Após alguns anos escrita com “n” Camacã tem seu nome aprovado pelo Poder Legislativo para ser escrito de forma originária indígena substituindo o “n” por “~”. Além de ser mais uma conquista dos “povos raiz” desta terra, esse fato legítima a Identidade do Município e a valorização do patrimônio imaterial que é a cultura viva de diversos indígenas oriundos de uma classe significante de etnias, que antes, desde e até os dias atuais a emancipação política do município aqui habitam. Acredita-se que a grande deficiência de um ser humano é não saber a sua origem e maior ainda não reconhecê-la, por esta razão vale salientar a importância deste acontecimento, uma vez que a partir de então reafirmaremos a participação da cultura indígena também na educação patrimonial do município.
Agradecida pela força, e energia emanada de nossos ancestrais, reafirmo não ser esta uma conquista minha enquanto estou Coordenadora das Ações de Cultura de Camacan, mas de todos nós que respeitamos esses povos que por alguma razão exercem poder sobre os “pele vermelha” e lutamos pela reconquistas dos nossos valores e identidade. Foi uma raiz muito forte, uma raiz de esperança. Que venham a fruição da autonomia livre e a vivência da própria cultura.
Por fim, dedico esta grandiosa vitória aos meus parentes, POVOS KAMAKÃS, PATAXÓS HÃ-HÃ-HÃE, TUPINIQUINS, BAHETÁ, ALDEIADOS DO PANELÃO, BOTOCUDOS, PANKARARU, KARIRI-XOCÓ, TUPINAMBÁ, TRUKÁ E TODOS OS DEMAIS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL E DO MUNDO, e ainda a Prefeita Municipal de Camacan, Srª Maria Ângela da Silva Cardoso Castro, pelo respeito e compromisso com a identidade cultural do município.
Registrar, reformar, restaurar não é suficiente para preservar uma cultura, mas praticá-la é garantir a sua sobrevivência.
Negra, Indígena, Cigana, tantas e etc. Hoje, amanhã, sempre: CULTURA + DIVERSIDADE+ IDENTIDADE=DESENVOLVIMENTO. Esta é uma causa que nos cabe defender.
Texto: Camila Santana, Coordenadora das Ações de Cultura de Camacã.
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