terça-feira, 22 de dezembro de 2020

 


FELIZCULTURA 2021

 2020 todos já sabem que foi um ano diferente. E sua diferença não esteve somente na chegada de uma pandemia. Foi diferente nas circunstâncias, na labuta com as coisas, com as pessoas, com a natureza – cada vez mais destruída, e este foi um ano em que ela mais foi atacada violentamente!

Redescobrimos as lives, as reuniões virtuais, os encontros, os lançamentos literários, as oficinas, os cursos. Digo que redescobrimos porque eles já estavam aí e não fazíamos ideia de como poderíamos potencializá-los e ampliar nossas redes. Não sei se viveremos mais sem esta forma menos onerosa de conexão. Embora saibamos que nada substitui o contato humano.

Participamos de alguns editais, anunciamos muitos, deixamos de realizar alguns projetos, frente a um mar de incertezas, causados por esta calamidade pública.

Mas é isso. 2021 haverá de ser melhor. Afinal, enquanto houver vida, sempre há de ter esperança.

FelizCultura 2021!

 

Viviane Souza Siqueira Couto

Presidente do Conselho Diretor


P.S. : Retomaremos as publicações a partir do dia 2 de janeiro de 2021.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

EDITORIAL




INTERMITENTE DO ESPETÁCULO

Pawlo Cidade*


6 mil cinemas, 3 mil livrarias, 2500 casas de show, 1200 museus e mais de mil 1000 teatros fechados. 2540 shows cancelados em festivais de verão do Hemisfério Norte, que tentam sobreviver a um prejuízo da ordem de € 3 milhões (leia mais sobre isso clicando aqui). Essa era a situação da França no auge da pandemia. A Cultura na França é uma área que emprega mais de 1 milhão de franceses e que produz dividendos sete vezes maiores que a indústria automobilística do país. Pesquisando sobre a reação dos governos da Europa, a exemplo da Alemanha, Reino Unido e a própria França, em relação ao setor cultural, não me surpreendi com o posicionamento destes países.

Tomando apenas a França como modelo desta questão, o presidente Emanuell Macron (que recentemente anunciou estar de Covid19) disse logo que manteria o sistema de remunerações dos artistas, produtores e técnicos das artes e a criação de um fundo de indenização para todos os profissionais do audiovisual francês cujas produções fossem canceladas devido à crise do coronavírus. Surgiram também outras ajudas de emergência que foram dirigidas pelo Centro Nacional de Cinema da França. Neste período, também entrou em ação um negócio chamado “Sistema da Intermitência” que nossos políticos podiam muito bem copiar para socorrer a classe artística, independente da implantação da Lei Aldir Blanc.

O “Sistema da Intermitência” é uma especificidade francesa que garante a sobrevivência de artistas e técnicos do espetáculo durante o período em que não estão em atividade na França. Com ou sem pandemia! Para ter esse direito cada profissional deve cumprir e comprovar 507 horas de trabalho por ano, sem as quais não se consegue o subsídio. Esses trabalhadores são denominados de “intermitente do espetáculo”. Explico: Trata-se de um artista ou técnico que trabalha de maneira ocasional em empresas de produção teatral, cinematográfica ou de audiovisual em geral e que se beneficia de um seguro desemprego calculado a partir de um número mínimo de horas trabalhadas e uma contribuição suplementar aplicada especificamente para esta categoria, no regime previdenciário francês.

É uma espécie de seguro de “retorno ao emprego” que funciona como um complemento de renda, dada a natureza sazonal da maioria das atividades culturais. Foi criado em 1936, para os técnicos e funcionários do cinema, impulsionado pela demanda dos produtores de cinema que, na época, não encontravam técnicos, artesãos e operários dispostos a trabalhar pelo tempo das produções. Mas só a partir de 1° de outubro de 2014 é possível acumular este seguro e um salário de acordo com um conjunto de critérios especificado no Código de Trabalho Francês. As produções realizadas por empresas do ramo da cultura duram pouco tempo, o que leva essas empresas a contratar artistas, atores, técnicos e operários por períodos pré-definidos em um tipo de contrato chamado na França de “contrato de duração determinada”. Este contrato pode ser, inclusive, de alguns dias. No entanto, os dias parados são também pagos graças ao sistema de intermitência.

Na França, trabalhadores e trabalhadoras da cultura são considerados assalariados e não profissionais liberais. Penso que este tipo de auxílio pode ser criado pelo Município ou pelo Estado, fortalecendo e valorizando a classe trabalhadora da Cultura. Portugal já está discutindo o Estatuto do Artista ou "Estatuto do Intermitente" que deve ser implementado em 2021 e que trata sobre a questão (saiba mais clicando aqui). 

Ao repensar as políticas públicas de cultura, o Estado há de se considerar essa gigantesca massa de trabalhadores e trabalhadoras que vivem exclusivamente de suas atividades artísticas e criar um auxílio permanente que garanta a sobrevivência destes profissionais em períodos pandêmicos ou nos hiatos compreendidos entre uma e outra atividade, como faz a França. Será que nossos deputados federais, sobretudo os da bancada da Cultura, não estão com projetos semelhantes? Os artistas agradecem.

* Escritor e gestor cultural.

