sexta-feira, 2 de abril de 2010

TOME TEATRO!

Do Pranto ao Riso, Auto do Boi da Cara Preta, Maktub, Teatro Total, Cotidianus,
Teatro Popular de Ilhéus, Teatro Total, Teatro Popular Jorge Amado


José Delmo é “Um Ator em busca de um texto”. Romualdo se vê intrincado com as experiências, invenções e oratórias de “Galileu” e de quebra pega “Teodorico Majestade” e transforma nas últimas horas de um prefeito. Fábio Nascimento se deixa levar pelo perfume de suas personagens nas “Histórias de Cabaré”. Ruy Penalva e toda sua trupe vive mergulhado no “Cotidianus”. Pawlo Cidade monta a galope em “Cangaço” e ainda arranja tempo para contar “As Aventuras de João e Maria”. Tânia Barbosa sai correndo atrás do “Auto do Boi da Cara Preta” e resgata o universo popular com grande alegria. Paulo Costa, sempre dando murro em ponta de faca, tenta remontar pela décima vez “O Repouso de Adonis”.
Ednilton Paixão dá início as leituras de mesa de “O predador entra na sala” trazendo oxigênio para o Corpo e Alma; Janete Lainha e suas insubstituíveis performances reler a obra de Jorge pensando num monólogo; Valdiná Guerra cataloga poemas para expressar suas ideias em mais uma montagem coletiva; Jocélia Kaffer ensaia o desejo de remontar “O Sussurro do Clitóris” e abre diálogo com alguns atores. Cristina Barreto sempre em busca de um bom texto estuda a possibilidade de transformar em musical “A Revolta dos Brinquedos”. Ciro Nonato até tentou levar ao palco “Quem o matou?” mas outros compromissos resolveram adiar o projeto.
Macuco, Teatro Popular de Ilhéus, Maktub Performances, Cia Casa Aberta, Grupo Teatro Total, Cia Boi da Cara Preta, Grupo do Pranto ao Riso, Grupo de Corpo e Alma, Teatro Popular Jorge Amado, Arte Viva Perna-de-pau, Grupo Abracadabra, Cia Ilheense de Teatro e Trupe Estripulia de Teatro. Ilhéus volta a ser cenário novamente da efervescência cênica teatral. Isso me faz lembrar dos anos 80 e 90. Vida longa aos que estão chegando e sucesso cada vez mais aos que persistiram em meio as grandes adversidades e dificuldades que é o fazer teatral.
O teatro está mais próximo da vida do que qualquer outra arte, e tem a vantagem de provocar reações imediatas. Só quem vive teatro, sabe o quão é doloroso – mas agradabilíssimo – a experiência do seu batismo de guerra no lado mágico da ribalta.
Para finalizar, eu pergunto: “Qual é a maneira mais fácil de fazer com que uma cena seja vista, ouvida e apreciada pela Velhinha Surda da Última Fila?” Quem compreende que tudo o que acontece num palco é, ao mesmo tempo, uma experiência e uma demonstração de psicologia aplicada, sabe a resposta.

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