quinta-feira, 8 de agosto de 2013

“UM POETA NÃO MORRE, É SEMPITERNO”


Semana passada registrei aqui sete escritores pouco conhecidos do público ilheense. Disse até que eles eram apenas a ponta do iceberg. Isso é um fato. Trago agora mais oito que também ilustram e narram fatos que estão presentes em nosso cotidiano.

Começo pela poetisa e escritora Ana Virgínia Santiago, colunista deste jornal, que faz da sua “faxineira de ilusões” uma testemunha ocular de nossas peculiaridades. Suas crônicas são um convite as idiossincrasias de uma escritora sensível as mudanças e ao cotidiano.
Nesta pequena pesquisa, deparo-me também com os poetas Gerson dos Anjos e João Hygino, ambos da Academia de Letras de Ilhéus. O primeiro, com seus versos brejeiros, nos encanta pela delicadeza com que joga com as palavras, transformando a poesia num diálogo freqüente com a vida, pelas experiências que, como autor, vivenciou e registra bem isso em seu “Poemas no Tempo.” Afinal, como bem registra o poeta: “A minha morada passa despercebida,/Pois está ao rés do chão,virou caminho./Meu nome não consta em lugar nenhum./Ninguém traz flores nem acende uma vela./Não importa, estou feliz.”

O segundo, Dr. João Hygino, opta pelo divino e encontra em Deus inspiração para descrever sua trajetória e homenagear seus amigos em “Velas ao Vento.” É ele quem implora: “Ninguém perturbe o sono do poeta,/Deixa-o dormir, sereno, qual profeta/Sorrindo para os céus.../Dorme, poeta, dorme o sono eterno,/Um poeta não morre, é sempiterno.../Vive nas mãos de Deus!!!”


Há um outro autor que, inspirado em fatos policiais, transforma histórias reais em novelas, recheadas de ficção. Ele tem a medicina como profissão, mas encontra na literatura o prazer da escrita. Falo do Acadêmico Jorge Matos, autor de “O meu lado obscuro” – livro que trata dos mistérios e distúrbios que afetam a mente humana - e “Amor e Obsessão em um só coração” que conta a história de Fred, Joyce, Jaqueline e outros personagens.
“Aspecto, espectro, aparências, interferências... Êta voadeira de pensamento sem nexo deste meu mundo desconexo onde de conteúdo só existe mesmo a solidão!”, em “Conteúdo”, Janete
Mendonça Badaró, autora de “Momentos” e “Máscaras em Procissão”, revela o inexplicável, o descompasso e o materialismo em sua obra poética. Janete, que mês passado completou 78 anos é leitura indispensável para o entendimento da poesia grapiúna.


“Buscar a tragédia, a loucura/provar o gosto do mar/tomar um banho de chuva/e, se enxugando, chorar.” O trecho do poema “Desânimo”, pode parecer uma ode à preguiça, porém, traz-nos uma pista dos poemas em “A Ética da Paixão”, escrita por Maria Luiza Nora, ou simplesmente, Baísa. “A paixão traz consigo uma outra dignidade e esta não está prescrita, não está prevista, não está clara...” Entretanto, Baísa, com seu sorriso meigo nos ensina pequenas sabedorias como a “manutenção das máscaras que criamos.”


Em “Chácara das Tormentas”, o estreiante Gustavo Cunha nos brinda com uma história que se inicia em Dusseldorf, na Alemanha, no ano de 1945. Dr. Gustavo também é médico e se diz sortudo por ter sido apresentado aos livros pela mãe professora desde muito cedo. Inspira-se em Franz Kafka para escrever seus livros. Este primeiro romance pretende ser apenas ponto de partida. E afirma: “Nesta obra o inaceitável pode ser justificável.”




(Pawlo Cidade)Por fim, Romualdo Lisboa, diretor e produtor do Teatro
Popular de Ilhéus, autor de “Teodorico Majestade – as últimas horas de um Prefeito” e de tantos outros textos dramáticos, como “Lendas da Lagoa Encantada” e o “O Inspetor Geral.” Poucos conhecem o lado literário de Romualdo, sobretudo as crônicas de “Toinzinho”, personagem inspirado em seu avô que narra o cotidiano de uma cidade do interior. O tom político e pungente de seus escritos nos conduz a uma realidade nua e crua. Muitas vezes, o leitor se pergunta se o tapa que salta das páginas do seu texto vai diretamente para ele ou para a sociedade que ele está inserido. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SEGUNDA CHAMADA DO CALENDÁRIO DAS ARTES FOI PRORROGADA ATÉ 26

A Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado (SecultBA), informa a prorrogação das inscrições da 2ª Chamada do Calendário das Artes 2013: os proponentes podem agora enviar propostas até o dia 26 de agosto. Com a mudança, esta 2ª Chamada do ano passa a atender propostas que sejam iniciadas de 11 de novembro de 2013 a 30 de janeiro de 2014. Aqueles que já tiverem enviado seus documentos serão consultados quanto à alteração de cronograma de seus projetos, caso selecionados. Com um aporte total de R$ 637 mil para apoiar no mínimo 49 projetos, serão concedidos prêmios de até R$ 13 mil para ações nas áreas de Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música, Teatro e Artes Integradas. As instruções para participação e os documentos do edital estão disponíveis no site www.fundacaocultural.ba.gov.br/calendariodasartes.