EDITAL DANÇA NA TELA ALCANÇOU 65 INSCRITOS, SENDO 42 NA BAHIA E 23 EM OUTROS ESTADOS


O edital Dança na Tela, promovido conjuntamente entre a Coordenação de Dança e a Diretoria de Audiovisual da Funceb, alcançou 65 inscrições, sendo 31 em Salvador, 03 na Região Metropolitana, nas cidades de Camaçari, Lauro de Freitas e Dias D'Ávila; 08 nas cidades de Pojuca, Caetité, Juazeiro, Iguaí, São Félix, Itabuna, Santo Antonio de Jesus e Guanambi, no interior do estado e mais 23 inscrições oriundas de Recife, Jaboatão do Guararapes, Caruaru, Petrolina, São Paulo Capital, Campinas, Paulínia, Vitória, Curitiba, Ponta Grossa, Brasília e São Luiz.

O certame vai selecionar 50 obras audiovisuais com temática em dança, de gênero Documentário (nos formatos de longa, média ou curta metragem) ou de gênero vídeodança (formato livre), produzidas por profissionais da Bahia e de todo o Brasil. As obras selecionadas farão parte de seis mostras audiovisuais, entre fevereiro e julho de 2021, com sessões de 40 a 60 minutos, cada, sempre na última semana de cada mês.

O resultado do edital será divulgado até 29 de dezembro de 2020, no site da Funceb. Serão aceitos recursos unicamente para correções procedimentais em até 05 (cinco) dias úteis a partir da data de publicação do resultado da seleção.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

FUNCEB ABRE INSCRIÇÕES PARA 2a. TURMA DE MASTERCLASSES GRATUITAS



Dando seguimento ao webinário “Cultura que Movimenta”, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, através de sua coordenação de Música, estão abertas as inscrições gratuitas para as segundas turmas de masterclasses que têm como temática principal “Os desafios da Música no mundo pós-pandêmico”.

As masterclasses irão acontecer nos dias 14 e 15 de dezembro, e cada participante terá um convite exclusivo para encontros de mentoria, onde terão a oportunidade de compartilhar com mentores seus projetos e questões relacionadas ao tema. Interessados nas masterclass podem se inscrever através deste link até uma hora antes do início de cada encontro. Os conteúdos serão transmitidos através da plataforma Zoom e haverá certificado para participantes.
Programação

Na segunda-feira (14), às 19h, acontece a masterclass “Tecnologias sociais e redes colaborativas para desenvolvimento/fortalecimento da cena artística e musical”, com o produtor cultural, gestor, comunicólogo, youtube menager e consultor em novas mídias, Fernando Mariano. A mentoria desta masterclass acontecerá no dia 16 de dezembro, às 19h.

Ainda na segunda-feira (14), às 20h, tem início a masterclass “Ecossistema da música pós-pandemia: novos formatos de projetos, hábitos de consumo e economia criativa”, que será mediada pela produtora, gestora cultural e pesquisadora musical, Raína Biriba. A mentoria desta masterclass acontecerá no dia 16 de dezembro, às 20h.

No dia seguinte, terça-feira (15), às 19h, será a vez do produtor musical, engenheiro eletrônico e educador de música, Pedro Itan, estar à frente da masterclass “Profissional da música no pós-pandemia”. O encontro de mentoria desta marterclass acontecerá em 17 de dezembro, às 19h.

Fechando a programação, o diretor de fotografia, filmmaker e produtor audiovisual, Edvaldo Neto, falará sobre a “Produção audiovisual na música aliada à construção de narrativas digitais” na terça-feira (15), às 20h. O encontro de mentoria desta última masterclass será na quinta-feira (17), às 20h.


SERVIÇO

Webinário Cultura que Movimenta
Inscrições: através deste link
Onde: através da plataforma Zoom
Gratuito


Programação:

Masterclass 1 – Tecnologias sociais e redes colaborativas para desenvolvimento/fortalecimento da cena artística e musical, com Fernando Mariano
Quando: 14 de dezembro de 2020, às 19h
Mentoria: 16 de dezembro de 2020, às 19h

Masterclass 2 – Ecossistema da música pós-pandemia: novos formatos de projetos, hábitos de consumo e economia criativa, com Raína Biriba
Quando: 14 de dezembro de 2020, às 20h
Mentoria: 16 de dezembro de 2020, às 20h

Masterclass 3 – Profissional da música no pós-pandemia, com Pedro Itan
Quando: 15 de dezembro de 2020, às 19h
Mentoria: 17 de dezembro de 2020, às 19h

Masterclass 4 – Produção audiovisual na música aliada à construção de narrativas digitais, com Edvaldo Neto
Quando: 15 de dezembro de 2020, às 20h
Mentoria: 17 de dezembro de 2020, às 20h

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

SecultBA REALIZA WEBINÁRIO “Formação e Qualificação em Cultura: Experiências e Perspectivas”



Especialistas na área de formação cultural participam de debates acerca do setor nos próximos dias 10 e 11 de dezembro. Com o tema “Formação e Qualificação em Cultura: Experiências e Perspectivas”, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia promove o webinário que marca a retomada e alinhamento do programa de formação cultural, além de promover um balanço das ações e políticas que já vem sendo desenvolvidas neste campo pela pasta e as demais instituições participantes.O webinário é destinado a servidores da SecultBA dos setores relacionados à área de formação, indicados pelas unidades vinculadas, e representantes da Secretaria de Educação, das universidades públicas sediadas na Bahia, e do Sistema “S” (Sesc, Sesi e Senai). O público em geral interessado no tema poderá acompanhar e interagir no canal do YouTube da SecultBA.

