sexta-feira, 21 de junho de 2013

Próximo espetáculo do TPI será uma ópera afro-rock

Cena do espetáculo 1789 - Foto: Felipe de Paula

O próximo espetáculo do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) estreia no dia 02 de julho e promete inovações ao contar a história do levante dos escravos do Engenho de Santana, no século XVIII. “1789 é uma ópera afro-rock”, define o autor e diretor, Romualdo Lisboa. O peso do rock and roll imprimido pelo diretor musical Cabeça foi misturado ao vigor dos tambores africanos do músico do Terreiro Matamba Tombenci Neto e ator, Marinho Rodrigues.
            
Além da forte combinação musical, 1789 mistura as linguagens do teatro, dança e audiovisual. O cenário é construído pelos atores ao decorrer de cada cena, com 60 sacos de farinha de trigo recheados com serragem. Os figurinos foram confeccionados pelas costureiras do Terreiro Matamba Tombenci Neto e a maquiagem realizada por Guto Pacheco. “Todos os equipamentos utilizados na peça foram comprados aqui em Ilhéus, exceto o de rapel. Nosso objetivo é fazer circular os investimentos em nossa região”, ressalta Romualdo.
            
Para contar o fato histórico, a montagem começa em uma fábrica de processamento de cacau no ano de 2089. Os trabalhadores interrompem suas atividades e lutam para produzir o próprio chocolate, deixando de exportar a matéria-prima. Nas discussões sobre o processo de greve, lembram a rebelião dos cativos, que tomaram o Engenho de Santana entre 1789 e 1791, e tentaram negociar com os colonos, chegando a entregar uma carta de reivindicações. A partir daí, começa a viagem no tempo, até a Ilhéus do século XVIII.
Além dos artistas do TPI, o espetáculo conta com atores, músicos e bailarinos do Terreiro Matamba Tombenci Neto, remanescente dos escravos do Engenho de Santana.  As pesquisas históricas foram orientadas pelo professor doutor Marcelo Henrique Dias, além de uma série de debates com especialistas no projeto Improviso, Oxente!, iniciada em 2008 e retomada em novembro de 2012. Em abril deste ano, o elenco participou de oficina sobre performance negra, com o dramaturgo e diretor teatral Márcio Meirelles.  Em maio, o bailarino e coreógrafo Zebrinha orientou as marcações dos movimentos dos atores e atrizes.
             
O espetáculo 1789 foi um dos contemplados pelo edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia. A produção é de Pawlo Cidade, através da entidade sociocultural Associação Comunidade Tia Marita. Além da estreia em 02 de julho, a peça estará em cartaz ao longo do mês inteiro, de quartas-feiras a sábados, às 20 horas.

Texto ASCOM/TPI, por Karoline Vital


segunda-feira, 17 de junho de 2013

COMPLEXIDADE DA GESTÃO CULTURAL


O mercado cultural no Brasil mudou sensivelmente nos últimos anos. As novas tecnologias, o avanço das políticas culturais e o cenário econômico ditam um novo cenário, que exigirá dos gestores uma nova visão dos negócios culturais e criativos. E não são cursos básicos de preenchimento de formulários que dão conta de toda a complexidade envolvida nesse processo.

“A gestão de projetos culturais, criativos e sociais tem diversas perspectivas, as finalidades artísticas, as transversalidades, os efeitos bio-psico-sociais. Tratá-los exclusivamente como objetos mercadológicos, comerciais, em minha opinião, é um equívoco, eu vejo como uma espécie de esterilização, que rouba a fertilidade dos empreendimentos. O planejamento complexo, entretanto, por ser inclusivo, não deixa de lançar mão também dos instrumentos tradicionais de análise e planejamento, mas se apropria deles em diálogo com outras possibilidades”, explica André Martinez, que estará no Cemec, em São Paulo, dia 18 de julho, para o módulo sobre Planejamento Complexo, encerrando a Jornada Gestão Cultural.

O curso faz parte da Jornada de Férias Cultura e Mercado e começa no dia 15 de julho. Além do módulo de Martinez, os participantes terão aulas sobre Indicadores culturais (avaliação de resultados, impactos e resíduos da atividade cultural), com Minom Pinho; Ferramentas de gestão (metodologias de execução, supervisão e acompanhamento de processos culturais), com Erick Krulikowski; e Comunicação (como potencializar a gestão a partir de ferramentas de comunicação), com Kluk Neto.

“Os projetos culturais, como todo valor produzido na sociedade, destinam-se a públicos específicos. Estamos falando primordialmente de pessoas, grupos, mas também dos financiadores dos projetos, das empresas, dos governos, da imprensa e outros. Cada um desses tem o seu papel na interação e na sustentação da produção artística e cultural. Saber dialogar entendendo cada um deles é fundamental”, afirma Kluk.

Para saber mais sobre o curso e se inscrever, acesse o site do Cemec.


NET LANÇA CONCURSO DE ROTEIROS

A operadora de TV por assinatura NET acaba de lançar concurso que vai selecionar novas ideias de séries brasileiras para TV. A iniciativa reflete o aumento da demanda por produções nacionais, impulsionada sobretudo pela lei 12.485, que instaura a cota de 3h30 de conteúdo produzido no país nos canais a cabo.

O NETLABTV tem abrangência nacional e é voltado a criadores, roteiristas, escritores e dramaturgos, estreantes ou profissionais. Cada candidato pode enviar até três sugestões.
Serão escolhidos quatro projetos na categoria “Ficção”, que receberão verba de apoio no valor de R$ 15 mil cada. Outras quatro propostas de “Não Ficção” – que inclui os gêneros documental, variedades, reality show e doc reality – terão R$ 8 mil para serem desenvolvidas.

Os vencedores passarão por um laboratório presencial que deve acontecer em São Paulo (custos de transporte e estadia serão pagos pelo NETLABTV). Em seguida, os trabalhos serão submetidos a uma consultoria especializada. Por fim, os roteiristas participam de uma rodada de apresentação com representantes de canais de TV por assinatura, produtores independentes e distribuidores.

No portal do concurso, lançado também no último dia 4/6, é possível conferir entrevistas, vídeos, reportagens e dicas sobre o tema. As produções serão analisadas pelos canais parceiros, entre eles, emissoras do Grupo Bandeirantes, da Fox, da Sony, da Turner International (Space, TNT) e da Viacom (Nickelodeon, VH1).

NETLABTV é uma realização da Casa Redonda Produções Culturais. O conteúdo exclusivo do site – matérias e entrevistas – e do Facebook do concurso é produzido pelo Cemec, empresa responsável pelo Cultura e Mercado.
As inscrições terminam no dia 28 de julho e podem ser feitas pelo site www.netlabtv.com.br.