segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O DISCURSO DO BNDES NO CONTEXTO DO HIBRIDISMO


Tanto a valoração cultural, como a valoração econômica aparecem no discurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES - como um arranjo ideal entre o uso da economia e a constituição de valor cultural, apoiando projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico. Para isso elegeu alguns pilares como: inovação, desenvolvimento local e regional e o desenvolvimento socioambiental.

Por acreditar que a Cultura se utiliza de materiais renovavéis, o banco se compromete com a história e o desenvolvimento do espaço em que atua economicamente, pensando na erradicação da miséria e na oportunidade de propiciar inclusão social, em particular para jovens e minorias. Eles erguem uma bandeira que sustenta a cultura como mola de desenvolvimento sustentável e apontam a economia da cultura como um setor estratégico e dinâmico, acreditando que as diversas atividades propostas pela Cultura geram trabalho, emprego e renda.

O banco ainda apresenta um discurso (e isso fica claro na parceria adotada com o novo Edital do BNB de Cultura 2012) de atender à diretriz de promover a “descentralização territorial da oferta de bens culturais, ampliar as oportunidades de criação e fruição dos produtos culturais, bem como a promoção, proteção e transmissão da diversidade cultural.”

Com isso, o BNDES acredita diminuir a criminalidade ao ocupar espaços e promover um acréscimo cultural, “gerando identidade, valorizando formas históricas, conferindo sustentabilidade cultural e aumentando o bem-estar pelo aumento do patrimônio cultural da humanidade e que garantam o aumento do produto econômico-social.” Paralelo a isso possibilita o estímulo ao turismo cultural e consegue, mesmo que gradativamente, gerar uma indústria cultural sadia.

Por fim, vê-se que o BNDES não quer ninguém “amador” na economia cultural. Na verdade quer que todos estejam organizados social e financeiramente para crescer, mesmo que, paulatinamente, até serem capazes de se auto-sustentarem.

Em todo esse processo de hibridismo – fenômeno natural e imanente na constituição e evolução da civilização - como bem acentua João Batista Cardoso, em “Hibridismo Cultural na América Latina”, o BNDES aposta nas empresas criativas e nos agentes criadores ampliando e dando mais profissionalismo ao comércio de produtos e serviços culturais. Afinal, o homem está aberto a novas maneiras de interagir culturalmente, como mais um recurso de sobrevivência num mundo que tem a mudança como traço essencial. A Economia da Cultura é uma prova, incontestável, de tudo isso.

(Texto produzido por Pawlo Cidade para o Curso de Economia da Cultura - FGV/MinC)

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