Programação – No 1º dia, às 9h, a abertura será realizada pela secretária estadual de Cultura, Arany Santana. A Mesa 1, com início às 10h, debate o tema “As políticas de formação em cultura no Brasil”, com participações de Gabriel Chati (UNIPAMPA), Antenor Oliveira (SESI RJ) e Laura Bezerra (UFRB). No período da tarde, a partir das 14h, Ana Coelho (IPAC), Lila Silva (DTC/SUDECULT) e Roseane Patriota (DEC/SUPROCULT) conversam sobre “Experiências formativas da Secult”.

Na sexta-feira (11), segundo dia da programação, a Mesa 3, com o tema “Formação em arte na Bahia”, tem início às 9h, com Jacson do Espírito Santo (CFA/Funceb), Uillian Oliveira (UFOB) e José Henrique de Campos (NEOJIBA). Às 14h, tem início a Mesa 4, sobre “Produção e difusão do conhecimento como formação”, reunindo Walter Silva (CMB/Fundação Pedro Calmon), Aldo Morais (CUCA/UEFS) e Cybele Amado de Oliveira (IAT/SEC). Após os debates, está prevista para 16h a reunião das Instituições de Ensino Superior e do Sistema “S” para indicação de membros do Grupo de Trabalho de Coordenação do Programa Estadual de Formação Cultural. A posse do GT acontece no encerramento do webinário.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

FUNCEB DIVULGA RESULTADO DE HABILITAÇÃO DO PRÊMIO DAS ARTES JORGE PORTUGAL



Foi publicada no Diário Oficial da Bahia na data de hoje, os projetos habilitados para o Prêmio das Artes Jorge Portugal. Para conhecer todos os habilitados e não-habilitados, CLIQUE AQUI.

Proponentes que queiram interpor recursos tem os dias 10 e 11 de dezembro para fazê-lo através do email recurso.lab@funceb.ba.gov.br (ASSUNTO DO EMAIL: RECURSO HABILITAÇÃO PRÊMIO DAS ARTES JORGE PORTUGAL) conforme modelo de formulário disponibilizado no edital.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

EDITORIAL

 

Imagem meramente ilustrativa. Clique aqui e saiba mais sobre o tema.

CULTURA PARA SUSTENTABILIDADE

Pawlo Cidade*

 

Um dos principais eixos do programa Cidades Sustentáveis está na Cultura para a Sustentabilidade. A Cultura é hoje uma das áreas que mais avançam, sobretudo na construção e no desenvolvimento de um Município. Se a gente pretende ter uma cidade ambientalmente, socialmente, economicamente e politicamente bem melhor, é preciso considerar a Cultura como um dos pilares do planejamento municipal.

Entre as instâncias e os instrumentos que compõem a Política Pública daCulturaestá o Plano Municipal de Cultura e no plano estão estabelecidas as metas. E como foi que estas metas foram criadas? Em Ilhéus, por exemplo, nosso Plano de Cultura existem 43 metas que deveriam, por força da lei, estar sendo cumpridas. As metas não surgiram da minha cabeça e dos demais agentes culturais que discutiram durante anos quais seriam os rumos da cultura ilheense. Elas nasceram de indicadores que nos apontaram que metas deveriam ser criadas.

O Programa Cidades Sustentáveis apresenta alguns indicadores que, embora na época da criação do Plano Municipal de Cultura de Ilhéus eles não tenham sido apresentados pela ONU, foram temas de discussão em vários eixos temáticos, como, por exemplo, a existência de uma biblioteca pública capaz de atender às necessidades de pesquisadores, alunos, historiadores e professores como um valioso acervo de livros infanto-juvenis e de livros para adultos.Entretanto, ter um acervo que suprisse estas necessidades não teria nenhuma validade se não houvesse ações de preservação, valorização e difusão do patrimônio material e imaterial no Município. Eu pergunto: existem? Estão postos?

Precisamos estar o tempo inteiro com campanhas de educação cidadã, centros culturais, casas e espaços de cultura públicos e privados em pleno funcionamento e com uma programação que atraia os mais variados públicos. Os indicadores do programa ainda apontam a necessidade de um conselho municipal de cultura preparado para propor intervenções e cuidar com rigor do patrimônio histórico.

As escolas da rede municipal deveriam abrir aos finais de semana para a comunidade, com uma programação artística e cultural, planejada por pedagogos e brincantes e os recursos públicos municipais para cultura não podem ser insignificantes.Afinal, como atesta o programa, “políticas públicas que levem à valorização da diversidade, à proteção do patrimônio imaterial e natural e à promoção de valores solidários e sustentáveis são capazes de transformar uma sociedade”.

P.S. Conheça o Programa Cidades Sustentáveis

* Escritor e gestor cultural

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

#PrêmioJorgePortugal – SELECIONADOS E SUPLENTES DO PRÊMIO JORGE PORTUGAL SERÃO PREMIADOS!



A Fundação Cultural do Estado (Funceb/SecultBa) informa que, em função da suplementação de recursos oriundos do Programa Aldir Blanc, gerido pela Secretaria de Cultura do Estado, além das 380 propostas titulares selecionadas, serão convocadas 564 propostas suplentes nas categorias Teatro, Audiovisual, Música, Dança, Artes Visuais, Circo e Literatura.  

