Depois
do sucesso de público em Ilhéus e Porto Seguro, a exposição chega a Salvador
com acervo composto por peças artesanais de diversas etnias brasileiras e
quadros de faces indígenas, no data em que é celebrado o Dia do Índio.
Cerca
de 200 peças artesanais e 20 pinturas ocuparão o 1º pavimento do Palacete das
Artes entre os dias 19 e 24 de abril. São arcos, colares, lanças e
bordunas das tribos Pataxós, Xukuru Kariri, Maxakali e Krenak, entre outras,
que apresentam a cultura indígena como algo vivo e dinâmico, propiciando ao
público uma identificação positiva através das faces dos povos da floresta. O
acervo estará disponível para visitação na data em são celebrados os valores, a
importância da preservação e o respeito a esses povos. Na abertura, que
acontece às 17h, haverá vernissage para os convidados conhecerem a
proposta . A entrada é gratuita.
A
exposição já foi vista por cerca de 3500 pessoas em Ilhéus e Porto Seguro, por
onde já passou em curtas temporadas em fevereiro e março. É voltada para o
público em geral, em especial, para estudantes do ensino fundamental, ensino
médio, pesquisadores, historiadores e professores. O projeto prevê também
uma apresentação indígena dos Pataxó, no dia 20/04, às 16horas, na área
externa do Palacete das Artes e uma palestra gratuita e aberta ao público,
ministrada pelo colecionador Silvan Barbosa Moreira, com o tema “Minha
Vida na Tribo”, dia 22/04, às 15 horas no mesmo local da exposição.
Beatriz - Óleo sobre tela de Gildásio Rodriguez
As
peças possuem valor inestimável e foram juntadas ao longo dos 25 anos em que o
colecionador Silvan Barbosa Moreira, ex-funcionário da Fundação Nacional
do Índio (FUNAI), teve contato e se dedicou ao trabalho com as mais
variadas tribos indígenas brasileiras. “Tenho peças com mais de 30 anos e
outras muito raras. A mais antiga é da Ilha do Bananal, no Mato Grosso, já a
mais nova é um cocar e um colar Kaiapó que veio do Pará. Entre peças
artesanais, livros, CDs e DVDs, tenho quase mil objetos, adquiridos ou que me
foram dados de presente por amigos indígenas. Esta exposição serve para
contribuir e ampliar o conhecimento do público sobre a vida e a cultura
indígenas”, explica o colecionador.
Já os
quadros de faces indígenas são de Gildásio Rodriguez, conhecido como “O Gil
dos índios”, que já foi protagonista de diversas exposições individuais e
coletivas no Brasil, Estados Unidos e Portugal. “Ao ler a saga dos irmãos
Villas Boas no Alto Xingu, senti a necessidade de divulgar, através da pintura,
a cultura de um povo que sofreu e sofre injustiças dentro de um país
democrático. Comecei em 1998 e, desde então, criei mais de 30 quadros”, conta o
pintor.
A
exposição oferece ao público imagens e informações de natureza histórica e
cultural, propiciando uma identificação positiva com as coletividades indígenas
e oportunizando ao público um olhar mais humano sobre essa questão. Para o
curador da exposição, Pawlo Cidade, "essa mostra aponta para um caminho no
esforço de pensar os indígenas sob o ponto de partida da cultura, de uma janela que
se abriu no passado, que continua aberta no presente e mantém-se escancarada
pela dimensão contemporânea, permitindo um diálogo com muitas outras tradições
culturais”.
O
projeto é uma realização da Comunidade Tia Marita e conta
com apoio do Fundo de Cultura da Bahia, mecanismo de
fomento à cultura gerido pelas secretarias de Cultura do
Estado da Bahia (SecultBA) e da Fazenda (Sefaz), através
do edital Agitação Cultural: Dinamização de Espaços Culturais. Acompanhe
todas as informações na fanpage:
Sobre
o colecionador Silvan Barbosa Moreira - Começou sua carreira como na
Fundação Nacional do Índio (FUNAI ), em 1987. Em Eunápolis, acompanhou a
demarcação das terras indígenas de Coroa Vermelha. Dois anos,
depois acompanhou a instalação da Aldeia da Jaqueira, em Porto
Seguro. Em 1990 ficou refém por três dias na Aldeia Nova Vida, em Camamu
e, nesse período, conseguiu a pacificação entre os próprios índios Pataxó. Em
1994, quando foi trabalhar em Brasília e reencontrou o índio Galdino que já o
conhecia há sete anos e dele ganhou de presente uma borduna. Estes presentes
acabaram se tornando o pontapé inicial para uma coleção de utensílios e
instrumentos indígenas de mais de duas centenas de peças.
Outras
empreitadas enriqueceram a experiência de Silvan, bem como o seu acervo:
trabalhou com o Cacique Juruna e o Cacique Raoni; participou da retirada do
gado da Ilha do Bananal no Mato Grosso com os índios Carajá; e, em Minas
Gerais, chegou às terras dos povos Xacriabá, Pataxó, Maxakali e Krenak; foi
convidado para fazer parte da força tarefa em Rondônia, na retirada dos
garimpeiros de diamantes das terras dos índios Cinta Larga, onde conheceu o
índio Pio Cinta Larga. Aposentou-se em 2013, depois de quase 30 anos
desenvolvendo uma série de projetos em terras de diversas etnias, mediando
conflitos e colecionando os inúmeros objetos que podem ser vistos na exposição.
Sobre
o pintor Gildásio Rodriguez - Ex-aluno do professor Edson Calmon, começou
a pintar a figura indígena em 1998, estudando a história dos irmãos Villas
Boas: Orlando, Cláudio e Leonardo, vanguardistas da Expedição Roncador-Xingu.
Foi protagonista de diversas exposições individuais e coletivas, entre elas a
II e III Bienal de Artes de Itabuna; 7º Salão de Artes do Estado da Bahia.
Expôs na extinta Casa dos Artistas, Teatro Municipal de Ilhéus, Academia de
Letras de Ilhéus, Espaço Cultural Bataclan, Aleluia Ilhéus Festival e Espaço
Cultural Tororomba.
Participou
de exposições fora do país como a Brasil Coffee House, em Nova York; A Talentos
do Brasil, no Palácio da Independência, em Lisboa, e da exposição Trajectos, em
Alenquer, também em Portugal. Possui quadros na Embaixada do Brasil, nos
Estados Unidos da América.
Sobre
o curador Pawlo Cidade - É pedagogo, especialista em Educação Ambiental,
dramaturgo, agente cultural, produtor e diretor de teatro com 27 anos de
experiência. Além de membro do Conselho Estadual de Cultura e da Academia de
Letras de Ilhéus, também é escritor com 14 livros publicados. Já fez a
curadoria do Festival Nacional de Dança de Itacaré; do Centenário do escritor
Jorge Amado; do Seminário Teatro e Teatralidade, do Seminário Dramaturgia e
Contemporaneidade e do Simpósio Economia Criativa e Legislação Cultural.
Serviço
O
quê: Exposição “Índios na Janela”
Onde: Palacete
das Artes, Rua da Graça, 289,Graça,
Salvador
Quando:
abertura dia 19 de abril, às 17h. Visitação de 20 a 22/04, das 13h às 19h;
e no sábado e domingo das 14h às 19h.
Palestra: “Minha
vida na tribo”, com o colecionador Silvan Barbosa, dia 22/04, às 15h.
Entrada
gratuita para a exposição e para a palestra
Informações
à imprensa: Pawlo Cidade - (73) 9 9998.2555 | 9 8831.2555 | 9
9154.7019