O projeto “Palco Grapiúna”,
idealizado pelos produtores culturais Mateus Saron e Pawlo Cidade, esteve em
cartaz no Teatro Zelia Lessa entre a última quinta-feira (28) e domingo (31),
com a apresentação de cinco espetáculos teatrais produzidos por grupos da
região Sul da Bahia. O projeto, segundo aponta Saron, tem como um dos seus
principais objetivos a valorização de espaços alternativos de teatro. Antes de
chegar em Itabuna, o projeto já tinha visitado cidades como Ilhéus, Ubaitaba,
Buerarema e Itajuípe.
Em Itabuna, a realização do
projeto contou com o patrocínio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania
(FICC). Nas apresentações, o público assistiu as peças “Um ator em busca de um
texto”, na quinta-feira; “Teodorico Majestade: As Últimas Horas de um
Prefeito”, na sexta; e “Partida”, no sábado. No domingo, o projeto apresentou
dois espetáculos: “Sombras da Ouvidor” e a hilariante comédia “Virgens à
Deriva”. Todas as sessões contaram com sucesso de público.
O ator José Delmo, que esteve em
cartaz na primeira noite do projeto com o espetáculo “Um ator em busca de um
texto” disse que não conhece no decorrer de sua história profissional nenhum
momento que não fosse de luta. Para ele, “a gente está vivendo um momento
histórico cultural muito difícil, tanto aqui, como em Ilhéus, como na região. A
mídia como um todo acaba por massacrar a sociedade com produtos que, em geral,
não traduzem e não valorizam o trabalho do ator, principalmente o ator
regional. Então, nesse aspecto, um projeto como o Palco Grapiúna chega
justamente para nos ajudar a transformar a utopia em algo que não seja utopia,
e sim, uma realidade. Esse é um projeto alternativo que veio na hora certa,
estávamos quase que ‘ociosos’. Em Itabuna, temos o Centro de Cultura Adonias
Filho fechado. Em Ilhéus, temos o Teatro Municipal fechado há três anos, a Casa
dos Artistas fechada, então esse é um momento de nós criarmos coisas. E o Pawlo
Cidade, junto com o Mateus Sarom criaram e nós estamos aí para abraçarmos uma
iniciativa que só nos valoriza”.
Mateus Saron, um dos
idealizadores, disse que o projeto deverá seguir, agora, para outros municípios
como Ibicaraí e Ipiaú. Sobre a realização do mesmo em Itabuna, ele disse que
esse projeto “tem uma proximidade muito grande com a cidade. O povo de Itabuna
gosta de teatro, isso faz parte da alma das pessoas que vivem aqui. Para se ter
uma ideia, a gente nem bem realizou essa primeira edição aqui na cidade e as
pessoas já estão perguntando quando teremos a segunda”. Sobre o apoio da FICC,
Saron disse que “esse apoio chegou no momento certo. É inegável que uma mostra
desse tipo, com essa proposta é importante para o nosso povo. Então, a FICC,
como representante do poder público local, chega para fazer acontecer o teatro
no melhor dos seus aspectos, aliviando uma realidade que, para os atores, às
vezes, é muito difícil, principalmente no que se refere à tentativa nossa de
reunir vários grupos, vários atores, em torno de algo tão bacana que é a
valorização dos espaços alternativos que ainda temos na cidade, como o Zelia
Lessa”.
Saron disse ainda que, após
visitar mais algumas cidades da região, o projeto deverá acontecer também na
capital do estado e em cidades da Região Metropolitana de Salvador. Nas quatro
noites em que esteve em cartaz em Itabuna, o projeto contou com um público de
cerca de 400 pessoas (100 por noite). Cada espectador pagou um valor simbólico
de R$5.
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Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC).
Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC).
Assessoria de Comunicação (ASCOM).
Texto e Fotos: Eric
Thadeu Nascimento Souza.
1º de junho de 2015.
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