CONVOCAÇÃO 

Selecionados e suplentes deverão apresentar documentação contida no ANEXO V - DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA HABILITAÇÃO deste Edital para a FUNCEB via e-mail de acordo com a categoria cujo projeto foi selecionado, a saber: 

artesvisuais.lab@funceb.ba.gov.br

audiovisual.lab@funceb.ba.gov.br

circo.lab@funceb.ba.gov.br

danca.lab@funceb.ba.gov.br

literatura.lab@funceb.ba.gov.br

musica.lab@funceb.ba.gov.br e 

teatro.lab@funceb.ba.gov.br  


A documentação deve ser enviada de 28/11 a 02/12. Tanto selecionados quanto suplentes HABILITADOS serão premiados, após cumprirem as exigências do Edital   

Proponentes devem atentar para a lista de convocação. Acesse aqui.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

CNM PEDE AMPLIAÇÃO DE PRAZO PARA EXECUÇÃO DE RECURSOS DA LEI ALDIR BLANC


A Confederação Nacional de Municípios (CNM) enviou Ofício 855/2020 ao secretário Especial de Cultura do Ministério do Turismo, Mário Frias, pedindo a ampliação do prazo de execução dos recursos da Lei Aldir Blanc. Isso porque, segundo as regras estabelecidas pela Lei 14.017/2020 e o Decreto 10.464/2020, os gestores municipais têm até o dia 31 de dezembro para finalizarem a execução dos recursos.

Assinado pelo presidente Glademir Aroldi, o documento reforça que os Municípios vêm manifestando dificuldades para concluir a execução orçamentária e financeira - ou seja, o cumprimento dos três estágios da despesa: empenho, liquidação e pagamento - até o prazo determinado. A CNM lembra que muitos dos Municípios contemplados dispõem de menos de quatro meses para finalizar essa execução dos recursos.

Quanto ao prazo, leva-se em conta que a Lei Aldir Blanc foi regulamentada em agosto e as transferências de recursos da União aos Municípios ocorreram nos meses de setembro a novembro. Por fim, a CNM apontou que o pleito pode ser atendido pelo governo federal por meio de Medida Provisória e de Decreto.

Da Agência CNM de Notícias

#PrêmioJorgePortugal - FUNCEB DISPONIBILIZA FAQ PARA SANAR DÚVIDAS QUANTO A HABILITAÇÃO



Para sanar dúvidas dos selecionados e suplentes quanto ao processo de HABILITAÇÃO no Prêmio das Artes Jorge Portugal, está disponível um FAQ (Perguntas Frequentes) com as principais perguntas levantadas no email duvida.lab@funceb.ba.gov.br, bem como nas Redes Sociais.


O FAQ contém informações sobre documentação obrigatória, prazos, informações financeiras, dentre outras dúvidas. Importa salientar que os documentos enviados para habilitação antes da convocação feita pela FUNCEB não serão aceitos.

A habilitação terá validade a partir da data de convocação para entrega de documentação pela FUNCEB (25/11), conforme ANEXO IV, Cronograma da Seleção – Prazos das etapas do Prêmio. Selecionados e suplentes devem entregar documentação no mesmo prazo - de 26/11 a 30/11.

sábado, 21 de novembro de 2020

SELECIONADOS E SUPLENTES DO PRÊMIO DAS ARTES JORGE PORTUGAL E EDITAL DE EXIBIÇÃO DE AUDIOVISUAL DEVEM ENTREGAR DOCUMENTAÇÃO NA FASE DE HABILITAÇÃO

atenção


Com a divulgação dos resultados preliminares do Prêmio das Artes Jorge Portugal e Prêmio de Exibição Audiovisual, proponentes de ambos editais devem atentar para os cronogramas dos mesmos (ANEXO IV). A fase de Habilitação (ENTREGA DE DOCUMENTOS) será após a fase de apreciação dos recursos. 


Para esta fase de Habilitação, os proponentes serão convocados através de ato publicado no Diário Oficial do Estado, no site da Fundação Cultural e da Secretaria de Cultura do Estado (Secult/BA). 

Selecionados e suplentes deverão entregar documentação respeitando os mesmos prazos. 


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

ARTIGO

 

A CULTURA NA AGENDA DO G20

Pawlo Cidade*

No início deste mês de novembro, ministros da cultura do G20, grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das maiores economias do mundo e a União Europeia, se reuniram conjuntamente para discutir o tema “A ascensão da economia cultural: um novo paradigma”. Esta reunião ocorreu no último dia 4, na Arábia Saudita. “Foi a primeira vez que os debates políticos do G20 reconheceram a crescente contribuição da cultura para a economia global. Em uma mudança de paradigma acelerada pela pandemia COVID-19, o G20 reconheceu o potencial para a contribuição da cultura em todo o espectro de políticas públicas para forjar sociedades e economias mais sustentáveis”.

Este não é meu primeiro texto, nem será o último em que defendo aqui uma postura e um conceito mais abrangente no planejamento dos governos, sobretudo os Municipais e Estaduais, a inclusão da Cultura em seu rol de políticas públicas capazes de estruturar e mudar o modo de vida do cidadão. Mas esta inclusão deve se dar também com a participação da sociedade civil. Ainda bem que o G20, ao colocar a Cultura no centro das atenções como um “componente-chave da recuperação econômica e social”, reconhece em tempo a importância deste setor que foi, seguramente, o mais afetado por esta pandemia.

