A concorrência visa valorizar a identidade cultural das cidades baianas, estimulando a criação de práticas que construam uma programação própria para cada lugar e resgatem sua herança histórica. Após a escolha da cidade vencedora em 2011, Rio de Contas passará o título para a sucessora. 

domingo, 3 de abril de 2011

OS SINAIS DE UMA CULTURA NO VERMELHO

Com dívidas e cortes, MinC reconhece que 2011 será ano apertado e cancela fundos setoriais.

Enquanto a polêmica em torno da reforma dos Direitos Autorais tomou os holofotes nos primeiros meses de Ana de Hollanda à frente do Ministério da Cultura, paulatinamente a saúde financeira da pasta chama a atenção como preocupação da nova administração. De um inédito orçamento estipulado em R$ 2,1 bilhões pela Lei Orçamentária de 2011, houve redução de R$ 766 milhões em razão de veto presidencial e contingenciamento. Para completar, de acordo com o secretário-executivo do MinC, Vitor Ortiz, os restos a pagar deixados pela gestão anterior somam R$ 450 milhões. “Será um ano apertado, de organização da casa, ajustes e avaliação dos programas e processos futuros”, afirma Ortiz. “Em um ano difícil como esse, estamos orientando nossos secretários a realizar planejamentos a longo prazo, pensando nos próximos quatro anos.”

De passagem por Salvador, no mês passado, a ministra responsabilizou a gestão anterior pela quantidade de débitos existente do Programa Pontos de Cultura, estimada em cerca de R$ 60 milhões. Entre convênios, editais e premiações, figuram pendências de quase um ano atrás. “Sabemos que esta gestão acabou de chegar, mas temos um afã por respostas porque desde maio compromissos firmados com o Programa estão atrasados”, diz Patricia Ferraz, secretária- executiva do Pontão de Articulação da Comissão Nacional de Pontos de Cultura.

(por João Bernardo Caldeira, em 1º/4/2011. A íntegra da matéria está na edição do jornal Valor Econômico do dia 01/04/2011)