Ele dá nome a ruas, escolas e
bibliotecas por todo o Brasil. O Dia Nacional do Livro Infantil, comemorado em
18 de abril, homenageia a data de nascimento desse escritor, autor de mais de
50 livros que mexeram, como ninguém, com o imaginário de crianças e jovens de
todo o Brasil. A personalidade em destaque é Monteiro Lobato, cujas obras
ingressaram em domínio público em 1º de janeiro deste ano.
“Quando a obra ingressa no
domínio público, qualquer pessoa pode utilizá-la, fazer adaptações, traduzir,
veicular, imprimir, ou seja, fazer qualquer tipo de uso econômico sem ter de
pedir autorização prévia para o autor ou titular de direitos”, explica a
diretora da Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual da
Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Carolina Panzolini.
“Isso, na prática, significa que as obras de Monteiro Lobato agora podem ser
livremente exploradas comercialmente”, completa. A legislação brasileira
estipula o prazo de 70 anos a partir de 1º de janeiro ao ano subsequente à
morte do autor para que as obras dele entrem em domínio público.
Especialista na obra de Monteiro
Lobato, a professora de Literatura Brasileira Milena Ribeiro Martins, da
Universidade Federal do Paraná, acredita que o ingresso da obra do escritor paulista
em domínio público vai aumentar a atenção do público e reaquecer o interesse
pela obra de Lobato. “Não só as editoras podem investir comercialmente em
livros sem gastar com direitos autorais, mas autores podem investir na
recriação de suas obras sem pedir licença para a família a respeito disso”,
afirma. “O número de leitores de Lobato tende a aumentar porque,
comercialmente, vai haver novas edições, e o número de criações com base na
obra de Lobato deve aumentar”, avalia.
Múltiplas facetas
Na vida profissional, Lobato
atuou em várias frentes. Formou-se em Direito. Foi promotor público no interior
paulista. Escreveu artigos, críticas de arte, fez ilustrações e caricaturas
para jornais e revistas. Traduziu e fez adaptações para o português de importantes
obras literárias, como Minha vida e minha obra, de Henry Ford, Por
quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway, Robson Crusoé, de Daniel Defoe,
e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, entre outros. Também
cuidou de uma propriedade rural, que herdou do avô.
Fundou uma editora, a Companhia
Gráfico-Editora Monteiro Lobato. Foi adido comercial em Nova York, nos Estados
Unidos, e fez prospecção de petróleo por meio da Companhia Petróleos do Brasil.
Suas obras foram traduzidas para mais de 10 idiomas e publicadas no exterior.
Conquistou, em 1936, a cadeira 39
da Academia Paulista de Letras, mas não conseguiu uma vaga na Academia
Brasileira de Letras.
Casou-se com Maria da Pureza de
Castro Natividade, com quem teve quatro filhos: Martha, Edgard, Guilherme e
Ruth. Suas principais paixões eram escrever, desenhar e fotografar.
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