Ano passado, o Fórum de Ministros da Cultura, que a UNESCO convocou, também em novembro, apontou fragilidades na infraestrutura cultural e escassez de investimentos. O que não é nenhuma novidade. Lembro que o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas e Presidente da Comissão Nacional de Cabo Verde para a UNESCO, Abraão Vicente, falou da necessidade do respeito pelos direitos de autor e pela transferência direta de recursos por parte do estado para o setor da Cultura e sobre o peso da Cultura no PIB, que podemos até discutir em outro texto.

Em tempo, o G20, consciente que vivemos num mundo cada vez mais interdependente, reconhece que é a Cultura um meio eficaz de diálogo internacional, tal como afirmaram no encontro a Arábia Saudita, a China e a Rússia, reafirmando ser a Cultura “um componente fundamental das relações”.

Vários países disseram que é preciso tornar o setor cultural mais ecológico. Ou seja, ver a Cultura não só de forma econômica, mais, sobretudo, sistêmica, como um componente dinâmico de qualquer ecossistema como defendeu o antropólogo Charles O. Frake, em 1962, e que em outro texto falarei sobre esta visão.

Por fim, o encontro ainda ressaltou questões ligadas a proteção da diversidade cultural, garantia de remuneração justa para as produções culturais, ampliar a digitalização de material cultural para garantir um acesso mais equitativo e, sobretudo, fortalecer as sinergias entre Cultura e Educação, “para que os alunos possam desenvolver novas habilidades, participar ativamente da vida cívica e se adaptar a um mercado de trabalho em rápida mudança”.

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 20/11/2020 07h37


* Escritor, ativista cultural 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

RESULTADO DO PRÊMIO DAS ARTES JORGE PORTUGAL É DIVULGADO PELA FUNCEB




A Fundação Cultural do Estado (Funceb/SecultBA) divulga o resultado preliminar do Prêmio das Artes Jorge Portugal, instrumento que integra o Programa Aldir Blanc Bahia, gerido pela Secretaria de Cultura do Estado. O Programa utiliza recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. Ao total será investido, a princípio, R$ 24 milhões no edital.

Os proponentes selecionados devem atentar para a proposta válida, no caso daqueles que enviaram mais de uma proposta. Recursos deverão ser enviados para o email recurso.lab@funceb.ba.gov.br, (ASSUNTO DO EMAIL: PRÊMIO DAS ARTES JORGE PORTUGAL) conforme modelo de formulário disponibilizado no edital, até 21 de novembro. Previsto no edital, está disponível o Banco Público de Imagens dos proponentes que se autodeclararam negros (saiba mais).

FASE DE HABILITAÇÃO

Após apreciação de recursos, a fase seguinte é a de Habilitação. Nela, a Funceb fará a verificação de vedações contidas no item 3 de ambos os editais, reforçando que existem vedações legais que impedem a transferência destes recursos para remunerar servidores públicos. Importante que os selecionados atentem para a documentação: os documentos listados no Anexo V do edital precisam ser preenchidos integralmente e entregues - de forma virtual - para os emails contidos no item 7. O não envio por e-mail dos documentos necessários para a habilitação, listados no ANEXO V, no prazo estabelecido, resultará na desclassificação do selecionado e na automática substituição pelo suplente, observando as indicações de classificação das Comissões de Seleção.

 

ACESSE AQUI O RESULTADO, o EDITAL e o BANCO PÚBLICO DE IMAGENS - COTISTAS

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

#ProgramaAldirBlanc - FUNCEB DIVULGA RESULTADO DO PRÊMIO DE EXIBIÇÃO AUDIOVISUAL



A Fundação Cultural do Estado (Funceb/SecultBA) divulga o resultado do Prêmio de Exibição Audiovisual, instrumento que integra o Programa Aldir Blanc Bahia, gerido pela Secretaria de Cultura do Estado. O Programa utiliza recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. Ao total será investido, a princípio, R$ 1 milhão no edital.

Os proponentes selecionados devem atentar para a proposta válida, no caso daqueles que enviaram mais de uma proposta. Recursos deverão ser enviados para o email recurso.lab@funceb.ba.gov.br, conforme modelo de formulário disponibilizado no edital, até 19 de novembro. No assunto do email, especificar: RECURSO - EXIBIÇÃO AUDIOVISUAL.

Previsto no edital, está disponível o Banco Público de Imagens dos proponentes que se autodeclararam negros (saiba mais).

FASE DE HABILITAÇÃO

Após apreciação de recursos, a fase seguinte é a de Habilitação. Nela, a Funceb fará a verificação de vedações contidas no item 3 de ambos os editais, reforçando que existem vedações legais que impedem a transferência destes recursos para remunerar servidores públicos. Importante que os selecionados atentem para a documentação: os documentos listados no Anexo V do edital precisam ser preenchidos integralmente e entregues (em até cinco dias) - de forma virtual - para os emails contidos no item 7. O não envio por e-mail dos documentos necessários para a habilitação, listados no ANEXO V, no prazo estabelecido, resultará na desclassificação do selecionado e na automática substituição pelo suplente, observando as indicações de classificação das Comissões de Seleção.

#EditalAudiovisual - 3º Circuito Cine Éden divulga selecionados para a Mostra Competitiva Cinema de Casa



O 3º Circuito Cine Éden divulgou em seu site os curtas-metragens produzidos por baianos, que foram selecionados para a Mostra Competitiva Cinema de Casa, de filmes produzidos durante a pandemia da COVID-19. Além de serem exibidos no site do Circuito www.circuitocineeden.com.br e no www.youtube.com/circuitocineeden, nos dias do evento, os contemplados receberão um valor de R$ 400 pela seleção.


