quinta-feira, 10 de novembro de 2016

FUNDO DE CULTURA DA BAHIA: O QUE SIGNIFICA?



Uma marca presente em cartazes e banners de divulgação de eventos culturais. Uma assinatura em filmes exibidos antes de espetáculos. Muita gente já viu, já ouviu, mas poucos sabem realmente a importância do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) na movimentação do cenário artístico do Estado. Logo surge a pergunta que não quer calar, o que é esta linha de fomento?A resposta a este questionamento será dada na série de reportagens que vamos apresentar a partir de hoje nas nossas redes sociais. Você também vai saber quem tem acesso ao Fundo e de que maneira a linha de fomento é aplicada.  Acompanhe!   
O Fundo de Cultura foi instituído pela Lei 9.431/2005, é o instrumento legal que garante que, uma parcela da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) seja investida na área cultural. O FCBA é gerido pela Secretaria de Cultura, em articulação com a Secretaria da Fazenda, e tem  como objetivo incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas.
Utilizar o Fundo significa custear total ou parcialmente projetos culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito publico ou privado, sem que o proponente precise buscar diretamente patrocinador para os seus projetos.
Segundo Alexandre Simões, superintendente de Promoção Cultural da SecultBA, o Fundo de Cultura se consolida como a mais importante ferramenta de apoio a produção cultural do Estado, não só do ponto de vista financeiro, mas também político e social. “Isso se comprova por suas características de funcionamento, que permitem seleções públicas preconizadas, inclusive, na letra da sua lei, abrindo espaço para a participação da sociedade civil e dos agentes culturais e territoriais permitindo a participação desses agentes na escolha dos projetos, nas reflexões a cerca da construção do texto das chamadas públicas, e em diversas instâncias de consulta, como também acento na comissão gerenciadora”, ressalta.
O FCBA está estruturado em linhas de apoio, que têm sido referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural, Editais Setoriais e Agitação Cultural.
Diversidade

Só os Editais Setoriais de 2016 vão despejar no mercado cultural mais de R$ 30 milhões para investimentos nos mais variados projetos a serem realizados em 2017. Ao todo são 23 linguagens, entre elas, Artes Visuais, Economia Criativa, Museus, Leitura, Música, Teatro, Capoeira, Dança.
O setor de Audiovisual recebeu a maior quantia, mais de R$ 14 milhões. Um valor que será distribuído entre produção e distribuição de documentários, longas e curtas-metragens. Um dinheiro que faz a diferença para uma área que contrata profissionais de diversos nichos, além de alimentar a realização de festivais, seminários, encontros que exibem e discutem a cultura, a exemplo do filme “A Luta do Século”, de Sérgio Machado que em 2013 foi beneficiado com R$ 550 mil do Fundo para a produção do documentário.

Intercâmbio garantido

Como o próprio nome diz, o Mobilidade Artística dá asas aos projetos, o proponente pode deixar o Brasil para estudar fora. Matias Santiago, diretor de fomento da Superintendência de Promoção Cultural, responsável por coordenar o Sistema Estadual de Fomento e Financiamento é enfático ao definir o edital, “É um dos mais inovadores do Brasil, pois lida com linhas de apoio e formação acadêmica  fora da Bahia. Um instrumento que proporciona a possibilidade de intercambio de obras e de estudos. Seguindo este caminho o proponente  fortalece os laços culturais com outros países, além de criar  oportunidades de negócios”.  
O Edital realiza três chamadas anualmente. Este ano, as convocações aconteceram em março, maio e julho, com realização prevista para agosto e novembro de 2016, e fevereiro de 2017, respectivamente. As propostas tiveram valor limite de R$ 50 mil para projetos de intercâmbio e difusão; e R$ 25 mil para projetos de Residência Artística e Cultural, e Formação Artística e Cultural.

Data marcada

Na levada dos editais, em 2016 também foi aberto o Edital de Eventos Calendarizados, com investimento de R$ 3 milhões anuais e que vai garantir execução de projetos entre 2017 e 2019. Cada projeto recebe a cada edição até R$ 300 mil. O objetivo dos Calendarizados é conferir estabilidade à realização de eventos consolidados, com vistas à formação de um calendário cultural que contemple diversos segmentos da cultura em diferentes regiões do estado. Visa também garantir a presença da Bahia nos circuitos culturais nacionais e internacionais estimulando a difusão de experiências, expressões e manifestações culturais.
Podemos lançar mão da máxima “time que está ganhando não se mexe” para entender uma decisão: a última edição deste edital contemplou projetos que foram realizados entre 2013 e 2015, mas deu tão certo que foi prorrogada por mais um ano (2016).
Atualmente, 11 eventos são beneficiados. Entre eles estão o Festival Internacional de Artes Cênicas (FIAC); Cachoeira Doc; Festival Latino-America de Teatro da Bahia (FilteBahia); Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana e o XII Panorama Coisa de Cinema que juntos somam um montante de R$1,4 milhão com a assinatura do Fundo de Cultura. 

Agitando e Ocupando, e seguindo na direção certa! 

Espaço é para ser ocupado!  Com este propósito nasceu o edital Agitação Cultural que apoiou  propostas de dinamização cultural em espaços públicos e privados durante seis meses.
As propostas contempladas foram apresentadas em espaços culturais convencionais – como teatro, museu, biblioteca e também em locais inusitados como: ruas e becos. As portas foram abertas à população com shows, espetáculos, exposições, exibições audiovisuais, realização de oficinas, dinâmicas sócio-educativas de conteúdo cultural e outras atividades. O movimento LGBT,  por exemplo  pode expressar sua arte num palco sem amarras, nem censura,o Beco dos Artistas foi o endereço escolhido.     
O último edital Mobilidade Artística foi lançado em setembro de 2015 com o investimento de R$ 15 milhões, sendo o teto de apoio por proposta de R$ 150 mil. Os projetos foram realizados de janeiro a julho de 2016. Entre as mais de 50 propostas selecionadas e que movimentaram varias cidades e espaços culturais da Bahia, estão: Histórias em Plataforma, o VI FECIBA- Festival de Cinema Baiano, que movimentou Juazeiro, Feira de Santana e Itabuna; e Ocupação Minavu - Isso é Arte de Mulher que aconteceu no Solar Boa Vista, em Salvador.

