Um exercício físico e espiritual de recordação constante da paixão
Janete Lainha é uma destas
figuras emblemáticas – não só pelo fato de sempre surgir com um traço figurino
original, mas também pela universalidade com que externa seus cordéis,
escrevendo sempre sobre tudo – ou quase tudo.
Mestra Lainha, título que recebeu
após participar de uma seleção do Ministério da Cultura, abrilhanta-nos neste
momento com um conjunto de xilogravuras – técnica de fazer gravuras em relevo
sobre madeira – sobre a Via-Sacra – “símbolo das tradições mais acarinhadas dos
católicos, sobretudo durante a quaresma”.
As 15 peças, talhadas com carinho,
muitas vezes, ali mesmo no calçadão da Rua Jorge Amado, enquanto oferece afetuosamente
seus cordéis ao público passante. Talhar a Via-Sacra foi, como ela mesma diz, “um
exercício físico e espiritual de recordação constante da paixão, morte e
ressureição do Senhor Jesus Cristo. É mais que uma homenagem àquele que deu a
vida pela humanidade. Assim, aprendemos com Ele o caminho da cruz”.
Na arte, em que agora expressa, é
Maria, a mãe de Jesus, quem toma a palavra. E é imensa a dor desta mulher,
retratada pelo sofrimento do seu filho. Acrescenta: “Maria é a imagem viva de
todas as mães que têm, dolorosamente, marcas das dores dos seus filhos e
filhas. Benditas Marias!”
A coleção da Via-Sacra, em
xilogravuras, podem ser vistas no Ponto de Cultura da Casar, em horário
comercial, na Avenida Lomanto Júnior, 1246, Pontal, Ilhéus, Bahia.
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