Para a Mostra, foram selecionados os curtas-metragens: “Às moscas”, de Wayner Tristão Gonçalves (Juazeiro), “Contos da Quarentena”, de Márcio Nunes de Abreu (Salvador), “Diário de uma idosa em quarentena”, de Letícia Portela Silva Ferreira (Vitória da Conquista), “Enleada”, de Carlos Miranda (Poções), “Maratonista de Quarentena”, de Eduardo Tosta Junior (Salvador), “marvin.gif PART II”, de Marcos Vinicius Pereira da Cruz (Cachoeira), “Negra Obsidiana”, de Rebeca Thaís Vunjão Sousa (Salvador), “Ordinária Quarentena”, de Maria Cristina Correa do Amaral (Itacaré), “Oríkì”, de Valdíria Santos de Souza Fernandes (Porto Seguro), “Para o hoje que finge diferença”, de Rafael Silva Oliveira (Vitória da Conquista), “Retorno”, de José Astério (Conceição do Coité), “Tateio-me”, de Lis Schwabacher de Araripe (Salvador). O curta-metragem "Quarentena, Isolamento e Vida", dirigido por Verônica Leite, de Ipiaú (BA), receberá menção honrosa, a fim de estimular mais realizadores da cidade onde nasceu o circuito a produzirem e se expressarem por meio do cinema.

A Mostra recebeu 69 inscrições vindas de realizadores baianos das cidades de Salvador, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Juazeiro, Porto Seguro, Ilhéus, Cachoeira, Simões Filho, Santo Amaro, Poções, Morro do Chapéu, Lençóis, Lauro de Freitas, Jaguaribe, Itacaré, Ipiaú, Coração de Maria, Condeúba, Conceição do Coité, Caeté-Açú. Também houve inscrições de baianos que moram em outros estados e países: Rio de Janeiro, Fortaleza, Ribeirão Preto, São Luiz, Curitiba, Assentamento Normândia - Caruaru, França e Itália.

Curadoria

Edson Bastos, idealizador do evento e curador desta Mostra, comenta que as escolhas foram pensadas para conferir diversidade: “São olhares que vêm de diferentes cidades da Bahia, representando formas variadas de enxergar a quarentena, e de pensar além dela". Para a curadora Camila Cordeiro, a mostra tem sido uma janela para entrar um pouco na experiência individual e coletiva para fora de nossas quatro paredes. “É muito rica a diversidade de produções que trazem a delicadeza como motor criativo de transmutação do espaço físico limitado", avalia.

Após duas semanas de seleção dos curtas-metragens inscritos, a curadora Solange Moraes conta que a cada participação em uma comissão de seleção, seja de projetos ou de filmes, seu olhar se expande como se usasse uma lente de aumento: “Novas formas de fazer cinema, novos voos audiovisuais se apresentam diante da minha retina”. Outra percepção foi da curadora Inajara Diz, que explica: "Me norteei por uma pergunta recorrente, quais são os arquivos de quarentena que deixaremos para contar essas histórias?"

Sobre Camila Cordeiro Ribeiro - Realizadora audiovisual, trabalha há 10 anos somando mais de 30 produções por diferentes regiões do Brasil, atuando principalmente como produtora de arte. Longas–metragens como “Café, Pepi e Limão” (Doc Doma, Ba,2019), "Receba!" (Giro Planejamento, Ba, 2019), “Abaixo a Gravidade” (Truque, BA, 2015), “A Cidade do Futuro” (Coisa de Cinema, Ba, 2015) e séries televisivas como “Aruanas” (Maria Farinha e Globo SP/AM, 2018), “Assédio” (O2 e Globo, SP, 2017-2018), “Gravador de Histórias” (Temdendê, BA/RJ/RN/PE, 2017) e “Francisco Só Quer Jogar Bola” (DocDoma, Ba, 2016). É graduada no bacharelado interdisciplinar em Arte com especialização em Cinema e Audiovisual pela UFBA, e atualmente cursa o mestrado do Programa Póscultura/UFBA, onde pesquisa questões de gênero e raça no cinema nacional contemporâneo.

Sobre Edson Bastos - Natural de Ipiaú-BA, é sócio-administrador da Voo Audiovisual. É roteirista, produtor e diretor dos curtas "Veras"(2006), "Joelma" (2011), "Cine Éden" (2013), "É proibido menino calçado entrar na escola" (2013) e "Astrogildo e a Astronave" (2016). Também roteirista, produtor e diretor dos longas "A professora de música" (2016), "Dr. Ocride" (2018) e "Cinema de Amor" (2019). Também é curador e idealizador do Festival de Cinema Baiano - FECIBA (2011-2016) e Circuito Cine Éden (2014, 2017 e 2020). No Teatro, em parceria com Fábio Vidal, dirigiu e roteirizou o espetáculo "Joelma"(2013), desencadeado do projeto do curta-metragem homônimo. O espetáculo circulou por mais de 20 cidades brasileiras, além de apresentações na Argentina e Alemanha e teve mais de 20 mil espectadores desde o seu lançamento, em 2013. É mestrando em Cultura e Sociedade pela Pós-Cultura da UFBA, especialista em Audiovisual pela UESC, graduado em Comunicação Social com habilitação em Cinema e Ví­deo pela FTC e integrante do Grupo de Pesquisa: Cultura e Subalternidades “Epistemologias da Subalternidade no Cinema Brasileiro Contemporâneo (Pós-Cultura/IHAC/UFBA).