Continuidade

O Fundo não tem fundo! Além dos Editais em seus múltiplos conceitos, o Fundo de Cultura avança para garantir a estabilidade das ações desenvolvidas em importantes espaços culturais do Estado. Assim é o  Programa de Ações Continuadas de Instituições Culturais renovado a cada três anos. Atualmente a iniciativa contempla instituições culturais sem fins lucrativos com notória contribuição a cultura. Entre os parceiros estão a Academia de Letras da Bahia, Balé Folclórico da Bahia, Fundação Pierre Verger, Fundação Hansen Bahia, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Teatro Vila Velha.
O fundo é tudo isso e muito mais. São milhões de reais fazendo a cultura baiana rodopiar em todos os ritmos, ganhar cores como num quadro de Calasans Neto, formas como nas esculturas de Mario Cravo, musicalidade como nas canções de Dorival Caymmi. Dando subsídio a quem quer contar as histórias que brotam do sertão ao recôncavo, passando pelos musicais que enaltecem o litoral, aterrissando nos grandes espetáculos produzidos na capital, assim o Fundo de Cultura vem cumprindo a missão de poetizar, enriquecer e enaltecer o que a Bahia representa, seu povo e seus costumes.
Na próxima reportagem que vamos publicar amanhã você vai saber o que pensam os proponentes e agentes culturais que têm ideias, formatam projetos, e buscam no Fundo de Cultura a matéria prima para cimentar sua estrada.


Fonte: SECULT/BA - 10/11/2016


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

AÇÃO INÉDITA NA BAHIA DEVE MODERNIZAR E DEMOCRATIZAR A GESTÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL


Reunião Normativa - Foto: Ana Paula Nobre

Até o primeiro semestre de 2017, a equipe multidisciplinar do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) deve entregar as novas Normativas Patrimoniais para procedimentos de proteção dos bens culturais. A comissão do IPAC é composta por arquitetos, historiadores, antropólogos, sociólogos, advogados e turismólogos, especialistas em patrimônio cultural para elaboração desse plano, ainda inédito na Bahia.

“Estamos desenvolvendo estudo criterioso da Lei de Preservação do Patrimônio nº8.895 de 2003 e do Decreto estadual nº10.039 de 2006, que são as bases da proteção legal do Estado para com os bens culturais baianos”, explica o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. Segundo ele, também estão sendo estudadas pelo grupo leis e experiências federais e internacionais. “A nossa intenção é criar portarias que possibilitarão atualizar e modernizar a gestão de bens culturais, dando mais agilidade e eficácia na proteção desses patrimônios materiais e imateriais, e no diálogo com a sociedade”, diz o gestor estadual.

CÂMARA As normativas darão diretrizes para o órgão fiscalizador e os proprietários de imóveis tombados. Procedimentos de como tombar ou registrar, duração do processo, importância e consequências dessa ação, ou como intervir no patrimônio histórico, são outros itens das Normativas do IPAC. “Esse trabalho pode resultar na Câmara de Patrimônio que possibilitará a democratização das deliberações através de um colegiado especializado”, afirma o diretor de Preservação (Dipat) do IPAC, Roberto Pellegrino.

Dentre os itens das diretrizes do IPAC já está em fase de revisão final a portaria para tombamento e registro especial (patrimônio imaterial). As próximas serão fiscalização e intervenção, definindo a forma mais adequada para se intervir no bem edificado, com normas para gabarito, revestimento e modificações internas. “A construção de normativas pode fundamentar a proposta de revisão das leis que regem a proteção do patrimônio cultural e tornar mais céleres as respostas à sociedade”, diz o diretor de Projetos Obras e Restauro (Dipro) do IPAC, Felipe Musse.

R$ 30 MILHÕES Com as normativas, o IPAC pretende que a sociedade compreenda melhor o processo de patrimonialização, permitindo a sua atuação mais efetiva na preservação e conservação dos bens culturais. Ao serem protegidos legalmente, via tombamento e registro pela União, Estado ou Municípios, os patrimônios culturais passam a ter prioridade em linhas de financiamento, sejam municipais, estaduais, federais ou até internacionais.

Uma das formas de financiamento na Bahia são os Editais da Secult (http://goo.gl/fHKksh) que também auxiliam projetos arquitetônicos, obras e restauro de prédios, além de bens imateriais como festas populares e manifestações culturais. Os Editais 2016 reuniram R$ 30 milhões do Fundo de Cultura, com total de 3.265 propostas inscritas e seleção de 372 projetos em 23 segmentos da cultura. Fique informado no site www.ipac.ba.gov.br, facebook Ipacba Patrimônio, twitter @ipac_ba e instagram @ipac.patrimonio.

Crédito Fotográfico obrigatório Fotos - Lei nº 9610/98 – Ana Paula Nobre/IPAC

Assessoria de Comunicação – IPAC, em 07.11.2016
Jornalista responsável Geraldo Aragão (DRT-BA nº 1498)
(71) 99110-5099, 3117-6490, 3116-6673
Texto, coordenação de Jornalismo e Edição: Marco Cerqueira (DRT-BA nº 1851)
(71) 98234-9940
Texto-base: Jornalista Ana Paula Nobre (DRT-BA nº 3638)
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