sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

EDITORIAL




INTERMITENTE DO ESPETÁCULO

Pawlo Cidade*


6 mil cinemas, 3 mil livrarias, 2500 casas de show, 1200 museus e mais de mil 1000 teatros fechados. 2540 shows cancelados em festivais de verão do Hemisfério Norte, que tentam sobreviver a um prejuízo da ordem de € 3 milhões (leia mais sobre isso clicando aqui). Essa era a situação da França no auge da pandemia. A Cultura na França é uma área que emprega mais de 1 milhão de franceses e que produz dividendos sete vezes maiores que a indústria automobilística do país. Pesquisando sobre a reação dos governos da Europa, a exemplo da Alemanha, Reino Unido e a própria França, em relação ao setor cultural, não me surpreendi com o posicionamento destes países.

Tomando apenas a França como modelo desta questão, o presidente Emanuell Macron (que recentemente anunciou estar de Covid19) disse logo que manteria o sistema de remunerações dos artistas, produtores e técnicos das artes e a criação de um fundo de indenização para todos os profissionais do audiovisual francês cujas produções fossem canceladas devido à crise do coronavírus. Surgiram também outras ajudas de emergência que foram dirigidas pelo Centro Nacional de Cinema da França. Neste período, também entrou em ação um negócio chamado “Sistema da Intermitência” que nossos políticos podiam muito bem copiar para socorrer a classe artística, independente da implantação da Lei Aldir Blanc.

O “Sistema da Intermitência” é uma especificidade francesa que garante a sobrevivência de artistas e técnicos do espetáculo durante o período em que não estão em atividade na França. Com ou sem pandemia! Para ter esse direito cada profissional deve cumprir e comprovar 507 horas de trabalho por ano, sem as quais não se consegue o subsídio. Esses trabalhadores são denominados de “intermitente do espetáculo”. Explico: Trata-se de um artista ou técnico que trabalha de maneira ocasional em empresas de produção teatral, cinematográfica ou de audiovisual em geral e que se beneficia de um seguro desemprego calculado a partir de um número mínimo de horas trabalhadas e uma contribuição suplementar aplicada especificamente para esta categoria, no regime previdenciário francês.

É uma espécie de seguro de “retorno ao emprego” que funciona como um complemento de renda, dada a natureza sazonal da maioria das atividades culturais. Foi criado em 1936, para os técnicos e funcionários do cinema, impulsionado pela demanda dos produtores de cinema que, na época, não encontravam técnicos, artesãos e operários dispostos a trabalhar pelo tempo das produções. Mas só a partir de 1° de outubro de 2014 é possível acumular este seguro e um salário de acordo com um conjunto de critérios especificado no Código de Trabalho Francês. As produções realizadas por empresas do ramo da cultura duram pouco tempo, o que leva essas empresas a contratar artistas, atores, técnicos e operários por períodos pré-definidos em um tipo de contrato chamado na França de “contrato de duração determinada”. Este contrato pode ser, inclusive, de alguns dias. No entanto, os dias parados são também pagos graças ao sistema de intermitência.

Na França, trabalhadores e trabalhadoras da cultura são considerados assalariados e não profissionais liberais. Penso que este tipo de auxílio pode ser criado pelo Município ou pelo Estado, fortalecendo e valorizando a classe trabalhadora da Cultura. Portugal já está discutindo o Estatuto do Artista ou "Estatuto do Intermitente" que deve ser implementado em 2021 e que trata sobre a questão (saiba mais clicando aqui). 

Ao repensar as políticas públicas de cultura, o Estado há de se considerar essa gigantesca massa de trabalhadores e trabalhadoras que vivem exclusivamente de suas atividades artísticas e criar um auxílio permanente que garanta a sobrevivência destes profissionais em períodos pandêmicos ou nos hiatos compreendidos entre uma e outra atividade, como faz a França. Será que nossos deputados federais, sobretudo os da bancada da Cultura, não estão com projetos semelhantes? Os artistas agradecem.

* Escritor e gestor cultural.

