sexta-feira, 24 de agosto de 2012

EDITORIAL


ENTRE TONS DE CINZA, POLÍTICA E JUVENTUDE


Capa do livro "50 tons de cinza"
Enquanto os 50 tons de cinza (livro que virou febre no mundo inteiro da escritora E.L. James) invadem as prateleiras e as camas dos jovens brasileiros, nos preparamos para eleger, no próximo dia 07 de outubro, os principais representantes da Câmara e do Executivo. Não se admire se um jovem souber mais sobre os mais variados tons de cinza do que o nome daqueles que ele irá escolher. Se escolher. Afinal, a política, é, para a grande maioria, a última coisa em que os jovens se preocupam neste momento.

Mas, pra quê se preocupar? Se, a política, no sentido mais estrito da palavra, com suas siglas partidárias e caciques um dia fizer parte do cardápio dos jovens, sobretudo dos ilheenses, não teremos aumentos abusivos de passagens do transporte coletivo, nem leis que proíbam seu  livre arbítrio. Melhor é curtir Trivella e deixar que Durval Lelis ensine a “dança da tartaruga;” pra quê ouvir programa eleitoral? Para se contorcer de tanto rir e chacotear os apelidos mais bizarros para um candidato?

Apesar da criação de “juventudes partidárias”, lideradas por jovens que já passaram dos 40 anos, preocupadas com o futuro (que futuro?) das meninas e dos meninos desta amada terra de Jorge, amado; de Jorge, guerreiro, de Jorge donatário e de tantos outros “jorges” que continuam dormindo sob as marquises da Central de Abastecimento do Malhado; dos viciados e flanelinhas que controlam os estacionamentos da cidade; dos jovens que veem na política, uma oportunidade de ascensão – e eles não estão errados. Errados estamos nós que ainda acreditamos em colocar nas cadeiras do legislativo e do executivo políticos comprometidos com a sociedade.

Juventude e política parece ser uma equação matemática complicada. Mas não é. Afinal, foram jovens como Joana D´Arc, Alexandre da Macedônia, Heitor Villa-Lobos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Anita Malfatti, todos em seu tempo e durante a juventude que conseguiram mostrar ao mundo muito do que desejamos e alcançamos.

Pawlo Cidade, diretor artístico. Este editorial foi publicado no
 Diário de Ilhéus, no dia 21 de agosto de 2012.

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