quinta-feira, 29 de julho de 2021

SECULT/BA DIVULGA LISTA DE MUNICÍPIOS QUE PODEM SOLICITAR RECURSOS REVERTIDOS DA LEIA ALDIR BLANC



Diante da prorrogação e alteração da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020), pela Lei nº 14.150/2021, a qual permite a execução do saldo remanescente da mesma até 31 de dezembro de 2021, os municípios baianos listados no link abaixo que desejem receber os recursos da LAB, nos termos do exposto pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Cultura do Ministério do Turismo, devem, através de ofício, manifestar seu interesse à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e ao Ministério do Turismo.

Confira no site da Secult se seu município tem recursos a receber dos saldos remanescentes da Lei Aldir Blanc.

Se seu município estiver na lista, cabe à prefeitura manifestar interesse via ofício à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia pelo email:

informacao.reversao@cultura.ba.gov.br

domingo, 25 de julho de 2021

ARTIGO: "A escrita e o Dia Nacional do Escritor"


Homenagem da Academia de Letras de Ilhéus pelo dia do escritor


A escrita e o Dia Nacional do Escritor"

Por Efson Lima*

Nada melhor para refletir sobre a escrita que se deparar com o Dia Nacional do Escritor. Uma das grandes marcas da humanidade é a escrita. Não só por ter colocado a condição humana em um patamar elevado entre os seres vivos, mas  a prática da escrita permite o registro da trajetória humana, a evolução do planeta. A escrita é meio para que um emaranhado de palavras, ideias,  símbolos sejam estruturados. A escrita oferece sentido a própria existência da vida. A escrita é uma das faces do “projeto de desenvolvimento humano”.

Em “tempos modernos”, cada vez mais visual, por vezes, esquecemos que durante muito tempo os nossos principais meios comunicacionais foram a fala, a escrita, os gestos, os objetos... agora, os satélites nos unem, nos globalizam e possibilitam  uma dimensão maior do fenômeno. Em três segundos, estamos conectados na aldeia global. O século XX foi pródigo de descobertas e invenções. 

O nacional também pode se tornar global.  O escritor Jorge Amado, talvez,  um dos primeiros escritores a ganhar a vida com o dinheiro de obra literária no Brasil, indiretamente, colocou o termo escritor no catálogo de profissões. A minha geração conheceu escolas de escritores, oficinas e faculdade para formar profissionais da área.  O escritor nascido em Ferradas, na cidade de Itabuna, foi internacionalizado. Paulo Coelho, o maior dos escritores nacionais em volume de vendas, foi uma das caras do Brasil ao lado de sua mulher na candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olímpiadas em 2016. Lembro-me que muito se discutiu se suas obras eram literatura ou não. A Academia Brasileira de Letras virava a cara. As massas de leitores sinalizaram que outros caminhos são possíveis. 

No mundo da escrita algumas discussões surgem. Quem é escritor? Quem é autor? O escritor e autor são sinônimos? O que é uma “boa literatura”? Existe isso mesmo?  Existe uma literatura do cacau? Regional? Há roteiro para se tornar um escritor? Há cânone na literatura? O que é isso mesmo?  Eis algumas das perguntas que não consigo responder, mas fico atento às discussões. Deixo essas provocações para Silmara Oliveira, professora especializada em literatura; Pawlo Cidade com  quase 20 livros publicados, ontem relançou  o seu livro “ O Tesouro Perdido das Terras do Sem-fim, leitura que estou a fazer;  Luh Oliveira, mestra na área de letras e poeta;  pediria meu mago Ramayana Varges, um intelectual no sentido pleno do termo.  Poderia também convidar Igor Luiz, das terras de Coaraci/ Ibirapitanga; Sheila Shew, a artista – produtora, de Buerarema/Itabuna; Tácio Dê, com suas Tertúlias, às 18:51 horas. Isso mesmo no Instagram, repito: 18:51 horas; Walmir do Carmo, que além da força de sua escrita, confere ainda maior força  aos seus poemas quando declama. Tive o prazer de ouvi-lo ontem, fisicamente, dia 24/07, no ato em defesa da democracia e da luta antifascista. Ainda,  posso convidar Aurora Souza para dar continuidade a lista. Fica faltando outra gama de gente boa, mas invocando o sagrado, temos o professor Ruy Póvoas que nos amanhece com sua voz radiante às sextas-feiras, mestre do material e do espiritual, uma instituição para além das terras sul-baianas. Mestre de gerações. 

Li pela primeira vez, no Diário de Ilhéus, academicamente exigiria um apud, conforme artigo da professora Maria Luiza Heine, que Adonias Filho, certa vez, profetizou que além de cacau, o sul da Bahia faz brotar escritores. Particularmente,  tenho constatado esse fenômeno no Flisba, Bardos Baianos Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul. As notícias chegam. 

É verdade, gente! Hoje é o dia Nacional do Escritor, dia 25 de julho. Mas não falarei nada disso. Não falarei também do fenômeno da escrita nas redes sociais. Desculpa!


*Efson Lima – doutor em direito/Ufba. Professor universitário. Advogado. Início e termino o presente texto no Alto do Basílio em Ilhéus, dia 25/07/2021.