quinta-feira, 30 de junho de 2016

IPAC ENTREGA IMAGENS RESTAURADAS E ABRE PROGRAMA ‘NARRATIVAS’ EM ILHÉUS


O programa ‘Narrativas Patrimoniais’, proposto pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), chega agora no território de identidade Litoral Sul, em Ilhéus, na  Bahia. A data do encontro confirmada para esta sexta-feira (dia 1º de julho), conta com extensa programação integrando o Iº Seminário de Museologia e Patrimônio de Ilhéus, promovido pelo Instituto Nossa Senhora da Piedade em comemoração aos seus 100 anos de criação e aos 25 anos de construção do Museu da Piedade de Ilhéus.

O seminário acontece na Biblioteca Municipal Adonias Filho, na Praça Castro Alves, no centro da cidade, e conta com a parceria do IPAC, da Rede de Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia, da Prefeitura Municipal de Ilhéus, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Secretaria Municipal de Cultura e apoio do Fundo de Cultura da Bahia.
 IMAGENS DAS SANTAS – O roteiro de visitas do IPAC começa às 8h, com entrega de 18 imagens sacras restauradas no Instituto Nossa Senhora da Piedade. Dentre as obras de arte entregues totalmente restauradas no Museu da Piedade de Ilhéus estão as imagens das santas Joana D’Arc, Ângela, Teresinha de Lisieux e de Nossa Senhora da Piedade. Fundada em 1916 e concluída em 1928, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade, fica no Alto da Piedade, próxima a Baía do Pontal, na cidade de Ilhéus, região sul da Bahia.
 O restauro foi apoiado com recursos do Fundo de Cultura, através do Edital Setorial de Museus gerido pelo IPAC, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). O projeto foi coordenado pela restauradora Norma Borges, produzido por Déa Márcia Federico e monitorado por Anarleide Menezes, gestora do Museu da Piedade.
 A restauração integra as comemorações do centenário da igreja. “Será publicado um livro e feito um vídeo-documentário sobre o tema”, adianta Anarleide. Além da igreja e museu, a edificação possui diversos anexos, dentre eles duas escolas, um auditório para mais de 600 pessoas, quadra poliesportiva e o instituto ambiental Cabruca.


PROGRAMAÇÃO - A programação do Narrativas Patrimoniais em Ilhéus inicia às 9h com fala de abertura de representantes do IPAC, da Prefeitura Municipal de Ilhéus, da UESC, das secretarias municipais de Cultura e de Turismo, além da Rede de Museus e Pontos de Memória do Sul da Bahia. Às 9h30, acontece a palestra “Narrativas Patrimoniais – O Antes e Depois do Tombamento/Registro Especial”, pelo diretor de Preservação do Patrimônio Cultural (DIPAT) do IPAC, Roberto Pellegrino.

Das 10h30 às 11h40, acontece a “Roda de Conversa sobre Políticas Públicas voltadas para o Patrimônio Histórico e Cultural do Sul da Bahia” com participação do diretor de Preservação do Patrimônio Cultural do IPAC, Roberto Pellegrino, do diretor do Centro de Documentação e Memória Regional (Cedoc) da UESC, André Rosa, e da coordenadora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Madre Thaís, Carol Érika Santos. Após a fala dos três, será aberto um debate de 40 minutos.
 Às 14h, acontece a palestra “Narrativas Patrimoniais – Conservar é Preciso”, pela coordenadora de Projetos e Obras do IPAC, Glória Cláudia Bleichner, representante do instituto na Comissão Gerenciadora do Programa Estadual de Inventivo ao Patrocínio Cultural (FazCultura) e no Fundo de Cultura.
 A partir das 15h, acontece o debate sobre “Experiências Regionais em Projetos de Conservação de Acervo”. Para embasar a discussão, Anarleide Menezes vai falar sobre o “Museu da Piedade: Restauração e Revitalização das Obras de Arte Sacra da Capela de Nossa Senhora da Piedade”, Gilmário Rodrigues sobre o “Memorial Unzó Tombenci Neto: Reforma e Dinamização” e Dida Moreno fala sobre “Casa de Arte Baiana: Artistas Baianos em Exposição de Longa Duração”. Depois, será aberto espaço para diálogo com os participantes.

Às 16h30, ocorre à apresentação de banner sobre os desdobramentos em Educação e Cultura do Memorial Misael Tavares, por Maria Helena Tavares, gestora do Memorial. Após a fala, acontece um diálogo com o público, às 17h. O evento será encerrado com um sarau literário e musical, além de coquetel, às 18h.

terça-feira, 28 de junho de 2016

PENSANDO A GESTÃO


“O conselho tem uma função importante, mas dentro de uma ideia de socialização do poder, não de governabilidade, mas de governança em determinada área”.
Francisco Ferron[1]


O PAPEL DO CONSELHEIRO DE POLÍTICA CULTURAL
Pawlo Cidade*


Uma coisa é descrever as características de um Conselho de Cultura para entendermos como é feita sua composição. Assim, ficamos sabendo se tem maioria da Sociedade Civil ou do Poder Público ou se é paritário; se seu caráter é fiscalizador, normatizador, deliberativo ou consultivo e como se dá o processo de escolha de seus integrantes.

