sexta-feira, 18 de março de 2011

COLETIVOS COLABORADORES

Na Ceia ecológica do Reino, igreja de Querência, 2001 - Cerezo Barredo
Estamos participando de uma ampla reforma do Conselho Municipal de Cultura de Ilhéus. A princípio as Câmaras Setoriais têm contribuído para apontar os representantes de cada categoria artística. E isto tem sido enormemente enriquecedor. Em todas as reuniões sempre pautamos pela concepção de que o Estado deve ser capaz de engendrar um plano que permita o diálogo entre todos os segmentos artístico-culturais, a comunidade e o próprio Estado. E isso só é possível a partir do momento em que ele – o Estado - fomentar a criação de redes coletivas e colaborativas, saindo do papel viciado de produtor e passando a ser o instrumento que irá possibilitar a difusão, o acesso, a sustentabilidade da arte. “O coletivo é capaz de permitir a produção do comum, de forma que possamos nos apropriar da coisa pública e não da privada”, afirma Gavin Adams. Ele abre o leque para a troca de experiências, estratégias e metas de resistência e autonomia com outros envolvidos. Faz com que possamos enfrentar o mercado, sem se preocupar com a livre concorrência, com as indústrias culturais, valorizando a criação. Com o estímulo a criação de redes colaborativas o Estado cria oportunidades dos grupos formarem alianças e fortalecer as práticas artísticas.


Por outro lado, por sermos tão múltiplos, parece-nos improvável, que possamos ser unos, apontando direções para a construção de uma identidade cultural brasileira. Contudo, o Estado pode viabilizar alternativas para não só apontar caminhos para a concepção de uma identidade cultural, mas também, o de satisfazer os anseios da comunidade. O traçado das políticas públicas de cultura, quer sejam transversais ou não, necessitam ser elaboradas coletivamente. O Estado precisa compreender que os Conselhos Sociais são órgãos colaboradores e não meros fiscalizadores do Sistema. Os Conselhos não foram criados para interromper as ações governamentais. Pelo contrário, foram pensados como elementos de suporte, de acompanhamento e de melhor equidade dos recursos públicos. Assim, caberá sempre ao governo fomentar atividades que possam ser analisadas a partir das necessidades e desejos de uma comunidade e nunca o inverso.

Próximas Reuniões:
Câmara Setorial Indígena: dia 18/03, 9:00h - Centro Cultural de Olivença
Câmara Setorial de Artes Visuais, dia 18/03, 19:00h - Fundação Cultural de Ilhéus
Câmara Setorial de Audiovisual, dia 22/03, 19:00h - Fundação Cultural de Ilhéus
Câmara Setorial de Dança, dia 23/03, 19:00 h - Fundação Cultural de Ilhéus
Câmara Setorial de Cultura Popular, dia 24/03, 19:00h - Fundação Cultural de Ilhéus
Câmara Setorial de Cultura Afro, dia 29/03, 19:00h - Fundação Cultural de Ilhéus
Câmara Setorial de Patrimônio Cultural, dia 30/03, 19:00h - Fundação Cultural de Ilhéus

Já foram realizadas reuniões com Música, Teatro e Literatura.

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