Participamos, em Belo Horizonte, no período de 04 a 07 de novembro de 2008, do I Seminário Internacional de Gestão Cultural e algumas discussões nos deixou incomodados. Incomodados no sentido de que é preciso o tempo inteiro revermos alguns conceitos que permeiam ao longo de nossas vidas. Queremos nos ater apenas à área cultural, na qual militamos e temos contribuído com o Território Litoral Sul.
Iniciamos com as preocupações de Marta Porto (RJ) da “X BRASIL” ao abordar a questão da cooperação como sendo uma possibilidade de encontro, onde a idéia da experiência mostra que o indivíduo na Cultura sempre entra de um jeito e sai do outro. A idéia desta experiência como sendo mais importante do que a própria identidade. Não que a identidade não seja preponderante, mas que ela surge aqui como uma questão secundária diante do conhecimento e da prática diária dos indivíduos. E alerta para o aviltamento da Arte e da Cultura a partir do instante em que ela – a Cultura – se presta a um papel social.
Para Marta, o social é o lado obscuro da Cultura. Parece até mesmo paradoxal afirmar isso mas ela é fervorosamente contra a idéia de que a Cultura deve se prestar a um papel social. Isso deve ser responsabilidade do governo. A Cultura precisa se preocupar com as potências, os talentos, a criação, a inspiração e a cooperação.
Os Editais, em especial aqueles promovidos por estatais, solicitam do agente cultural uma contrapartida que quase sempre é social, principalmente quando se propõe a criar interfaces com a a Cultura. Mas, como pensar apenas numa prática em que se evidencie a potencialidade dos envolvidos sem ter que se preocupar com as questões sociais, já que toda proposta de estímulo, incentivo ou fomentação perpassa por ações socioculturais? É preciso repensar os projetos, as maneiras que motivam sua inspiração. A Cultura não pode partir da vulnerabilidade dos indivíduos. Cultura precisa ser vista como invenção, como transformação. As políticas culturais precisam permitir que as pessoas se inspirem, cooperem e criem.
Os Editais, em especial aqueles promovidos por estatais, solicitam do agente cultural uma contrapartida que quase sempre é social, principalmente quando se propõe a criar interfaces com a a Cultura. Mas, como pensar apenas numa prática em que se evidencie a potencialidade dos envolvidos sem ter que se preocupar com as questões sociais, já que toda proposta de estímulo, incentivo ou fomentação perpassa por ações socioculturais? É preciso repensar os projetos, as maneiras que motivam sua inspiração. A Cultura não pode partir da vulnerabilidade dos indivíduos. Cultura precisa ser vista como invenção, como transformação. As políticas culturais precisam permitir que as pessoas se inspirem, cooperem e criem.
E o Gestor Cultural? Como ele deve agir nesta mobilidade social evidente, neste contexto onde a multiculturalidade sobressalta aos olhos? Para o espanhol Alfons Martinell Sempere, em sua calorosa palestra de abertura do I Seminário Internacional de Gestão Cultural – e eu estava lá de testemunha – é preciso criar uma nova gestão para um novo tempo, diante das dinâmicas, contextualizando-se. A Cultura é complexa e a competência-chave é a contextualização. Cada projeto precisa dialogar com seu contexto, cada gestor precisa aceitar a multiculturalidade nestas realidades territoriais.
Ele afirma ainda que o Território não pode ser igual a Identidade. Já houve uma ruptura de princípios. Mas importante que o próprio território é a identidade. O gestor não pode pensar numa “mono-identidade” mas numa diversidade. É preciso também valorizar o local, assim o gestor saberá que terá que trabalhar com novos valores. Para isso é preciso mais rigor profissional, mais argumentação, mais política. O jogo está em como dialogar/argumentar com o governo, a Cultura e todos os envolvidos. A política cultural só se dará por via da argumentação. Não basta apenas orçamento. Dinheiro é bom, não podemos negar. Mas, não basta só o dinheiro. É preciso saber gerir e, mais do que isso, argumentar para se encontrar a melhor maneira de descentralizar os recursos.
Bem, fica aqui as inquietações para vocês. Esperamos receber alguns comentários sobre elas como forma de contribuir com a classe e o nosso Território.
Ele afirma ainda que o Território não pode ser igual a Identidade. Já houve uma ruptura de princípios. Mas importante que o próprio território é a identidade. O gestor não pode pensar numa “mono-identidade” mas numa diversidade. É preciso também valorizar o local, assim o gestor saberá que terá que trabalhar com novos valores. Para isso é preciso mais rigor profissional, mais argumentação, mais política. O jogo está em como dialogar/argumentar com o governo, a Cultura e todos os envolvidos. A política cultural só se dará por via da argumentação. Não basta apenas orçamento. Dinheiro é bom, não podemos negar. Mas, não basta só o dinheiro. É preciso saber gerir e, mais do que isso, argumentar para se encontrar a melhor maneira de descentralizar os recursos.
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