EDITAL DANÇA NA TELA ALCANÇOU 65 INSCRITOS, SENDO 42 NA BAHIA E 23 EM OUTROS ESTADOS


O edital Dança na Tela, promovido conjuntamente entre a Coordenação de Dança e a Diretoria de Audiovisual da Funceb, alcançou 65 inscrições, sendo 31 em Salvador, 03 na Região Metropolitana, nas cidades de Camaçari, Lauro de Freitas e Dias D'Ávila; 08 nas cidades de Pojuca, Caetité, Juazeiro, Iguaí, São Félix, Itabuna, Santo Antonio de Jesus e Guanambi, no interior do estado e mais 23 inscrições oriundas de Recife, Jaboatão do Guararapes, Caruaru, Petrolina, São Paulo Capital, Campinas, Paulínia, Vitória, Curitiba, Ponta Grossa, Brasília e São Luiz.

O certame vai selecionar 50 obras audiovisuais com temática em dança, de gênero Documentário (nos formatos de longa, média ou curta metragem) ou de gênero vídeodança (formato livre), produzidas por profissionais da Bahia e de todo o Brasil. As obras selecionadas farão parte de seis mostras audiovisuais, entre fevereiro e julho de 2021, com sessões de 40 a 60 minutos, cada, sempre na última semana de cada mês.

O resultado do edital será divulgado até 29 de dezembro de 2020, no site da Funceb. Serão aceitos recursos unicamente para correções procedimentais em até 05 (cinco) dias úteis a partir da data de publicação do resultado da seleção.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

FUNCEB ABRE INSCRIÇÕES PARA 2a. TURMA DE MASTERCLASSES GRATUITAS



Dando seguimento ao webinário “Cultura que Movimenta”, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, através de sua coordenação de Música, estão abertas as inscrições gratuitas para as segundas turmas de masterclasses que têm como temática principal “Os desafios da Música no mundo pós-pandêmico”.

As masterclasses irão acontecer nos dias 14 e 15 de dezembro, e cada participante terá um convite exclusivo para encontros de mentoria, onde terão a oportunidade de compartilhar com mentores seus projetos e questões relacionadas ao tema. Interessados nas masterclass podem se inscrever através deste link até uma hora antes do início de cada encontro. Os conteúdos serão transmitidos através da plataforma Zoom e haverá certificado para participantes.
Programação

Na segunda-feira (14), às 19h, acontece a masterclass “Tecnologias sociais e redes colaborativas para desenvolvimento/fortalecimento da cena artística e musical”, com o produtor cultural, gestor, comunicólogo, youtube menager e consultor em novas mídias, Fernando Mariano. A mentoria desta masterclass acontecerá no dia 16 de dezembro, às 19h.

Ainda na segunda-feira (14), às 20h, tem início a masterclass “Ecossistema da música pós-pandemia: novos formatos de projetos, hábitos de consumo e economia criativa”, que será mediada pela produtora, gestora cultural e pesquisadora musical, Raína Biriba. A mentoria desta masterclass acontecerá no dia 16 de dezembro, às 20h.

No dia seguinte, terça-feira (15), às 19h, será a vez do produtor musical, engenheiro eletrônico e educador de música, Pedro Itan, estar à frente da masterclass “Profissional da música no pós-pandemia”. O encontro de mentoria desta marterclass acontecerá em 17 de dezembro, às 19h.

Fechando a programação, o diretor de fotografia, filmmaker e produtor audiovisual, Edvaldo Neto, falará sobre a “Produção audiovisual na música aliada à construção de narrativas digitais” na terça-feira (15), às 20h. O encontro de mentoria desta última masterclass será na quinta-feira (17), às 20h.


SERVIÇO

Webinário Cultura que Movimenta
Inscrições: através deste link
Onde: através da plataforma Zoom
Gratuito


Programação:

Masterclass 1 – Tecnologias sociais e redes colaborativas para desenvolvimento/fortalecimento da cena artística e musical, com Fernando Mariano
Quando: 14 de dezembro de 2020, às 19h
Mentoria: 16 de dezembro de 2020, às 19h

Masterclass 2 – Ecossistema da música pós-pandemia: novos formatos de projetos, hábitos de consumo e economia criativa, com Raína Biriba
Quando: 14 de dezembro de 2020, às 20h
Mentoria: 16 de dezembro de 2020, às 20h

Masterclass 3 – Profissional da música no pós-pandemia, com Pedro Itan
Quando: 15 de dezembro de 2020, às 19h
Mentoria: 17 de dezembro de 2020, às 19h

Masterclass 4 – Produção audiovisual na música aliada à construção de narrativas digitais, com Edvaldo Neto
Quando: 15 de dezembro de 2020, às 20h
Mentoria: 17 de dezembro de 2020, às 20h