Gildásio Rodriguez (pintor), Pawlo Cidade (curador), Silvan Barbosa (colecionador)
Depois de levar mais de mil pessoas para conhecerem peças artesanais de diversas etnias brasileiras e quadros de faces indígenas, na última semana, a exposição "Índios na Janela" prorroga sua permanência no Palacete das Artes até esta quinta-feira (28). A visitação acontece de 13h às 19h e a entrada é gratuita.
Cerca de 200 peças artesanais e 20 pinturas ocupam o 1º
pavimento do Palacete. São arcos, colares, lanças e bordunas das tribos
Pataxós, Xukuru Kariri, Maxakali e Krenak, entre outras, que apresentam a
cultura indígena como algo vivo e dinâmico, propiciando ao público uma
identificação positiva através das faces dos povos da floresta.
A exposição já foi vista por cerca de 3500 pessoas em Ilhéus
e Porto Seguro, por onde já passou em curtas temporadas em fevereiro e março. É
voltada para o público em geral, em especial, para estudantes do ensino
fundamental, ensino médio, pesquisadores, historiadores e professores.
As peças possuem valor inestimável e foram juntadas ao longo
dos 25 anos em que o colecionador Silvan Barbosa Moreira, ex-funcionário da
Fundação Nacional do Índio (FUNAI), teve contato e se dedicou ao
trabalho com as mais variadas tribos indígenas brasileiras. “Tenho peças com
mais de 30 anos e outras muito raras. A mais antiga é da Ilha do Bananal, no
Mato Grosso, já a mais nova é um cocar e um colar Kaiapó que veio do Pará.
Entre peças artesanais, livros, CDs e DVDs, tenho quase mil objetos, adquiridos
ou que me foram dados de presente por amigos indígenas. Esta exposição serve
para contribuir e ampliar o conhecimento do público sobre a vida e a cultura
indígenas”, explica o colecionador.
Já os quadros de faces indígenas são de Gildásio Rodriguez,
conhecido como “O Gil dos índios”, que já foi protagonista de diversas
exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e Portugal. “Ao
ler a saga dos irmãos Villas Boas no Alto Xingu, senti a necessidade de divulgar,
através da pintura, a cultura de um povo que sofreu e sofre injustiças dentro
de um país democrático. Comecei em 1998 e, desde então, criei mais de 30
quadros”, conta o pintor.
A exposição oferece ao público imagens e informações de
natureza histórica e cultural, propiciando uma identificação positiva com as
coletividades indígenas e oportunizando ao público um olhar mais humano sobre
essa questão. Para o curador da exposição, Pawlo Cidade, "essa mostra
aponta para um caminho no esforço de pensar os indígenas sob o ponto de partida
da cultura, de uma janela que se abriu no passado, que continua
aberta no presente e mantém-se escancarada pela dimensão contemporânea,
permitindo um diálogo com muitas outras tradições culturais”.
O projeto é uma realização da Comunidade Tia
Marita e conta com apoio do Fundo de Cultura da
Bahia, mecanismo de fomento à cultura gerido pelas secretarias
de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e da Fazenda (Sefaz). Acompanhe
todas as informações na fanpage: www.facebook.com/Indiosnajanela
Sobre
o colecionador Silvan Barbosa Moreira - Começou sua carreira como na Fundação Nacional do
Índio (FUNAI ), em 1987. Em Eunápolis, acompanhou a demarcação das terras
indígenas de Coroa Vermelha. Dois anos, depois acompanhou a instalação da
Aldeia da Jaqueira, em Porto Seguro. Em 1990 ficou refém por três dias na
Aldeia Nova Vida, em Camamu e, nesse período, conseguiu a pacificação entre os
próprios índios Pataxó. Em 1994, quando foi trabalhar em Brasília e reencontrou
o índio Galdino que já o conhecia há sete anos e dele ganhou de presente uma
borduna. Estes presentes acabaram se tornando o pontapé inicial para uma
coleção de utensílios e instrumentos indígenas de mais de duas centenas de
peças.
Outras empreitadas enriqueceram a experiência de Silvan, bem
como o seu acervo: trabalhou com o Cacique Juruna e o Cacique Raoni; participou
da retirada do gado da Ilha do Bananal no Mato Grosso com os índios Carajá; e,
em Minas Gerais, chegou às terras dos povos Xacriabá, Pataxó, Maxakali e
Krenak; foi convidado para fazer parte da força tarefa em Rondônia, na retirada
dos garimpeiros de diamantes das terras dos índios Cinta Larga, onde conheceu o
índio Pio Cinta Larga. Aposentou-se em 2013, depois de quase 30 anos
desenvolvendo uma série de projetos em terras de diversas etnias, mediando
conflitos e colecionando os inúmeros objetos que podem ser vistos na exposição.
Sobre
o pintor Gildásio Rodriguez - Ex-aluno do professor Edson Calmon, começou a pintar
a figura indígena em 1998, estudando a história dos irmãos Villas Boas:
Orlando, Cláudio e Leonardo, vanguardistas da Expedição Roncador-Xingu. Foi
protagonista de diversas exposições individuais e coletivas, entre elas a II e
III Bienal de Artes de Itabuna; 7º Salão de Artes do Estado da Bahia. Expôs na
extinta Casa dos Artistas, Teatro Municipal de Ilhéus, Academia de Letras de
Ilhéus, Espaço Cultural Bataclan, Aleluia Ilhéus Festival e Espaço Cultural
Tororomba.
Participou de exposições fora do país como a Brasil Coffee
House, em Nova York; A Talentos do Brasil, no Palácio da Independência, em
Lisboa, e da exposição Trajectos, em Alenquer, também em Portugal. Possui
quadros na Embaixada do Brasil, nos Estados Unidos da América.
Sobre
o curador Pawlo Cidade - É pedagogo, especialista em Educação Ambiental,
dramaturgo, agente cultural, produtor e diretor de teatro com 27 anos de
experiência. Além de membro do Conselho Estadual de Cultura e da Academia de
Letras de Ilhéus, também é escritor com 14 livros publicados. Já fez a
curadoria do Festival Nacional de Dança de Itacaré; do Centenário do escritor
Jorge Amado; do Seminário Teatro e Teatralidade, do Seminário Dramaturgia e
Contemporaneidade e do Simpósio Economia Criativa e Legislação Cultural.
Fundo
de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para
incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido
pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou
parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou
jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de
Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu
significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de
patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro)
linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de
Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações,
acesse: www.cultura.ba.gov.br
Serviço
O
quê: Prorrogação
da exposição “Índios na Janela”
Onde: Palacete
das Artes, Rua da Graça, 289, Graça,
Salvador
Quando: de 26
a 28 de abril, de 13h às 19h.
Entrada
gratuita
Informações
à imprensa:
Pawlo Cidade - (73) 9 9998.2555 | 9 8831.2555 | 9 9154.7019
25/04/2016
Assessoria
de Comunicação - Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – SecultBA
Telefone: (71) 3103-3442
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