Outra coisa - bem diferente - é o papel do conselheiro frente ao conselho. Que postura, atitudes e posicionamentos devem tomar aqueles que são escolhidos pela Sociedade Civil ou indicados pelo Poder Público para representar um determinado segmento cultural ou governamental? O que, de fato, se espera de um conselheiro de política cultural?

Vamos tentar responder estas questões.

Entretanto, a princípio, parece muito mais fácil definir as atribuições do conselho, a exemplo de acompanhar e avaliar a execução de programas e projetos; propor, avaliar e referendar projetos culturais; elaborar e aprovar planos de cultura; pronunciar-se e emitir parecer sobre assuntos culturais; fiscalizar as atividades do órgão gestor da cultura; fiscalizar o cumprimento das diretrizes e financiamento da cultura; fiscalizar atividades de entidades culturais conveniadas e administrar o fundo de cultura que compreender o verdadeiro e real significado do papel do conselheiro de política cultural. Com isso não estamos excluindo suas atribuições ou relegando-as à segundo plano.

Pelo contrário, se vincularmos estas atribuições – classificadas de forma crescente pelo Anuário de Estatísticas Culturais de 2010, publicado pelo Ministério da Cultura - à condição indispensável de caminharem, paralelamente, ao papel a ser desempenhado pelo membro do conselho de política cultural, este receberá outro significado. Sem dúvida, conditio sine qua non. Sem a qual, conselheiro nenhum dos 5 570[2] municípios brasileiros poderão exercer.

Alguns estudiosos e pesquisadores do tema, ou até mesmo um dicionário poderá afirmar que papel e atribuição têm o mesmo significado. Todavia, se entendermos que “papel” requer uma atitude de compromisso muito mais engajada, muito mais responsável, muito mais respeitosa com o comportamento social, ele ganha uma conotação diferente do conceito de “atribuição”. Embora esta esteja ligado àquela. Não se trata de um paradoxo porque se entendermos, também, atribuição como função, ela estará apensada ao conceito de papel, aumentando ainda mais as atitudes que o conselheiro deve executar.

Papel é um termo que provém do latim papýro (papiro), pelo catalão papel. O conceito está associado à função desempenhada por alguém ou por algo. O papel aqui desempenhado pelo conselheiro de cultura está próximo do conceito de “papel social” proposto pelas ciências sociais. Papel Social seria então um “conjunto de comportamentos e normas que uma pessoa enquanto ator social, adquire e apreende de acordo com o seu estatuto na sociedade. Trata-se, portanto, de uma conduta esperada de acordo com o nível social e cultural dentro da instituição, (grifo meu). Posto isto, o papel social é a aplicação de um estatuto que é aceite e desempenhado pelo sujeito”.

Quando o indivíduo passa a fazer parte do Conselho de Cultura, por exemplo, seu papel é conquistado a partir do resultado de um processo de convivência e socialização com os demais conselheiros. Apesar do escolhido ou indicado trazer consigo uma herança cultural – e por que não dizer também social - de seu segmento. Se bem que, muitas e muitas e muitas vezes não traz. Apenas ocupa espaço.

Ora, à medida em que o sujeito colabora com o conselho, ele está desempenhando o que se espera dele, já que suas atribuições lhe foram previamente apresentadas. É fato que de um pedreiro se espera que ele possa, pelo menos, erguer uma parede com tijolos e cimento. De um conselheiro espera-se que ele cumpra a lição de casa: fiscalize.

No entanto, não fiscalizar somente a as instâncias governamentais como a Secretaria de Cultura e todos os seus programas e projetos. Nem tampouco somente os instrumentos do Sistema Municipal de Cultura, a exemplo do Fundo de Cultura e do Plano Municipal de Cultura. E sim toda e qualquer atividade cultural do Município, inclusive as grandes festas populares como Carnaval, Réveillon e São João.

Do conselheiro espera-se que ele defenda a primazia da coletividade, em detrimento dos interesses individuais. Espera-se mais: que seu comportamento e suas ações apontem sempre para o fortalecimento da arte e da cultura. Que sua luta seja pela transparência, pela honestidade, pelo acesso, pela acessibilidade, pela descentralização das atividades culturais e dos recursos para estas mesmas atividades.

Um conselheiro de cultura é aquele que vê oportunidade onde o Poder Público enxerga problema. E não importa se ele representa uma classe, uma categoria, um movimento ou até mesmo uma associação, seja ela das culturas populares tradicionais e hereditárias ou dos produtores culturais. Sua bandeira, sua única bandeira deve ser sempre em benefício de todos.

Isto é o que chamamos de papel do conselheiro de política cultural.