Sobre Inajara Diz - Está coordenadora da Cinemateca da Bahia, atua como produtora cultural há mais de dez anos no mercado. Trabalhou em festivais e projetos de teatro, cinema e artes visuais. No audiovisual, exerce função de continuísta, atua na edição, com a câmera na mão e na produção.

Sobre Solange Moraes - Formada em Cinema pela Universidade Federal da Bahia, sócia proprietária da Araçá Filmes, já rodou mais de 30 curtas, diversos longas-metragens e se encontra em fase de finalização dos filmes “Nina”, com direção de Paulo Alcântara, e “A Pele Morta”, com direção de Denise Moraes e Bruno Torres, além de estar em fase de lançamento do filme “Longe do Paraíso”, de Orlando Senna. Foi Presidente da Associação de Documentarista Baiana e Nacional. Membro do Conselho Superior de Cinema por duas vezes, no Governo Lula/Dilma. Realiza oficinas de Roteiro e Produção.

Programação do 3º Circuito Cine Éden - Nesta edição, que vai acontecer de 1º a 4 de dezembro com a programação toda online, além de serem exibidos curtas-metragens da Mostra Cinema de Casa, também serão exibidos os curtas baianos selecionados para a Mostra Cinema de Rua, celebrando a memória e refletindo sobre a existência dos cinema de rua no Brasil. Os filmes ficarão disponíveis no site e no canal do evento, além dos curtas da Mostra Cinema de Casa também serem exibidos posteriormente pela TVE-Bahia. Ainda, serão oferecidas quatro oficinas gratuitas de cinema para os inscritos, além de lives, promovendo a qualificação do debate em torno do tema deste ano: “Memória é Futuro”. A programação completa será divulgada até o dia 25 de novembro no www.circuitocineeden.com.br 

Para acompanhar as novidades da programação, os interessados devem acessar o site e as redes sociais, Instagram @circuitocineeden, e Facebook https://www.facebook.com/circuitocineeden.

A 3ª edição do Circuito Cine Éden é uma produção da Voo Audiovisual, foi selecionada pelo Edital Setorial de Audiovisual de 2019, e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e da Secretaria de Cultura da Bahia.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

CADASTRO ESTADUAL DOS TRABALHADORES DA CULTURA REABRE PRAZO DURANTE DEZ DIAS



Está reaberto a partir da zero hora desta sexta-feira (06) até às 23h59 do dia 15 de novembro, novo período de inscrições no Cadastro Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Cultura. A inscrição na base de dados é requisitada para o acesso à renda emergencial da cultura. Entre 14 de julho e 06 de outubro, foram recebidas mais de 25 mil inscrições. Conforme regulamentação estadual da Lei Aldir Blanc (Decreto Estadual 20.005), a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia poderia abrir novo prazo para inscrições em caso de disponibilidade de recursos e de prazo para execução orçamentária.  

A reabertura do cadastro também é uma demanda de trabalhadores da cultura, vinda de diversos municípios que não conseguiram realizar o cadastro no período anterior. A plataforma, criada e gerenciada em parceria com a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) está disponível no site da SecultBA - www.cultura.ba.gov.br a partir das 00h. 

Os recursos oriundos da Lei Aldir Blanc são direcionadas pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, o valor da renda emergencial é de R$ 600 e o pagamento terá cinco parcelas pagas de uma vez. Dúvidas sobre o cadastro podem ser encaminhadas ao e-mail: cadastrotrabalhador@cultura.ba.gov.br. 

Programa Aldir Blanc Bahia – Criado para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, o Programa Aldir Blanc Bahia (PABB) visa cumprir os incisos I e III da Lei Aldir Blanc (Lei Federal nº 14.017, de 29 de junho de 2020) e suas regulamentações federal e estadual. As ações são a transferência da renda emergencial para os trabalhadores e trabalhadoras da cultura, e a realização de chamadas públicas e concessão de prêmios. O PABB tem execução pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, geridas por meio da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias; e as suas unidades vinculadas: Fundação Cultural do Estado da Bahia, Fundação Pedro Calmon, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

ARTIGO

Dia Nacional da Cultura: a pandemia e a ressignificação do fazer artístico

 


A experiência artística, por excelência, reivindica a reunião de pessoas, instaurando, por meio das trocas simbólicas ali estabelecidas, lugar aberto às narrativas. Em 2020, vivenciamos o abrupto desaparecimento destes lugares de partilha. Sabemos que a sociedade levará algum tempo para elaborar coletivamente o significado deste prejuízo em nossa experiência social. Atribuir novos significados a este momento histórico passa pela transformação do olhar da sociedade sobre a/o artista – sujeitas/os devotas/os da integralidade da vida sensorial humana – que, durante a pandemia, não somente deixaram de contar histórias, mas, com seus olhos sensíveis ao devir, viram obliterar as milhares de novas histórias que seriam instauradas a partir da sua relação com a plateia. Neste Dia Nacional da Cultura – 5 de novembro – a reflexão se faz necessária.

