quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

EDITORIAL


Imagem meramente ilustrativa.

O FUTURO DAS POLÍTICAS CULTURAIS

Pawlo Cidade*

O pesquisador e professor Humberto Cunha, autor de “A Teoria dos Direitos Culturais”, publicou um artigo intitulado: “Cultura: previsão do passado”.  Ao contrário do que se esperava, Humberto não aponta no texto previsões, nem diz o que pode ocorrer com as políticas públicas de cultura dos próximos anos. Fala claramente do que a gente construiu até aqui, apontando objetivamente equívocos desta construção e, indiretamente dizendo o caminho a seguir.

Com a lei Aldir Blanc quase que, efetivamente, provamos que o repasse dos recursos fundo a fundo pode vir a ser uma realidade. Ainda é preciso regulamentar esta questão, estabelecer critérios mais definidos e acompanhar a execução de certas metas que possam credenciar os municípios brasileiros a receber continuamente recursos do Fundo Nacional de Cultura, uma vez que ele é abastecido mensalmente com recursos das loterias e de outras fontes.

Volto a afirmar: precisamos repensar a política cultural posta. Temos que dissecar os planos, criar metas concretas e qualificar os conselhos de cultura. Não é preciso reinventar a roda. Só precisamos por em prática o que já foi criado. Já disse isso aqui em outros artigos. Não tenho nenhuma dúvida que fizemos uma colcha de retalhos e batizamos ela de Plano Nacional de Cultura. Infelizmente, o governo federal não tem pretensão alguma de rediscutir o PNC, muito menos os municípios. Talvez o Estado entre nesta esfera. Talvez.

É verdade que o Sistema Nacional de Cultura, que a princípio seria chamado de Sistema Único da Cultura, só porque se vislumbrou um cenário de milhões para o fazer cultural com base numa estrutura semelhante ao SUS, como bem salientou o professor Humberto Cunha, é amorfo. A não ser que vocês achem que aquele conjunto de instâncias e instrumentos que o compõem, por si só, são capazes de alimentar a política cultural. Claro que não! As redes não funcionam, os conselhos não dialogam, as secretarias estão despreparadas, as interações são curtas e fragmentadas e os projetos não têm continuidade.

Só vejo uma saída: voltar a discutir o que já criamos e pontuar, passo a passo, onde nos equivocamos. É melhor do que afirmar que erramos. Vamos pensar apenas nos equívocos, nos pensamentos cristalizados, nas concepções sensacionalistas e, até certo ponto utópicas, que precisam ser repensadas. Assim, efetivamente, voltaremos ao protagonismo dos embates políticos, reconstruiremos uma política pública verdadeiramente eficaz e estaremos sempre no centro das decisões estratégicas do governo. “Como deve ser”.

* Escritor, gestor cultural e colaborador da Comunidade Tia Marita.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

SecultBa garante transferência de R$ 98,6 milhões para artistas baianos via Lei Aldir Blanc

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#LeiAldirBlancNaBahia 📍O Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (SecultBA), teve, até o dia 31 de dezembro de 2020, cerca de 90% dos recursos referentes à execução dos incisos I e III da Lei Aldir Blanc (LAB), pagos ou empenhados para pagamento em 2021.

📝 Cumprindo o Plano de Aplicação aprovado em setembro de 2020 pela Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo - MTur, a SecultBA lançou em 29 de setembro de 2020, o Programa Aldir Blanc Bahia. Foram abertos cinco editais de Premiação Aldir Blanc, dois de chamamento público e um de aquisição de bens (dezembro), em atendimento ao inciso III da LAB. Os certames estão sendo coordenados pela Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult) da SecultBa, pelo Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) e pelas unidades vinculadas: Fundação Pedro Calmon (FPC); Fundação Cultural do Estado da Bahia e pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). Todos os recursos são via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

✍🏾 O repasse da renda emergencial foi iniciado no dia 13 de novembro e vem sendo processado e creditado na conta bancária fornecida por cada trabalhador e trabalhadora da cultura apto(a) na lei. Já foram pagos mais de 2 mil trabalhadores, num total de R$ 6,1 milhões, restando ainda R$ 2,4 milhões, para 803 trabalhadores aptos na lei que estão ainda informando os dados bancários para recebimento neste mês.

➕ Infos: www.cultura.ba.gov.br

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#Bahia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

MAIS TEMPO PARA EXECUTAR A LEI ALDIR BLANC, SE OS RECURSOS FORAM EMPENHADOS!



Que o presidente da República, Jair Bolsonaro, prorrogou o prazo para utilização dos recursos da lei Aldir Blanc, não é nenhuma novidade neste inicio de 2021. Com isso, secretários de cultura de cada cidade e estado terão mais tempo para empregar os mais de R$ 2 bilhões ainda não utilizados em socorro ao setor cultural para minimizar os impactos provocados pela pandemia de Covid-19. Atualmente, a Lei Aldir Blanc exigia que as ações e projetos apoiados com tais recursos fossem executados até 2020. A Medida Provisória que autoriza a extensão do prazo foi publicada na última quarta-feira (30.12.20) no Diário Oficial da União.

Para serem utilizados este ano pelos secretários de cultura locais, os recursos precisaram ser empenhados no ano passado, ou seja, comprometidos em orçamento ainda no exercício de 2020. E, desta forma, poderão ser executados e pagos em 2021. Assim, a MP não representa aumento de gastos públicos.

Ao todo, o Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial da Cultura, repassou R$ 3 bilhões a estados e municípios. Contudo, cerca de 65% destes recursos, ainda não foram utilizados pelos gestores locais em apoio à cultura brasileira, uma das mais afetados pela pandemia de Covid-19.

“Nós entendemos a importância destes recursos para o setor cultural, principalmente, para trabalhadores e espaços artísticos que tiveram suas atividades interrompidas pela pandemia. Por isso, articulamos junto a área econômica do governo esta prorrogação para que o recurso possa chegar, de fato, a todos que dele precisam”, destacou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.

Dos R$ 3 bilhões distribuídos, R$ 1,3 bilhão foi destinado aos municípios, que tiveram outros R$ 118 milhões revertidos aos estados onde se encontram, uma vez que não solicitaram ou não finalizaram o cadastro para receber estes recursos. O restante foi repassado para uso das secretarias estaduais de cultura ou órgãos correspondentes.

Com a lei Aldir Blanc, mais de 4 mil municípios brasileiros receberam pela primeira vez, em uma década, recursos federais para políticas públicas na área da cultura. “Antes da Aldir Blanc os recursos não chegavam a maioria das nossas prefeituras. O que temos feito é democratizar o acesso de recursos públicos federais para o setor, alcançando todos os estados do país”, ressaltou o secretário especial de Cultura, Mário Frias.

O Art. 14A, parágrafo único diz que "o ente responsável deverá publicar, preferencialmente em seu sítio eletrônico, no formato de dados abertos, as informações sobre os recursos que tenham sido empenhados e inscritos em restos a pagar, com identificação do beneficiário e do valor a ser executado em 2021".