Professor Arléo e Professor Araken
Quem esteve presente na noite de abertura do I Ciclo de Debates Acadêmicos, promovido pela Academia de Letras de Ilhéus, na última sexta-feira, dia 26/08, fechando o "Agosto de Jorge Amado", se deleitou com uma palestra bem humorada, com profundos ensinamentos e uma visão diferenciada da obra de Jorge Amado. Se, por um lado, algum dos presentes ainda não havia lido um dos livros de Jorge, certamente a primeira coisa que fez ao chegar em casa foi pegar "Capitães da Areia", "A morte e a morte de Quincas Berro d´água", "Mar Morto", "Jubiabá" ou "O País do Carnaval", por outro, quem já leu toda a obra, saiu com desejo de ler tudo de novo.
A assertiva tem uma razão. A maneira com a qual o palestrante da noite, o historiador e escritor, Araken Vaz Galvão, conduziu o discurso, fez-nos viajar pelos caminhos tortuosos da civilização cacaueira, passando por personagens revolucionários e aventuras que beiravam o realismo mágico, ou até mesmo, fantástico, recheado nas obras de Jorge Amado. As semelhanças do escritor valenciano, com o escritor grapiúna fortaleceram ainda mais o debate. Ambos foram criados em roças de cacau, tiveram pais latifundiários e foram exilados pelo regime militar.
Araken também lançou dois de seus livros
Suas palavras, carregadas de entusiasmo e amor pátrio, nos lembrava o personagem Policarpo Quaresma para quem tudo do país é superior, chegando até mesmo a "amputar alguns quilômetros ao Nilo" apenas para destacar a grandiosidade do Amazonas. Esse valenciano, por opção, nascido em Jequié, no distrito de Aiquara, em 1936, possui formação em História (Investigación histórica), Instituto de História, Faculdad de Humanidades y Ciências, Universidad de la República Oriental del Uruguay (três anos) e Escuela de Bellas Artes (também três anos), do mesmo país. Possui ainda curso de cinema (um ano) da Cinemateca Uruguaya, Montevidéu. Na capital uruguaia trabalhou como jornalista free, em alguns jornais daquela capital. Passou pela Argentina, Paraguai e Bolívia, tendo residido no Peru, onde realizou quatro filmes de curta-metragem e um longa-metragem, Yawar Mayu – primeiro filme brasileiro falado em espanhol e com elenco e artistas dos dois países. Residiu no Equador – Guayaquil e Quito – onde trabalhou na Televisão.
Atualmente, é membro do Conselho Estadual de Cultura e Presidente do Fórum das Academias de Letras do Estado da Bahia.
O I Ciclo de Debates Acadêmicos contou com o apoio da Fundação Cultural de Ilhéus e do Ilhéus Praia Hotel. É coordenado pelo presidente Arléo Barbosa e produzido pelo professor Pawlo Cidade.
Estiveram presentes, além dos convidados, os acadêmicos Gerson dos Anjos, Hans Schaeppi, Dorival de Freitas, Neide Silveira, André Rosa, Arléo Barbosa, Eliane Sabóia e Pawlo Cidade.
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