Foi inaugurado ontem, dia 02 (agosto, 2011), na cidade de Itajuípe, a 425 km de Salvador, o Memorial Adonias Filho. A iniciativa integra o programa de editais que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da Secretaria de Cultura (SecultBA), vem desenvolvendo desde 2008 em todo o Estado. O objetivo é preservar, dinamizar e difundir acervos pertencentes a instituições museais privadas, comunitárias e públicas da Bahia.
Além dos museus, os Editais do IPAC auxiliam na preservação dos patrimônios edificados baianos, em ações de dinamização e educação patrimonial. De 2008 a 2010, o IPAC já investiu, via Fundo de Cultura, mais de R$ 2 milhões em editais, beneficiando dezenas de municípios baianos com 72 projetos que estão sendo executados.
O proponente do memorial Adonias Filho foi a Associação Brasileira de Apoio aos Recursos Ambientais (Abara), em parceria com a Prefeitura Municipal de Itajuípe (BA). De acordo com Silmara Oliveira, que elaborou o projeto, o memorial abriga exemplares da produção, títulos e homenagens rendidos a esse autor baiano, que foi jornalista, crítico literário e escritor. Atividades educativas, restauração e conservação do acervo cedido pela família de Adonias, novos registros de memória, textos acadêmicos, fotografias e audiovisuais complementam o acervo. Foi criado ainda o site para compartilhar e trocar informações sobre Adonias.
“Os editais permitem que a sociedade civil participe efetivamente das políticas públicas, garantindo ferramentas transparentes e democráticas na distribuição de recursos estaduais para as ações culturais”, explica o coordenador de Editais do IPAC, Layno Pedra. O projeto contemplou a abertura, proteção e promoção da memória de Adonias em Itajuípe, cidade onde ele nasceu. O espaço fica aberto das segundas às sextas-feiras, sempre das 8h as 12h, e das 14h as 18h. Mais informações sobre o Memorial são fornecidas através dos telefones (73) 3238-1137, 9929-5897 e endereço eletrônicosilmaraoliveira@gmail.com. Sobre os Editais do IPAC via telefones (71) 3117-6491 e 3117-6492, ou endereço eletrônico astec.ipac@gmail.com. Outros dados do IPAC no site.
HISTÓRICO – Adonias Filho nasceu em Itajuípe a 27.11.1915. Iniciou estudos nessa cidade, concluiu secundário no Ginásio Ipiranga em Salvador (1934) quando ingressou no curso de jornalismo. Transferiu-se (1936) para o Rio. Ali, ganhou visibilidade nacional. Adonias Filho faleceu em sua fazenda em Ilhéus a 02.08.1990. No Rio, Adonias ampliou carreira jornalística, colaborou no Correio da Manhã, Estado de São Paulo e Folha da Manhã (SP), e no Jornal do Commercio (RJ). Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (1966), membro do Conselho Federal de Cultura (1967, 1969, 1971 e 1973), presidente da Associação Brasileira de Imprensa (1972) e presidente do Conselho Federal de Cultura (1977-1990). Foi crítico literário nos Cadernos de Hora Presente (SP, 1937), jornal A Manhã (1944-1945), Jornal de Letras (1955-1960) e Diário de Notícias (1958-1960). Foi diretor da Editora A Noite (1946-1950), do Serviço Nacional de Teatro (1954), da Biblioteca Nacional (1961-1971) e da Agência Nacional do Ministério da Justiça. Originário da zona cacaueira do sul da Bahia, Adonias retirou desse ambiente o material para a sua obra de ficção, como o romance de estréia “Os servos da morte” (1946). Adonias faz parte do grupo de escritores que a partir de 1945 – terceira fase do Modernismo -, se inclinaram para um retorno a certas disciplinas formais, preocupados em realizar a sua obra, por um lado, mediante uma redução à pesquisa formal e de linguagem e, por outro, em ampliar sua significação do regional para o universal. Foi eleito em 14 de janeiro de 1965 para a Cadeira n. 21 da Academia Brasileira de Letras.Também produziu traduções de Willian Faulkner, Virginia Woolf e Graham Greene.
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Jornalista responsável Geraldo Moniz (drt-ba 1498) – (71) 8731-2641
Texto-base: estagiária Taiane Barros
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