sábado, 18 de setembro de 2010

O TEATRO DE RUA

Delmo foi um dos precurssores do Teatro de Rua na Região Grapiúna
O Teatro de Rua é aquele que se produz em locais externos às construções tradicionais: rua, praça, mercado, metrô, universidade etc. A vontade de deixar o cinturão teatral corresponde a um desejo de ir ao encontro de um público que geralmente não vai ao espetáculo, de ter uma ação sociopolítica direta, de aliar animação cultural e manifestação social, de se inserir na cidade entre provocação e convívio.
Nos anos oitenta, sobretudo os artistas de teatro de Itabuna e Ilhéus, não desfrutavam de espaços adequados para as apresentações teatrais. Foi nessa época que o ator e dançarino Mário Gusmão chegou a Itabuna. Marcos Christianno escreveu um ensaio sobre o Teatro de Rua em 1993 onde relata a chegada de Mário e o trabalho que foi desenvolvido na época: “Os atores que até então realizavam trabalhos isolados, com a chegada de Gusmão, foram aglutinados em torno de uma proposta popular. Da constância dos elencos formados para as diversas montagens realizadas pelo mestre (Mário gostava de trabalhar com elencos enormes), estavam sempre juntos: Jackson Costa, Carlos Betão, Alba Cristina, Marcelo Augusto, Mark Wilson e eu, que sentimos a necessidade de formar um grupo menor (Em Cena), onde pudéssemos experimenta e exercitar a linguagem popular”.
Durante muito tempo, o teatro de rua se confundiu com o agit-prop (teatro de participação) e o teatro político (anos vinte e trinta na Alemanha e na União Soviética). A partir dos anos setenta, assumiu uma postura menos política e mais estética.
Para Marcos Cristianno o teatro de rua é “o teatro do despojamento, da identificação e compreensão imediatas, muitas vezes, pejorativamente, taxado de panfletário, do que poderia ser também denominado, uma vez que, literalmente, esse vocábulo nos diz: “denúncia feita de forma satírica e com veemência”.
Ainda, no final da década de oitenta, em Ilhéus, nascia o incomparável “Caras e Máscaras”, protagonizado por Jorge Batista, Telma e Tereza Sá, Rita Santana e suas irmãs Esther e Mônica e outros artistas que não me recordo neste instante. O “Caras e Máscaras”, com seus rostos personificados, sua criação coletiva, suas bocas sempre prontas para o embate, por trás de suas manifestações espontâneas, se transformou no principal grupo de teatro de rua da cidade.
O fato é que o teatro de rua nasceu a partir de diversas “escolas” como Mário Gusmão, Jurema Penna, José Delmo, Arly Arnaud, Amir Haddad e outros. Trata-se, na verdade, de uma volta às fontes: Téspis (primeiro ator de quem se tem notícia) passava por representar num carro no meio do mercado de Atenas, no século VI a.C., e os mistérios medievais ocupavam o adro das igrejas e as praças das cidades. Paradoxalmente, o teatro de rua tende a se institucionalizar, a se organizar em festivais, a se instalar num percurso urbano, numa “land art”, ou numa política de renovação urbana, tentando permanecer fiel à sua arte de desviar o cotidiano.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

MORRE O MÚSICO ILHEENSE SAUL BARBOSA


Na madrugada desta quarta-feira, 15, morreu o músico ilheense Saul Barbosa. O artista de 57 anos, que estava internado por complicações decorrentes de uma insuficiência renal, teve uma parada cardiorrespiratória e veio a óbito. Saul estava internado no Hospital Espanhol desde o mês de junho.
De acordo com informações fornecidas pela família, ele será cremado na quinta-feira, 16, às 10h, no Jardim da Saudade, no bairro de Brotas, em Salvador.
Margareth Menezes e Saul Barbosa eram grandes amigos. Saul se dedicava a música há mais de 30 anos. Em parceria com o cantor Gerônimo, são mais de 200 composições. Entres os grandes sucessos do artista baiano, está a música ‘Acaba quando Começa’ – gravado por Elba Ramalho e ‘Toté de Maiangá’, sucesso na voz de Margareth Menezes. (www.portalibahia.com.br)
“O violonista e compositor Saul Barbosa é um dos grandes nomes da música baiana. Suas parcerias com outros de nossos artistas serão eteramente lembradas. Nosso ultimo contato foi no final do ano passado quando o artista participou da III Conferência Estadual de Cultura, em Ilhéus, sua cidade natal, onde realizou um belíssimo concerto. A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia lamenta a morte do músico e compartilha o mesmo sentimento de dor dos amigos, parceiros, familiares e artistas de todo o estado", afirmou o Secretário de Cultura do Estado, Márcio Meirelles.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Novas linhas de financiamento impulsionam setor cultural na Bahia


