Um ensaio é um trabalho de aprendizagem do texto e do jogo cênico efetuado pelos atores sob direção do encenador. Esta atividade preparatória do espetáculo ocupa o conjunto da companhia e assume formas bastante diversas. Peter Brook observa que a palavra francesa evoca um trabalho quase mecânico, ao passo que os ensaios se desenvolvem cada vez de maneira diferente, e são, às vezes, criativos. Se não o fossem ou se se prologassem na repetição infinita da mesma peça, a morte do teatro seria rapidamente perceptível. O alemão Probe ou o espanhol ensayo (“tentativa”) traduz melhor a ideia de experimentação e de tateio antes da adoção da solução definitiva.
Mas, o que dizer dos ensaios gerais? O objetivo dos ensaios gerais é ligar a interpretação e o trabalho técnico para formar um todo único. O diretor nunca deve mudar marcações ou gesticulações de ação depois do início dos ensaios gerais a não ser que apareçam dificuldades técnicas inesperadas.
O primeiro ensaio geral (e quase sempre por aqui só conseguimos fazer um e o batizamos de pré-estreia) deve ser dedicado ao ajuste de aspectos técnicos tais como cenários, figurinos, iluminação, etc., em relação à peça, bem como a familiarização dos atores com todas essas coisas, e à solução dos problemas por elas criados. Foi o que aconteceu com “As Aventuras de João e Maria”, na última quinta-feira, no Hotel Transamérica. Na verdade, os atores deviam então passar a peça prestando atenção às falas e ás marcações mas sem grande empenho na caracterização. Contudo, só conseguimos mesmo passar o ensaio, sem muitos detalhes.
Ainda bem que realizaremos outros ensaios gerais para aprimorar ainda mais o espetáculo. Os atores se saíram bem, mas os problemas técnicos, sobretudo, figurinos, foram aparecendo. Para o público, uma apresentação. Para nós, um ensaio.
As Aventuras de João e Maria é baseado no clássico conto de fadas, João e Maria, escrito por Hansel e Gretel, e coletado pelos irmãos Grimm, esta história ganha uma nova versão com a chegada de um boneco gigante de Olinda chamado Cabeça de Coco, uma Vovó imensa de gorda, um Curupira anão, um palhaço psicodélico, uma cachorra que fala e um cientista maluco.
Querendo impressionar o amigo e cientista Doutor Otavius, João compra um livro de mágicas. Mas é convencido por um palhaço a experimentar o pirulito mágico da Vovó Zilda - a fantástica gorda dos doces. Desconfiada, Maria faz de tudo para impedir que o irmão experimente o pirulito. Contudo, ambos acabam sendo enganados pelo palhaço Minduim e são seqüestrados e levados para a casa da imensa Vovó.
Para se livrar das garras da malvada Vovó Zilda, que pretende transformá-los em doces caseiros para a exportação, eles contam apenas com a ajuda da cachorra Baleia e do Doutor Otavius, que terão de enganar o Curupira Caramuru Anão e não seguir os conselhos do índio gigante Cabeça de Coco.
Texto e direção de Pawlo Cidade; cenário e figurinos de Xandoca; iluminação de Du Moura; Sonoplastia de Rui Conceição; produção da Associação Comunidade Tia Marita. No elenco: Andréa Bandeira (Vovó Zilda), Ed Paixão (Minduim, Curupira, Cabeça de Coco), Ciro Nonato (Baleia), Rafael Alves (João), Aninha Bandeira (Maria) e Val Kakau (Doutor Otavius).
O espetáculo estreia dias 06 e 07 de março de 2010, às 17:00 horas, no Teatro Municipal de Ilhéus.
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