[1] Ex-gerente do SESC Campinas, membro do Fórum Intermunicipal de Cultura (FIC), de São Paulo.
[2] Cinco novos municípios foram instalados no país no dia 1º de janeiro de 2013. Pescaria Brava e Balneário Rincão, em Santa Catarina; Mojuí dos Campos, no Pará; Pinto Bandeira, no Rio Grande do Sul; e Paraíso das Águas, no Mato Grosso do Sul eram distritos e foram emancipados depois que a população aprovou o desmembramento. Desta maneira, segundo o IBGE, o Brasil passa a ter 5.570 municípios.

* Escritor, produtor cultural, aluno do Curso de Especialização em Gestão Cultural da Universidade Estadual de Santa Cruz. 

Este texto é parte integrante de um trabalho sobre Conselhos Municipais de Cultura na Prática que deverá ser disponibilizado em 2017.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

BAHIA CRIATIVA PROMOVE OFICINAS E CONSULTORIAS GRATUITAS


Os produtores, artistas, empreendedores e organizações culturais de Salvador, Jequié, Alagoinhas, Valença e Juazeiro terão oportunidade de participar da oficina “Gerenciamento de Empreendimentos e Projetos Criativos”, promovida gratuitamente pelo Escritório Bahia Criativa, que dá atendimento e suporte a profissionais e empreendedores que atuam nos setores criativos. Além disso, serão oferecidas consultorias coletivas para enquadramento de projetos em editais nos municípios de Ibotirama, Palmeiras, Porto Seguro e Senhor do Bonfim.
As oficinas sobre Gerenciamento de Empreendimentos e Projetos Criativos começam por Jequié, nos dias 4 e 5 de julho. O palestrante é Frederico Andrade, que repetirá a ação em Alagoinhas, nos dias 7 e 8. Em Valença, nos dias 18 e 19, Gina Leite irá abordar o tema Financiamento de Empreendimentos e Projetos Criativos, mesmo assunto sobre o qual falará Júlio Marques, em Juazeiro, nos dias 21 e 22. Confira na tabela abaixo a programação de oficinas e consultorias, com respectivos prazos para inscrição.
Todas as oficinas e consultorias coletivas acontecem das 9h às 18h e disponibilizam 30 vagas paras as oficinas e 20 vagas para as consultorias. Para participar, os interessados devem solicitar inscrição através do e-mail bahia.criativa@cultura.ba.gov.br.

domingo, 26 de junho de 2016

ALUNOS DO CAMPO, EM ILHÉUS, SÃO SELECIONADOS PARA APRESENTAR PROJETO NA REUNIÃO ANUAL DA SBPC, EM PORTO SEGURO


Diante da necessidade urgente de divulgação sobre as mudanças dos hábitos que venham colaborar para a não degradação do meio ambiente, tem-se que as instituições de ensino é o local mais adequado, pois juntamente com outras lições acadêmicas transmitidas pelos educadores, a orientação ambiental será difundida de maneira pedagógica e direcionada permitindo sua assimilação e aplicação no cotidiano com maior facilidade. 

Partindo deste princípio, professores, alunos e comunidade da Escola Nucleada de Aritaguá II, em Sambaituba, distrito de Ilhéus, na Bahia, criaram um projeto que envolveu discentes das comunidades de Vila Jureana, Ponta da Tulha, Mamoan, Ponta do Ramo, Tibina e Aderno, batizado pelas coordenadoras de "As Ações Pedagógicas para a conscientização ambiental nas Comunidades da Escola Nucleada de Aritaguá II". Foram propostos objetivos que valolizaram as dimensões ecológica, social, política e filosófica, voltadas para a cidadania e coletividade, buscando novos conhecimentos nas leis de proteção ambiental.

A Escola Nucleada de Aritaguá II está situada no campo, numa área de preservação ambiental - APA e o trabalho contou com a participação também da gestão, orientação e professores que resolveram reunir os alunos do 5º ao 9º ano da Educação de Jovens e Adultos. A diretora Maria da Glória, as vice-diretoras Sadja Bute e Gabrielli Teodoro e a orientadora Leisa Almeida encabeçam "As Ações Pedagógicas para a conscientização ambiental nas Comunidades da Escola Nucleada de Aritaguá II". O projeto foi selecionado para participar da 68ª Reunião Anual da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que ocorrerá nos dias 1 e 2 de julho deste ano, no Campus X da Universidade do Estado da Bahia, em Teixeira de Freitas, e no período de 3 a 9 de julho na Universidade Federal do Sul da Bahia, em Porto Seguro.

"A Escola também é responsável por preparar a . Todos precisam reconhecer que devemos estar comprometidos com a justiça social e ecológica, cuidando das ruas, das praias, preservando as florestas e animais, conhecer e cuidar das nascentes, enfim, descobrir que todos são responsáveis por preservar a vida da casa comum: Nosso Planeta," afirma a diretora Maria da Glória.