O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult) e da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), lançou as linhas de financiamento CrediFácil Cultura Fixo e CrediFácil Cultura Giro voltadas para fomentar o setor e fortalecer as atividades culturais na Bahia, uma iniciativa, em nível estadual, inédita no Brasil.

O foco são as empresas baianas que atuam no segmento audiovisual, artes cênicas, música, artesanato, museus, entre outros. Agora, os empresários baianos contam com juros reduzidos, de até 6% ao ano, para financiamento de até R$ 1 milhão e com prazo de 96 meses.

Os recursos serão investidos na reforma ou modernização de empreendimentos culturais, compra de equipamentos novos e instrumentos musicais ou aquisição de mercadorias e matérias-primas para reposição de estoque. A novidade é o conceito ampliado de setor cultural, em consonância com os parâmetros recém definidos pela Unesco. Esse é o resultado de uma estratégia desenvolvida pela Secult, em parceria com a Desenbahia, de abordagem do setor cultural enquanto rede produtiva, o que inclui, além das atividades culturais propriamente ditas, o setor criativo como os serviços de arquitetura, publicidade e design, explicou o secretário da Cultura, Márcio Meirelles.

Segundo o presidente da Desenbahia, Luiz Alberto Petitinga, o CrediFácil Cultura Fixo abrange os investimentos em construção civil, instalações e montagens, aquisição de máquinas e equipamentos (inclusive de informática), de instrumentos musicais, veículos utilitários, móveis e utensílios. Já o CrediFácil Cultura Giro foca as operações das empresas como a compra de mercadorias, matérias-primas e despesas administrativas. Encargos financeiros, limite de financiamento e prazos variam de acordo com cada projeto e porte da empresa. Os detalhes estão no site da Desenbahia e Secretaria de Cultura. Mais informações pelo 0800 285 1626.

domingo, 12 de setembro de 2010

AUDIOLIVRO DE "O TESOURO PERDIDO DAS TERRAS DO SEM FIM" SERÁ LANÇADO EM NOVEMBRO


Rafael, Bruno e Fabíola Hala no estúdio de gravação

Com patrocínio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia e Governo do Estado, o livro juvenil "O Tesouro Perdido das Terras do Sem Fim", de Pawlo Cidade, está sendo transformado em audiolivro (também conhecido como audiobook).
Os personagens principais estão ganhando vida através das vozes da atriz Fabíola Hala (Grupo Maktub Performances) e dos atores do Grupo Teatro Total: Rafael Silva e Bruno Martinelli. A narração é feita por Jeremias (Fm Gabriela) e a produção musical por Hélio Ricardo. A arte final está sendo trabalhada por Marcel (Via Litterarum). Até o final de novembro - de acordo com a produtora Viviane Siqueira - o audiolivro estará sendo lançado na Academia de Letras, Biblioteca Pública e Livraria Papirus. O projeto, batizado de "Ouvindo um Tesouro", tem ainda o objetivo de promover um bate-papo com o autor em dez escolas públicas das redes municipal e estadual de ensino do município de Ilhéus e a distribuição gratuita de audiolivros para estas escolas que deverão ser trabalhados pelas professores de língua portuguesa e história.
Para o autor, Pawlo Cidade, "além de ser trabalhado em sala de aula, o audiolivro poderá ser ouvido a qualquer hora e em qualquer lugar. É uma ferramenta facilmente usada para estimular a alfabetização e valorizar a obra escrita".
Atualmente o livro faz parte da lista de três escolas particulares de ensino do município e é trabalhado por algumas escolas públicas municipais. O romance conta de maneira inovadora, a história do município de Ilhéus através de três adolescentes que se aventuram em busca de um tesouro perdido. "Através do audiolivro, a trama ficará ainda mais excitante, despertando ainda mais o interesse pela história local", afirma o Agente Literário Gustavo Felicíssimo.