A urgência da demanda pública impôs a gestoras e gestores a desafiadora missão de, em meio à crise, dar norte e perspectiva na manutenção dos direitos primordiais de cidadãs e cidadãos em todo o Brasil. Direitos estes que perpassam pela Cultura de maneira estrutural. Desde o março, a Fundação Cultural do Estado da Bahia atuou em articulação com entes governamentais e sociedade civil para mitigar os efeitos da crise pandêmica em meio ao setor artístico. Dentre as movimentações mais imediatas, destacamos a distribuição de cestas básicas viabilizadas pela direção da Funceb junto a coletivos artísticos em Salvador, a confecção de máscaras pelo Centro Técnico do Teatro Castro Alves (TCA) para distribuição prioritária a artistas e servidores da casa, além da articulação com organismos da micropolítica em prol da permanência e subsistência de artistas circenses no interior do estado.   

Paralelamente, apontamos também a concomitante reestruturação do Planejamento Estratégico 2020 desta Fundação, com a transposição dos projetos para as plataformas virtuais. Neste rol, destacamos a 8ª edição do edital Calendário das Artes, lançado de forma totalmente virtual, e que recebeu 1.788 propostas inscritas oriundas dos seis macroterritórios do estado da Bahia, premiando 200 propostas. Nesta mesma linha, apresentamos os solos de concertos via web da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA); desenvolvemos aulas virtuais de dança, intercâmbios com coletivos culturais e aulões públicos em formato de lives pelo Balé Teatro Castro Alves (BTCA); acontece até dezembro o projeto “Voltando aos Palcos”, com shows exclusivos transmitidos online e pela TVE, da Sala do Coro do TCA; estamos em fase de seleção de produções em videodança no âmbito do projeto Dança na Tela e Dança para a Infância; homenageamos o cinquentenário de morte de Walter Silveira por meio da Cinemateca da Bahia; está em curso a produção do Catálogo de Profissionais do Audiovisual Baiano através da Bahia Film Commission; estamos institucionalizando o Projeto Político Pedagógico da Escola de Dança da Funceb, numa perspectiva de ampla participação, e implantando o sistema de gestão do CFA.

Visando a antecipação dos procedimentos preliminares para a correta implementação da Lei Aldir Blanc – a Lei Emergencial da Cultura -, a Funceb adotou providências cooperativas para estruturar os mecanismos de acesso dos recursos por quem é de direito. Nesta direção, realizamos oitivas setorializadas com o campo das Artes na Bahia, através de reuniões com entidades, coletivos e grupos organizados da sociedade civil, com o intuito de ouvir proposições e constituir um diagnóstico da realidade enfrentada pelos agentes atuantes nos diferentes elos da cadeia das Artes no estado. Para ampliar esta comunicação com a sociedade civil, realizamos durante o mês de julho os Diálogos Virtuais das Artes, também para tratar e recolher sugestões sobre a aplicação da Lei Aldir Blanc reunindo, no primeiro dos oito encontros, mais de 370 agentes culturais de diferentes regiões da Bahia.

Com o advento da regulamentação da Lei, a Funceb atuou para investigar a expectativa da comunidade cultural sobre os modelos emergenciais de aplicação de recursos financeiros de suporte aos artistas e agentes do campo. Mapeamos iniciativas de todo o país dentro do perfil de ações voltadas para a emergência da pandemia, bem como foram observadas iniciativas no campo privado e que se constituem como relevantes no fomento da Cultura no Brasil. Estes esforços se materializaram no mês de setembro, com o lançamento de dois editais cujos objetos de premiação são digitais: o Prêmio das Artes Jorge Portugal e o Prêmio de Exibição de Audiovisual que, juntos, perfazem um valor inicial de R$ 25 milhões para a aplicação nas Artes na Bahia. Em um esforço revisionário corajoso, considerado o contexto dos arranjos em políticas públicas no Brasil, ambas as premiações garantem recursos para proponentes autodeclarados negros, mulher, transgênero, travesti, ou que residam no interior. Foram mais de 2.900 inscrições de todo estado e 380 propostas dos diferentes territórios de identidade serão premiadas.

A cena artística do presente foi transposta para a modalidade virtual, mas as estratégias que se desenham hoje apontam para caminhos já percorridos pelos movimentos sociais brasileiros, cujos integrantes disputam com o próprio corpo o espaço das contra narrativas. Este Dia Nacional da Cultura – 5 de novembro - é um chamado a toda sociedade brasileira – sobretudo para aquelas e aqueles que vêm conseguindo reconfigurar virtualmente suas atividades produtivas – para materializar o compromisso com o estado de sobrevivência deste “Outro” artista. A resistência dos setores artísticos às investidas de governos retrógrados não pode mais ser assunto estrito àqueles implicados nesta cadeia produtiva. Esse comprometimento – que é mais potente quando feito coletivamente, mas representa sobretudo um ato intransferível de exercício da cidadania – passa, inicialmente, pelo interesse da gestão pública e pela apropriação dos instrumentos de luta política.

Importa ainda dar movimento às nossas próprias posições pessoais no intuito de demandar o reconhecimento desta categoria como trabalhadores que são. Esta voz uníssona deve, enfim, fazer ecoar o cumprimento do pacto federativo que articula a sociedade em torno de um sistema nacional de cultura que, a depender dos nossos esforços, terá sua natureza renovada pelo princípio de garantia dos direitos fundamentais aos agentes culturais do Brasil. Um dia para refletir, resistir e – sim - celebrar.


Renata Dias - Diretora Geral da Fundação Cultural do Estado (Funceb/SecultBA)