domingo, 13 de novembro de 2011

O ENCONTRO ENTRE VALOR CULTURAL E VALOR ECONÔMICO

Quero compartilhar com vocês parte do texto que elaborei para a primeira atividade 
do Curso de Economia da Cultura (FGV/MinC)

A busca por um espaço no sistema capitalista como forma de “valorar” a Cultura em todo o processo econômico não se deu por acaso. Mas, por entender que era extremamente necessário introduzir e fortalecer a relação entre Cultura e Economia. Diversos economistas perceberam que Cultura é mola de desenvolvimento econômico. Ela perpassa por todos os setores sociais e configura-se como ponto de partida de diversos setores sustentáveis, sobretudo, voltado para a geração de emprego e renda.

A introdução da Economia na Cultura não resulta, de maneira alguma, no aviltamento da arte ou dos processos culturais. Pelo contrário, ela permite que seja traduzido em números todos os desdobramentos da economia na área cultural. A Cultura ganha visibilidade e coloca o capital cultural como elemento agregador, já dotado de valor econômico. 

Entretanto, há de se levar em conta que ao valorar economicamente os bens e os serviços culturais podemos correr o risco de só encontrar no mercado produtos já consagrados, de fácil distribuição e/ou aceitação dos consumidores. Tomando como exemplo os artesãos do município de Ilhéus vemos que no período de parada dos transatlânticos no verão, a procura maior é por souvenirs que lembrem os romances de Jorge Amado, como as personagens Gabriela e Nacib. Camisas, bonecos, chaveiros, são criados a partir desta procura. Não há interesse dos artesãos (pelo menos visivelmente) de criar produtos inovadores, diferenciados. Eles preferem vender “o que o turista quer”. 

Por outro lado, vemos que, apesar de ser vender o que se procura, há uma certa sensação de pertencimento ao disponibilizar produtos culturais que estejam ligados a história do lugar. Na verdade, os efeitos deste encontro, cultural e econômico, acabam por beneficiar a todos. Deste modo, é fácil concluir que “será possível identificar valor nessa relação, ainda que não necessariamente em perspectiva de apreciação econômica.”

Nenhum comentário: