sexta-feira, 17 de maio de 2013

O CAMINHO DE VOLTA E AS OPINIÕES DOS LEITORES DE CASTELO NOVO


O maior prazer do escritor não é publicar um livro. Sua maior satisfação é saber se o seu livro é lido. Melhor ainda é ter retorno sobre o que você escreveu. E foi isso que fizeram os estudantes da rede pública de ensino da Escola Nucleada de Castelo Novo. Orientados pela professora Rita Aparecida, eles voaram junto comigo para fugir de um rigoroso inverno canadense, em busca de abrigo e alimento. O inverno frio, com contínuas tempestades de neve os forçava a emigrar. Claro que não estou falando dos estudantes da Rua Napoleão Loureano, do distrito de Castelo Novo, (que também já foi cenário de um dos meus livros: “O Tesouro Perdido das Terras do Sem Fim”), mas, dos gansos Ivan, Vivi, Coró, Tárcia, Cláudio, Osmar, Juninho e Gambão personagens do livro “O Caminho de Volta”, (Editora Via Litterarum, 2010) adotado pela professora.


Recebi de Rita uma dezena de cartas me convidando para visitá-los. “Será de grande honra para mim e meus colegas”, diz Fabrini Gomes, uma das alunas; “Li o livro O Caminho de Volta e gostaria de conhecê-lo”, escreve Alan de Jesus; “Eu entendi que ninguém dava nada por Ivan, mas, ele conseguiu provar que não precisa ser forte fisicamente para conseguir algo e sim nós devemos ter força de vontade, coragem para conseguirmos atingir os nossos objetivos,” explica Thaís de Oliveira em outro carta; “Eu aprendi muitas coisas importantes lendo seu livro, eu aprendi que para ser herói não precisa ter força e sim inteligência e caráter,” declara Brenda Cruz; “Gostei da sua criatividade em inventar cada personagem com sua fala e seu jeito de ser, e de pensar especial é muito forte que até podemos sentir que estamos dentro do livro,” disse Daniela Leal em um trecho de uma outra carta.

E assim fui lendo, e li mais de uma vez, todas as cartas. Vou responder cada uma delas, sobretudo o grande número de perguntas que cada um fez: “O senhor estudou em escola pública?” “Tem alguma pessoa na sua família que é um herói ou heroína?” “O senhor pediu ajuda a alguém para escrever o livro?” “Você se inspirou em alguém para criar os personagens?” Jeciane Oliveira disse que iria fazer um milhão de perguntas quando eu fosse visitar a escola. Eles estão preparando um trabalho sobre o livro. Quer dizer, sobre os livros, porque também estão lendo “As Aventuras de João e Maria”, (Editora Via Litterarum, 2010) uma releitura que eu criei sobre o clássico dos Irmãos Grimm.


Rita, você não é uma professora. É uma educadora. Sinto-me privilegiado por ter sido o autor escolhido por você para despertar a leitura num mundo onde o facebook, o twitter e o quase finado Orkut conseguem atrair milhares de jovens. Fico emocionado, feliz, eufórico, querendo gritar, pular, dançar por saber que existem pessoas como você que se preocupam com o futuro de seus alunos. Sobretudo aqueles que moram em nossos distritos. Obrigado por escolher um autor regional, com histórias que vão muito além da territorialização, para mostrar aos leitores, sobretudo os meus de Castelo Novo, da Rua Napoleão Laureano, da Rua Nossa Senhora da Conceição, que podemos ir longe, muito longe, apenas lendo. Obrigado, Tainara Batista, Maiana Dias, Ariana Oliveira, Vanessa Ferreira, Gleice Kelly, Caline Batista, Jeciane Oliveira, Daniela Leal, Brenda Cruz, Thaís de Oliveira, Alan de Jesus, Fabrini Gomes por terem compartilhado comigo a alegria da escrita, o caminho da aventura e a saída para a liberdade.
Ler é uma viagem. Até a próxima aventura.
  
Ilustrações de Bruno Santana para o livro "O Caminho de Volta", de autoria de Pawlo Cidade, publicado pela Editora Via Litteratum, em 2010. Texto da matéria: Pawlo Cidade

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Valença sedia a 1ª Campanha de Popularização e Valorização do Teatro para a Infância e Juventude


"Capotin"

Cabriola Cia. de Teatro promove espetáculos, debates e oficina em torno da importância do teatro voltado para o público infantojuvenil



Nos dias 22, 23 e 24 de maio, a cidade de Valença, no Baixo Sul da Bahia, sedia a Campanha de Popularização e Valorização do Teatro para a Infância e Juventude (CAPOTIN), que promoverá espetáculos, debates e oficina em torno do teatro voltado para o público infantojuvenil. As atividades ocupam o Centro de Cultura Olívia Barradas e têm entrada franca. Realizado pela Cabriola Cia. de Teatro, com direção artística de Heraldo Souza e coordenação de Etiene Bouças, o evento tem apoio do Prêmio Meses Temáticos do Circo, Dança e Teatro – Diálogos e Reflexões, da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA).

As ações se fundamentam em questões relacionadas à importância desta produção e ao enfrentamento de preconceitos sobre o teatro para a infância e a juventude. “Como mensurar a importância do teatro voltado para o público infantil, se o pressuposto usual é de que se trata de uma arte menor, um estágio para fazer teatro para adultos? Talvez, ao invés de significar teatro para a população infantil, a expressão tenha adquirido outro significado, o de teatro ‘feito por crianças’, em uma referência a um estágio imaturo da atividade artística”, resume a apresentação do projeto.

HOJE TEM REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA DE ILHÉUS

segunda-feira, 13 de maio de 2013

III FECIBA COLOCA EM DISCUSSÃO O RESPEITO À DIVERSIDADE SEXUAL



O debate sobre a diversidade sexual marcará a Mostra Sexualidades do III Festival de Cinema Baiano (Feciba ), evento que acontece em Ilhéus. Com a exibição gratuita de três curtas sobre transformismo e homossexualidade, o Feciba reunirá diretores e público para discutir as produções e seus temas. A programação inclui “Da Alegria, do Mar e de Outras Coisas”, de Ceci Alves, “Desvelo”, de Clarissa Rebouças, e “Jéssica Cristopherry”, de Paula Lice, Ronei Jorge e Rodrigo Luna. A sessão acontece no dia 09 de junho, às 17h30, no Cine Santa Clara.

O filme de Ceci Alves, diretora do premiado “Doido Lelé”, é inspirado no caso real de duas travestis vítimas da violência policial, episódio que resulta na morte de uma delas. Trazendo o acontecimento trágico a partir da memória da sobrevivente, o filme recebeu uma menção honrosa no VIII CineFuturo.

Obra de ficção premiada no VIII Panorama Internacional Coisa de Cinema, o filme de Clarissa mostra uma história de amor que esconde um segredo e supera preconceitos. O documentário do trio Paula, Ronei e Rodrigo, traz a complexa construção de uma transformista inusitada, fazendo uma homenagem a esse universo.

O Feciba traz ainda uma mostra competitiva com 14 curtas-metragens e as mostras temáticas Infantojuvenil e Bahia Adentro, além de longas-metragens de diferentes épocas. O Festival de Cinema Baiano é uma realização da Voo Audiovisual e da NúProArt, viabilizada pelo Edital Setorial de Audiovisual 2012 da Secretaria de Cultura da Bahia.

Fonte: SECULT