terça-feira, 2 de junho de 2015

PALCO GRAPIÚNA: LOTAÇÃO MÁXIMA NO TEATRO ZELIA LESSA


O projeto “Palco Grapiúna”, idealizado pelos produtores culturais Mateus Saron e Pawlo Cidade, esteve em cartaz no Teatro Zelia Lessa entre a última quinta-feira (28) e domingo (31), com a apresentação de cinco espetáculos teatrais produzidos por grupos da região Sul da Bahia. O projeto, segundo aponta Saron, tem como um dos seus principais objetivos a valorização de espaços alternativos de teatro. Antes de chegar em Itabuna, o projeto já tinha visitado cidades como Ilhéus, Ubaitaba, Buerarema e Itajuípe.

Em Itabuna, a realização do projeto contou com o patrocínio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC). Nas apresentações, o público assistiu as peças “Um ator em busca de um texto”, na quinta-feira; “Teodorico Majestade: As Últimas Horas de um Prefeito”, na sexta; e “Partida”, no sábado. No domingo, o projeto apresentou dois espetáculos: “Sombras da Ouvidor” e a hilariante comédia “Virgens à Deriva”. Todas as sessões contaram com sucesso de público.

O ator José Delmo, que esteve em cartaz na primeira noite do projeto com o espetáculo “Um ator em busca de um texto” disse que não conhece no decorrer de sua história profissional nenhum momento que não fosse de luta. Para ele, “a gente está vivendo um momento histórico cultural muito difícil, tanto aqui, como em Ilhéus, como na região. A mídia como um todo acaba por massacrar a sociedade com produtos que, em geral, não traduzem e não valorizam o trabalho do ator, principalmente o ator regional. Então, nesse aspecto, um projeto como o Palco Grapiúna chega justamente para nos ajudar a transformar a utopia em algo que não seja utopia, e sim, uma realidade. Esse é um projeto alternativo que veio na hora certa, estávamos quase que ‘ociosos’. Em Itabuna, temos o Centro de Cultura Adonias Filho fechado. Em Ilhéus, temos o Teatro Municipal fechado há três anos, a Casa dos Artistas fechada, então esse é um momento de nós criarmos coisas. E o Pawlo Cidade, junto com o Mateus Sarom criaram e nós estamos aí para abraçarmos uma iniciativa que só nos valoriza”.

Mateus Saron, um dos idealizadores, disse que o projeto deverá seguir, agora, para outros municípios como Ibicaraí e Ipiaú. Sobre a realização do mesmo em Itabuna, ele disse que esse projeto “tem uma proximidade muito grande com a cidade. O povo de Itabuna gosta de teatro, isso faz parte da alma das pessoas que vivem aqui. Para se ter uma ideia, a gente nem bem realizou essa primeira edição aqui na cidade e as pessoas já estão perguntando quando teremos a segunda”. Sobre o apoio da FICC, Saron disse que “esse apoio chegou no momento certo. É inegável que uma mostra desse tipo, com essa proposta é importante para o nosso povo. Então, a FICC, como representante do poder público local, chega para fazer acontecer o teatro no melhor dos seus aspectos, aliviando uma realidade que, para os atores, às vezes, é muito difícil, principalmente no que se refere à tentativa nossa de reunir vários grupos, vários atores, em torno de algo tão bacana que é a valorização dos espaços alternativos que ainda temos na cidade, como o Zelia Lessa”.

Saron disse ainda que, após visitar mais algumas cidades da região, o projeto deverá acontecer também na capital do estado e em cidades da Região Metropolitana de Salvador. Nas quatro noites em que esteve em cartaz em Itabuna, o projeto contou com um público de cerca de 400 pessoas (100 por noite). Cada espectador pagou um valor simbólico de R$5.
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Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC).
Assessoria de Comunicação (ASCOM).
Texto e Fotos: Eric Thadeu Nascimento Souza.

1º de junho de 2015.

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