sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Festival de Dança Itacaré inscreve para atividades formativas gratuitas



Festival de Dança Itacaré – Edição IX está com inscrições abertas para oficinas, palestras e rodas de conversas que serão realizadas ao longo do evento que acontece entre os próximos dias 08 e 14 de novembro. O evento ainda contemplará o lançamento do documentário Tenho Festival de Dança Itacaré – Edição IX está com inscrições abertas para oficinas, palestras e rodas de conversas que serão realizadas ao longo do evento que acontece entre os próximos dias 08 e 14 de novembro. O evento ainda contemplará o lançamento do documentário Tenho ouvido pra dançar, danças filmadas e performances gravadas. Mais detalhes estão disponíveis no site oficial https://festivaldedancaitacare.com.br/ANO-IX/.

Apesar das atividades serem gratuitas, as vagas são limitadas. Por isso, as pessoas interessadas devem garantir sua participação através da plataforma Sympla. Os detalhes sobre dias e horários das atividades que serão realizadas entre os dias 08 e 13, bem como os currículos dos profissionais que irão conduzi-las, estão disponíveis no site. 

As oficinas previstas são: Mito Pessoal e Mistério do Inconsciente, com Tânia Bispo; Corpo-cidade-casa: habitar a si para habitar o mundo, com Fabiana Dultra Britto, Clara Passaro, Dilton Lopes de Almeida Júnior, Gábe Maria Pires dos Santos, Júlia Domínguez, Maria Eduarda Azevedo e Rafaela Lino Izeli; e Estéticas plurais: a diáspora em movimento, com Soraya Martins.

O Festival de Dança Itacaré – Edição IX vai promover conversas com grupos e profissionais diversos. A primeira será Roda de Conversa – BTCA 40 anos, com Mônica Nascimento, Fernanda Santana, Paullo Fonseca e a diretora artística do BTCA, Ana Paula Bouzas. A segunda será Centro de Formação em Artes: Por Uma Política Formativa Afrodiaspórica. Os convidados serão Jacson do Espírito Santo, diretor do CFA, e Márcio Fidélis, professor do Curso Técnico em Dança da Funceb. Já o último bate-papo, Processos Criativos - Performances Gravadas, reunirá os artistas Letícia Sekito, Felipe Lwe, João Rafael Neto e Giltanei Amorim.

As palestras que integram a programação do Festival de Dança Itacaré – Edição IX são Grupo GIRA: ativismo acadêmico na dança, com Amélia Conrado. A atividade é um convite à uma reflexão sobre estratégias de ativismo acadêmico na área da dança, o qual emerge da presença de atores sociais e das políticas afirmativas no campo das artes e culturas. A segunda palestra será Histórias do Corpo, com Ivana Menna Barreto, que vai falar sobre o projeto de pesquisa que aborda textos e trabalhos sobre as muitas histórias contadas a partir da colonização no Brasil.

O projeto Festival de Dança Itacaré – Edição IX tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Senegalês ganha maior prêmio literário da França com romance sobre busca pelo “Rimbaud negro”



Senegalês Mohamed Mbougar Sarr, 31, ganha prêmio Goncourt 2021 com livro "La plus secrète mémoire des hommes". © AFP - BERTRAND GUAY

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) e não se pode dizer que foi uma surpresa. Há dias as apostas da imprensa especializada indicavam que o romance "La plus secrète mémoire des hommes" (A mais secreta memória dos homens, em tradução livre) era o favorito para a premiação.

Com uma escrita ambiciosa, em que diversos gêneros literários se revezam, o livro conta a busca de um jovem escritor senegalês para resgatar a memória de um autor que ficou conhecido como o “Rimbaud negro” após publicar um livro que causou escândalo na Paris de 1938. 

Diégane vai seguir o rastro do misterioso T.C. Elimane e, nesse percurso, enfrentar dois dos grandes apocalipses do século 20: o colonialismo africano e o Holocausto. A história vai do Senegal à França passando pela Argentina, em uma narrativa que explora a mais importante questão da literatura: por que, como e para quem escrevemos?

“É um livro de iniciação sobre a paixão pela literatura, a vontade de escrever, sobre a vontade de encontrar um sentido através da criação”, resumiu o autor Mbougar Sarr em uma entrevista concedida em agosto.

Para o presidente da Academia Goncourt, Didier Decoin, o livro é um “hino à literatura".

Três décadas de vida e quatro livros

Este é o quarto romance do jovem autor que publicou seu primeiro título em 2014, quando tinha apenas 24 anos. Nascido em Dakar e o mais velho dos filhos de um médico, Sarr dedicou seus estudos em Paris à literatura negra e abandonou seu doutorado para abraçar a escrita.

A escolha mostrou-se acertada. Seu primeiro romance, “Terre ceinte”, sobre a vida em um vilarejo sob domínio de milícias jihadistas, ganhou três prêmios literários.

Com “Silence du choeur”, seu segundo romance, Sarr levou duas outras condecorações pelo livro que aborda a vida dos imigrantes africanos na Sicília. Em 2018, ele faz uma escolha ousada e lança "De purs hommes", um romance sobre a experiência homossexual no continente africano.

Apesar dos prêmios e da recepção favorável da imprensa, o senegalês até então era pouco conhecido do público na França e no mundo. No Brasil, nenhum dos seus títulos tem tradução para o português.

A conquista do Goncourt por seis dos dez votos do júri deve mudar esta história. O prêmio é conhecido por provocar euforia de venda, tendo alguns de seus títulos ganhadores ultrapassado a fronteira dos milhões de exemplares vendidos. 

Ao chegar ao mítico restaurante Drouant, em Paris, onde acontece a cerimônia do Goncourt, o jovem poupou palavras à imprensa. "Eu sinto muita alegria", disse.

A veterana Amélie Nothomb

O prêmio Renaudot, também anunciado nesta quarta-feira, foi conquistado pela escritora belga Amélie Nothomb e seu romance “Premier sang” (Primeiro sangue, em tradução livre).

Para essa autora sucesso de vendas e com dezenas de livros editados, alguns traduzidos em português, o prêmio servirá de homenagem ao pai. Seu romance ficciona as memórias de seu pai, morto em 2020.

* Com informações de Catherine Fruchon-Toussaint, da RFI, e da AFP